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Temporada de balanços, teto flexível, 3R e o que mais move o mercado

Bolsas internacionais oscilam próximas da estabilidade com temores sobre estagflação e otimismo com resultados corporativos

Logo da TIM (Alessia Pierdomenico/Bloomberg)
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Guilherme Guilherme

Publicado em 25 de outubro de 2021 às 07h18.

Última atualização em 25 de outubro de 2021 às 11h13.

A semana inicia com o clima misto nos mercados internacionais, com investidores otimistas com os balanços corporativos, mas ainda cautelosos quanto ao risco de estagflação das principais economias.

Entre os pontos de preocupação está a apreciação de commodities, que tem impactos diretos sobre a inflação global. Em Londres, o petróleo brent é negociado em alta, próximo das máximas de três anos, acima de 85 dólares por barril. Em Dalian, o minério de ferro subiu, com números menores de exportação para a China.

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Na manhã desta segunda-feira, 25, as bolsas da Europa oscilam entre os terrenos positivo e negativo, enquanto os futuros americanos apresentam ligeiras alta. O principal destaque é o índice Nasdaq, que sobe 0,21% antes dos resultados das big techs.

Temporada de balanços

Nesta semana, Facebook, Google, Microsoft, Apple e Amazon divulgam seus respectivos balanços nesta semana, além de empresas tradicionais, como Coca-Cola, McDonald’s e Berkshire Hathaway, do megainvestidor Warren Buffett.

No Brasil, a temporada de balanços ganha corpo, com as principais empresas da bolsa reportando seus números do terceiro trimestre. Entre os resultados mais aguardados da semana estão os da Vale, Petrobras, Weg, Inter e Klabin. Hoje, Tim (TIMP3), EDP (ENBR3) e Ecorodovias (ECOR3) apresentam seus balanços.

Investidores ainda devem repercutir nesta sessão o resultado da Hypera (HYPE3), divulgado na noite de sexta-feira, 23. No terceiro trimestre, a companhia apresentou lucro líquido de 201,6 milhões de reais, 42% abaixo do mesmo período do ano passado. Por outro lado, a receita líquida cresceu 50% para 1,63 bilhão de reais, superando o consenso da Bloomberg de 1,57 bilhão de reais.

Teto flexível

Além da temporada de balanços e riscos de estagflação, o mercado brasileiro segue atento aos desdobramentos fiscais, que levaram o Ibovespa a registrar seu pior desempenho semanal do ano na última semana, quando caiu 7,28%. A queda só não foi maior graças à permanência do ministro Paulo Guedes, que reduziu as perdas do índice de mais de 3% para 1,28%, no último pregão.

Apesar da continuidade do economista ter sido um alívio para o mercado financeiro, o clima entre os investidores ainda é de insegurança sobre a sustentabilidade fiscal do governo. Durante o fim de semana, Guedes voltou a reafirmar que é preciso “flexibilizar um pouco” o teto de gastos para aumentar os encargos sociais. Os gastos fora do teto são vistos por parte do mercado como uma tentativa do presidente Jair Bolsonaro de restabelecer sua popularidade, que vem em queda. Ontem, ao lado do ministro, o presidente sinalizou que Guedes ficará até o fim de seu mandato.

Semana de Copom

As preocupações sobre o descompromisso com a disciplina fiscal tem levado investidores a precificar uma taxa de juros mais alta no futuro. Para a próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), desta semana, as apostas subiram de um ajuste de 100 pontos base (bps) para 125 bps. Parte do mercado, como o BTG Pactual, vê chance real de uma alta de até 150 bps.

As expectativas de uma postura mais dura por parte do Banco Central vão na contramão da última ata do Copom, que sinalizou um “ajuste de mesma magnitude” (de 100 bps) para quarta-feira, 27. Na última reunião, grande parte dos investidores esperavam uma alta mais forte, mas foram pegos no contrapé com as declarações do presidente do BC, Roberto Campos Neto, que afirmou que manteria o “plano de voo”.

Oferta da 3R

A 3 R Petroleum (RRRP3) anunciou que fará uma oferta subsequente de ações (follow-on, em inglês) de até 66 milhões de papéis , sendo apenas 7.300 em forma de oferta secundária. O encerramento do período de reserva está previsto para o próximo dia 4. O dinheiro arrecadado, segundo a 3R será para o pagamento de aquisições em curso. Considerando o preço por ação do último fechamento, de 33,95 reais, a oferta pode levantar cerca de 2,240 bilhões de reais

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