Mercados

Vale condenada por Brumadinho: qual o impacto na bolsa?

Justiça de MG condenou a pela primeira vez companhia a reparar todos os danos causados pelo rompimento das barragens que deixaram 270 mortos

Região de Brumadinho: tragédia impulsionou o preço do minério de ferro, o que beneficiou a companhia (Washington Alves/Reuters)

Região de Brumadinho: tragédia impulsionou o preço do minério de ferro, o que beneficiou a companhia (Washington Alves/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de julho de 2019 às 06h38.

Última atualização em 10 de julho de 2019 às 06h46.

Esta quarta-feira será uma oportunidade de checar como os desdobramentos da tragédia de Brumadinho podem impactar as ações da mineradora Vale. Ontem, em dia de bolsa fechada em virtude de feriado em São Paulo, a Justiça de Minas Gerais condenou a pela primeira vez companhia a reparar todos os danos causados pelo rompimento das barragens no 25 de janeiro que deixaram 270 mortos.

O juiz da 6ª Vara de Fazenda Pública e Autarquias, Elton Pupo Nogueira, também manteve um bloqueio de 11 bilhões de reais da mineradora, mas não fixou um valor de multa, afirmando que as consequências do rompimento “ainda não são passíveis de quantificação”. Segundo ele, o valor vai ser calculado futuramente levando em conta as mortes, os danos ao meio ambiente e à atividade econômica.

Uma boa notícia, para a empresa, é a autorização para que metade do valor bloqueado seja substituído por outras garantias financeiras. O juiz ainda indeferiu pedidos para suspender as atividades ou intervir judicialmente na empresa. Segundo o magistrado, a Vale tem colaborado com todas as demandas feitas desde janeiro.

As consequências judiciais da tragédia de Brumadinho ainda estão em aberto. No início de julho, a Comissão Parlamentar de Inquérito instalada no Senado para apurar as causas do rompimento das barragens sugeriu o indiciamento da Vale e da TÜV SÜD, empresa responsável por atestar a estabilidade da barragem. Recomendou ainda o indiciamento de 15 pessoas, entre elas o ex-presidente Fabio Schvartsman e o diretor financeiro Luciano Siani.

A decisão da CPI fez a ação da vale cair 4% em um dia. Ainda assim, os papeis estão em alta de 20% desde o dia 28 de janeiro, embora ainda estejam 10% abaixo dos 56 reais registrados no dia anterior ao rompimento das barragens. A Vale se beneficia de uma situação sui generis. A tragédia de Brumadinho reduziu a oferta de minério de ferro e impulsionou seus preços. Segundo projeção da agência de classificação de riscos S&P Global Ratings, os preços do minério devem ficar elevados até 2021, prazo necessário para a Vale “restaurar a produção de volta aos níveis de 2018”.

Acompanhe tudo sobre:Brumadinho (MG)Exame HojeMinas Gerais

Mais de Mercados

B3 suspende negociação da Petrobras (PETR4) após divulgação de nova diretoria

Inflação baixou, mas Fed ficou mais conservador: o que aconteceu?

Petrobras (PETR4) paga dividendos extraordinários e regulares na próxima semana

"O corte de juros acabou e Copom unânime deve favorecer o câmbio", diz Ettore Marchetti, da EQI

Mais na Exame