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TIM despenca após sanções e Telecom Italia também desaba

Antes da sanções da Anatel, o ministro Paulo Bernardo ameaçou suspender as vendas da operadora caso a qualidade do serviço não melhorasse

A suspensão das vendas da TIM derrubou também as ações da controladora da empresa na Itália, a Telecom Italia, que fechou em queda de 7,1% (Marcel Salim/EXAME.com)
DR

Da Redação

Publicado em 19 de julho de 2012 às 13h52.

São Paulo - As ações da TIM Participações desabavam na bolsa paulista nesta quinta-feira, após as vendas de serviços da operadora de telefonia móvel terem sido suspensas em 18 estados brasileiros e no Distrito Federal.

A decisão anunciada na véspera pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) faz parte de um pacote de sanções contra operadoras brasileiras, em meio a crescentes reclamações de clientes sobre a qualidade dos serviços prestados.

"A TIM é claramente a maior perdedora da decisão da Anatel", avaliou o BTG Pactual em relatório nesta quinta-feira.

Além do impacto financeiro negativo --já que a operadora está proibida de vender em mais de 60 por cento do mercado de telefonia móvel--, o banco também avalia que a medida pode afetar a reputação da TIM e prejudicar as vendas mesmo após o término da sanção.

Às 13h, a ação da TIM despencava 8,25 por cento, a 8,68 reais, a maior queda desde agosto de 2011 e a maior desvalorização do Ibovespa, o principal índice da bolsa paulista, que subia 1,25 por cento.

A suspensão das vendas da TIM derrubou também as ações da controladora da empresa na Itália, a Telecom Italia, que fechou em queda de 7,1 por cento na sessão.

Desde 11 de julho, quando o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, ameaçou suspender as vendas da TIM caso a qualidade do serviço não melhorasse, a ação da operadora acumula queda de 10,7 por cento, considerando a cotação de fechamento na véspera.

A proibição anunciada pela Anatel ocorre em meio a um cenário de forte adição líquida de clientes pela TIM, que retomou a vice-liderança do mercado em agosto do ano passado.

No fim de junho, conforme dados divulgados na véspera, existiam 256,13 milhões de linhas ativas no país, com a Vivo --do grupo Telefônica Brasil, de controle espanhol-- na liderança com 29,6 por cento do mercado, seguida pela TIM, com 26,9 por cento.

Em nove meses, a TIM abriu uma diferença de quase 6 milhões de clientes para a Claro, da mexicana América Móvil e terceira colocada no Brasil.

Oi avança, Vivo recua

Além da sanção contra a TIM, a Anatel também proibiu a comercialização de serviços da Oi e da Claro em cinco e três estados, respectivamente.


"Claro também vai sofrer, já que está impedida de vender em São Paulo, o Estado mais rico do Brasil", afirmaram os analistas do BTG Pactual.

"Oi se saiu relativamente bem, já que foi proibida de vender só em Estados menores. Talvez até se beneficie da decisão e possa acelerar as vendas em alguns mercados principais." Segundo as estimativas do banco, a Oi ficará banida de cerca de 29 por cento do mercado total de telefonia, enquanto Claro não poderá vender em cerca de 9 por cento do mercado.

Em relatório, o analista Rizwan Ali, do Deutsche Bank, afirmou que as ações da Oi devem ser menos as impactadas entre as três empresas que sofreram sanção da Anatel.

A preferencial da Oi subia 4,25 por cento na Bovespa, a 9,56 reais, e estava entre as principais altas do Ibovespa na sessão. Claro não possui ações na bolsa paulista.

As ações da Vivo tinham queda de 1,46 por cento, a 48 reais. A operadora escapou de ter suas vendas suspensas pela Anatel, assim como a Sercomtel e a CTBC.

No entanto, todas as empresas terão de apresentar um plano de investimentos em até 30 dias, sob o risco de sofrerem sanções.

Dentre as operadoras brasileiras listadas na bolsa, o Credit Suisse disse em relatório preferir os papéis da Vivo "devido a seu elevado e sustentável dividend yield, sua estratégia de liderança no mercado de dados móveis e qualidade superior da rede".

Os analistas do banco mantiveram a recomendação de "outperform" (acima da média do mercado) para as ações da Vivo, mas reduziram o preço-alvo de 62 para 60 reais.

Para a TIM, o Credit Suisse cortou a recomendação de "neutral" (neutro) para "underperform" (abaixo da média do mercado) e o preço-alvo de 11,50 para 10 reais.

As medidas anunciadas pela Anatel valem a partir da próxima segunda-feira. Quem desobedecer poderá enfrentar multa diária de 200 mil reais.

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"A TIM é claramente a maior perdedora da decisão da Anatel", avaliou o BTG Pactual em relatório nesta quinta-feira.

Além do impacto financeiro negativo --já que a operadora está proibida de vender em mais de 60 por cento do mercado de telefonia móvel--, o banco também avalia que a medida pode afetar a reputação da TIM e prejudicar as vendas mesmo após o término da sanção.

Às 13h, a ação da TIM despencava 8,25 por cento, a 8,68 reais, a maior queda desde agosto de 2011 e a maior desvalorização do Ibovespa, o principal índice da bolsa paulista, que subia 1,25 por cento.

A suspensão das vendas da TIM derrubou também as ações da controladora da empresa na Itália, a Telecom Italia, que fechou em queda de 7,1 por cento na sessão.

Desde 11 de julho, quando o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, ameaçou suspender as vendas da TIM caso a qualidade do serviço não melhorasse, a ação da operadora acumula queda de 10,7 por cento, considerando a cotação de fechamento na véspera.

A proibição anunciada pela Anatel ocorre em meio a um cenário de forte adição líquida de clientes pela TIM, que retomou a vice-liderança do mercado em agosto do ano passado.

No fim de junho, conforme dados divulgados na véspera, existiam 256,13 milhões de linhas ativas no país, com a Vivo --do grupo Telefônica Brasil, de controle espanhol-- na liderança com 29,6 por cento do mercado, seguida pela TIM, com 26,9 por cento.

Em nove meses, a TIM abriu uma diferença de quase 6 milhões de clientes para a Claro, da mexicana América Móvil e terceira colocada no Brasil.

Oi avança, Vivo recua

Além da sanção contra a TIM, a Anatel também proibiu a comercialização de serviços da Oi e da Claro em cinco e três estados, respectivamente.


"Claro também vai sofrer, já que está impedida de vender em São Paulo, o Estado mais rico do Brasil", afirmaram os analistas do BTG Pactual.

"Oi se saiu relativamente bem, já que foi proibida de vender só em Estados menores. Talvez até se beneficie da decisão e possa acelerar as vendas em alguns mercados principais." Segundo as estimativas do banco, a Oi ficará banida de cerca de 29 por cento do mercado total de telefonia, enquanto Claro não poderá vender em cerca de 9 por cento do mercado.

Em relatório, o analista Rizwan Ali, do Deutsche Bank, afirmou que as ações da Oi devem ser menos as impactadas entre as três empresas que sofreram sanção da Anatel.

A preferencial da Oi subia 4,25 por cento na Bovespa, a 9,56 reais, e estava entre as principais altas do Ibovespa na sessão. Claro não possui ações na bolsa paulista.

As ações da Vivo tinham queda de 1,46 por cento, a 48 reais. A operadora escapou de ter suas vendas suspensas pela Anatel, assim como a Sercomtel e a CTBC.

No entanto, todas as empresas terão de apresentar um plano de investimentos em até 30 dias, sob o risco de sofrerem sanções.

Dentre as operadoras brasileiras listadas na bolsa, o Credit Suisse disse em relatório preferir os papéis da Vivo "devido a seu elevado e sustentável dividend yield, sua estratégia de liderança no mercado de dados móveis e qualidade superior da rede".

Os analistas do banco mantiveram a recomendação de "outperform" (acima da média do mercado) para as ações da Vivo, mas reduziram o preço-alvo de 62 para 60 reais.

Para a TIM, o Credit Suisse cortou a recomendação de "neutral" (neutro) para "underperform" (abaixo da média do mercado) e o preço-alvo de 11,50 para 10 reais.

As medidas anunciadas pela Anatel valem a partir da próxima segunda-feira. Quem desobedecer poderá enfrentar multa diária de 200 mil reais.

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