Usiminas: trocar resolve?
A enrolada história da siderúrgica Usiminas teve ontem mais um capítulo. Sérgio Leite, até então vice-presidente comercial, foi eleito presidente da empresa pelo conselho de administração, no lugar de Rômel de Souza. Com uma dívida de 7,4 bilhões de reais e prejuízos há sete trimestres consecutivos, a Usiminas vive à beira de uma recuperação judicial. […]
Da Redação
Publicado em 26 de maio de 2016 às 05h41.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 18h46.
A enrolada história da siderúrgica Usiminas teve ontem mais um capítulo. Sérgio Leite, até então vice-presidente comercial, foi eleito presidente da empresa pelo conselho de administração, no lugar de Rômel de Souza.
Com uma dívida de 7,4 bilhões de reais e prejuízos há sete trimestres consecutivos, a Usiminas vive à beira de uma recuperação judicial. Leite entra com a missão de transformar a operação e as finanças da empresa. A Usiminas está em processo para aumentar seu capital em 1 bilhão de reais e tenta negociar o vencimento de 5,7 bilhões de reais em dívidas para se manter em pé. Experiência na empresa Leite tem. O executivo trabalha há 40 anos na Usiminas e foi diretor comercial na gestão dos últimos quatro presidentes.
Investidores sabem que os desafios ainda são gigantescos, prova disso é que a entrada de Leite não animou muito o mercado. Ontem, as ações preferenciais da empresa subiram apenas 2,35%. Em um ano esses papéis ainda têm perdas de 67%.
A eleição de Leite marca mais uma disputa entre as controladoras da empresa, a siderúrgica japonesa Nippon Steel, que defendia a permanência de Souza, e a ítalo-argentina Techint, que propunha a entrada de Leite. O nome do executivo foi aprovado por seis dos 11 membros do conselho. Os conselheiros indicados pela Nippon votaram contra e os da siderúrgica CSN se abstiveram.
Além de conseguir a aprovação de seu favorito para a presidência, a Techint emplacou, em abril, o presidente do conselho da empresa, Elias Brito. Em nota, analistas do banco JP Morgan disseram que a mudança é positiva, “uma vez que a Techint é percebida como um operador capaz da indústria”. Agora é torcer pela capacidade de Leite.