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Vale perde força na Bovespa em dia de ressaca após resultado

Resultado foi positivo, porém grande parte já precificado, destaca a XP Investimentos


	No acumulado de novembro, as ações ordinárias da Vale registram alta de 7%, já as preferenciais classe A sobem 4,5%
 (Dado Galdieri/Bloomberg)

No acumulado de novembro, as ações ordinárias da Vale registram alta de 7%, já as preferenciais classe A sobem 4,5% (Dado Galdieri/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 28 de abril de 2014 às 07h59.

São Paulo – Após o recente impulso dos últimos pregões, as ações da Vale (VALE3) (VALE5) parecem não contar com o mesmo fôlego. Os papéis da mineradora operavam no vermelho nos primeiros negócios desta quinta-feira, com queda próxima de 1%, mais tarde reagindo e voltando à estabilidade. 

O mercado repercute hoje os números apresentados na véspera pela companhia. A Vale teve lucro líquido de 7,949 bilhões de reais no terceiro trimestre deste ano, mais que o dobro do total de 3,321 bilhões de reais verificado no mesmo período do ano passado, por conta de maiores vendas e preços mais altos para o minério de ferro. Em dólares, o lucro líquido da maior produtora de minério de ferro do mundo atingiu 3,502 bilhões, acima da expectativa média de analistas ouvidos pela Reuters, de 3,3 bilhões de dólares. "A recuperação esperada nos embarques de minério de ferro e seus preços mais elevados foram os principais responsáveis pelo resultado", afirmou a mineradora em nota.

“Como esperado, um forte resultado operacional. Positivo, porém grande parte já precificado”, destaca a XP Investimentos em seu relatório matinal.

A equipe de analise avalia que a Ásia permanece como principal destino dos produtos da Vale, porém é preciso destacar que os embarques para esta região aumentaram para 56,5% da receita total, contra 50,1% no segundo trimestre, principalmente, devido ao crescimento das vendas para a China. “A dependência da China preocupa. A concentração das vendas com a China, gera motivos de preocupações em relação ao futuro, devido a incentivos ocorridos no país asiático durante o terceiro trimestre, que podem não se mostrar sustentáveis para os próximos trimestres”, alerta o relatório.

Já o analista Victor Penna, do BB Investimentos, classificou o resultados como “robustos”. “Para os próximos exercícios, acreditamos que a companhia deverá continuar focada na venda de ativos considerados menos estratégicos, visando a fortalecer seu balanço para poder enfrentar com mais tranquilidade os desafios inerentes ao setor nos próximos anos”, destaca.

Para Penna, o foco de atenção no curto prazo deve ficar sobre a decisão da Vale em aderir ou não ao Refis da cobrança de tributação de lucros de empresas coligadas e controladas no exterior junto à Receita, cujo valor supera R$ 30 bilhões e o prazo para adesão se encerra em 29 de novembro.

“Outro fator importante é a reunião do partido comunista chinês prevista para ocorrer entre os dias 9 e 12 de novembro. As decisões podem influenciar o futuro da companhia, já que existe a possibilidade de serem aprovadas medidas reformistas na China”, conclui.

No acumulado de novembro, as ações ordinárias da Vale registram alta de 7%, já as preferenciais classe A sobem 4,5%.

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