TJLP em mínima histórica sinaliza novos cortes da Selic
A Taxa de Juros de Longo Prazo sinaliza novas reduções na taxa básica de juros pelo Banco Central pela primeira vez em três anos
Da Redação
Publicado em 28 de junho de 2012 às 08h48.
São Paulo - A decisão do governo de reduzir a Taxa de Juros de Longo Prazo, praticada nos empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, pela primeira vez em três anos anos sinaliza novas reduções na taxa básica de juros pelo Banco Central.
O BNDES vai cortar a TJLP em 0,5 ponto percentual, para 5,5 por cento ao ano, disse o ministro da Fazenda, Guido Mantega, a jornalistas ontem em Brasília. A taxa dos contratos de juros futuros com vencimento em abril de 2013 caíram 1 ponto-base, para 7,59 por cento, indicando que operadores esperam que o Comitê de Política Monetária do BC, capitaneado pelo presidente Alexandre Tombini, corte a Selic para 7,75 por cento até agosto, dos 8,5 por cento atuais.
O Copom já cortou a Selic em 4 pontos percentuais desde agosto, a maior redução entre os países do Grupo dos 20, para estimular a economia. A diferença entre a taxa overnight do contrato de Depósito Interfinanceiro e a TJLP caiu para 2,5 pontos percentuais, a menor diferença da história, antes do corte anunciado ontem.
“O anúncio do ministro da Fazenda do corte da TJLP é um sinal de que a Selic vai cair”, disse Carlos Thadeu de Freitas Gomes, ex-diretor do BC e atualmente economista-chefe da Confederação Nacional do Comércio, em entrevista por telefone do Rio de Janeiro. “Não há dúvidas” de que a redução da TJLP reforça as expectativas de que o BC vá reduzir a Selic para 7,5 por cento, disse ele.
Diante dos cortes no juro básico para proteger a economia da crise de dívida na Europa, o rendimento das Notas do Tesouro Nacional da série F com vencimento em 2021 desabou 147 pontos- base desde agosto para 9,94 por cento, de acordo com dados compilados pela Bloomberg.
"Mais amigável"
A redução da TJLP vai afetar R$ 480 bilhões em empréstimos do BNDES, informou Mantega. Estados como Rio de Janeiro devem receber US$ 9,8 bilhões em créditos atrelados à taxa, como parte da iniciativa do governo para financiar projetos de infraestrutura antes da Copa do Mundo em 2014 e das Olimpíadas em 2016.
A queda na Selic levou o governo a baixar a taxa para os empréstimos subsidiados, disse Mauricio Rosal, economista-chefe da Raymond James Brasil.
“Os empréstimos do BNDES continuarão a ser mais amigáveis” do que outros empréstimos bancários, afirmou Rosal em entrevista por telefone de São Paulo.
Um porta-voz do BNDES se recusou a fazer comentários para esta reportagem. O BC também preferiu não comentar.
O governo também elevou em R$ 6,6 bilhões o total destinado à compra de ônibus, tratores, caminhões e outros equipamentos, como parte do esforço para estimular o crescimento, disse Mantega. Segundo o ministro, a economia vai se expandir mais de 2,5 por cento este ano, após crescer 2,7 por cento no ano passado e 7,5 por cento em 2010.
"Reduzir o espaço"
Para Luciano Rostagno, estrategista do Banco WestLB do Brasil SA, a redução da taxa para empréstimos subsidiados pode substituir cortes mais profundos no juro básico.
“Não acho que o corte na TJLP signifique um corte na Selic”, disse Rostagno em entrevista por telefone. “Ela pode reduzir o espaço para uma Selic menor.”
O governo baixou a TJLP um mês após a Presidente Dilma Rousseff mudar regras para a poupança que existiam há 150 anos, o que também alimentou especulações de que o governo estaria criando espaço para redução de juros pelo BC.
“Se você corta a TJLP e muda as regras da caderneta de poupança, isso significa que está se preparando para juros menores”, disse Jankiel Santos, economista-chefe do Banco Espírito Santo de Investimento, em entrevista por telefone de São Paulo.
São Paulo - A decisão do governo de reduzir a Taxa de Juros de Longo Prazo, praticada nos empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, pela primeira vez em três anos anos sinaliza novas reduções na taxa básica de juros pelo Banco Central.
O BNDES vai cortar a TJLP em 0,5 ponto percentual, para 5,5 por cento ao ano, disse o ministro da Fazenda, Guido Mantega, a jornalistas ontem em Brasília. A taxa dos contratos de juros futuros com vencimento em abril de 2013 caíram 1 ponto-base, para 7,59 por cento, indicando que operadores esperam que o Comitê de Política Monetária do BC, capitaneado pelo presidente Alexandre Tombini, corte a Selic para 7,75 por cento até agosto, dos 8,5 por cento atuais.
O Copom já cortou a Selic em 4 pontos percentuais desde agosto, a maior redução entre os países do Grupo dos 20, para estimular a economia. A diferença entre a taxa overnight do contrato de Depósito Interfinanceiro e a TJLP caiu para 2,5 pontos percentuais, a menor diferença da história, antes do corte anunciado ontem.
“O anúncio do ministro da Fazenda do corte da TJLP é um sinal de que a Selic vai cair”, disse Carlos Thadeu de Freitas Gomes, ex-diretor do BC e atualmente economista-chefe da Confederação Nacional do Comércio, em entrevista por telefone do Rio de Janeiro. “Não há dúvidas” de que a redução da TJLP reforça as expectativas de que o BC vá reduzir a Selic para 7,5 por cento, disse ele.
Diante dos cortes no juro básico para proteger a economia da crise de dívida na Europa, o rendimento das Notas do Tesouro Nacional da série F com vencimento em 2021 desabou 147 pontos- base desde agosto para 9,94 por cento, de acordo com dados compilados pela Bloomberg.
"Mais amigável"
A redução da TJLP vai afetar R$ 480 bilhões em empréstimos do BNDES, informou Mantega. Estados como Rio de Janeiro devem receber US$ 9,8 bilhões em créditos atrelados à taxa, como parte da iniciativa do governo para financiar projetos de infraestrutura antes da Copa do Mundo em 2014 e das Olimpíadas em 2016.
A queda na Selic levou o governo a baixar a taxa para os empréstimos subsidiados, disse Mauricio Rosal, economista-chefe da Raymond James Brasil.
“Os empréstimos do BNDES continuarão a ser mais amigáveis” do que outros empréstimos bancários, afirmou Rosal em entrevista por telefone de São Paulo.
Um porta-voz do BNDES se recusou a fazer comentários para esta reportagem. O BC também preferiu não comentar.
O governo também elevou em R$ 6,6 bilhões o total destinado à compra de ônibus, tratores, caminhões e outros equipamentos, como parte do esforço para estimular o crescimento, disse Mantega. Segundo o ministro, a economia vai se expandir mais de 2,5 por cento este ano, após crescer 2,7 por cento no ano passado e 7,5 por cento em 2010.
"Reduzir o espaço"
Para Luciano Rostagno, estrategista do Banco WestLB do Brasil SA, a redução da taxa para empréstimos subsidiados pode substituir cortes mais profundos no juro básico.
“Não acho que o corte na TJLP signifique um corte na Selic”, disse Rostagno em entrevista por telefone. “Ela pode reduzir o espaço para uma Selic menor.”
O governo baixou a TJLP um mês após a Presidente Dilma Rousseff mudar regras para a poupança que existiam há 150 anos, o que também alimentou especulações de que o governo estaria criando espaço para redução de juros pelo BC.
“Se você corta a TJLP e muda as regras da caderneta de poupança, isso significa que está se preparando para juros menores”, disse Jankiel Santos, economista-chefe do Banco Espírito Santo de Investimento, em entrevista por telefone de São Paulo.