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Temor sobre crise na Itália piora e dólar sobe 2%

É a maior cotação de fechamento no mercado à vista desde 21 de outubro, quando ficou em 1,7805 real

A moeda dos Estados Unidos se depreciou 0,30% (Mark Wilson/Getty images)
DR

Da Redação

Publicado em 9 de novembro de 2011 às 17h24.

São Paulo - A preocupação com a crise na zona do euro provocou uma alta de 2 por cento do dólar nesta quarta-feira, com o mercado acompanhando a forte queda das bolsas e o aumento da aversão a risco.

A moeda norte-americana fechou a 1,7760 real para venda, em alta de 2,08 por cento. É a maior cotação de fechamento no mercado à vista desde 21 de outubro, quando ficou em 1,7805 real.

Em relação a uma cesta com as principais divisas, como o euro, a moeda dos Estados Unidos tinha alta de 1,7 por cento às 17h (horário de Brasília). Em Wall Street, as bolsas norte-americanas tinham baixa de mais de 3 por cento no mesmo horário.

Operadores no Brasil apontavam a crise europeia como motivo para a subida do dólar. Os investidores estão preocupados com a possibilidade de que a Itália siga o caminho de Grécia, Portugal e Irlanda, cujas dívidas se tornaram insustentáveis e precisaram de ajuda para evitar um calote.

O problema é que a dívida da Itália é considerada grande demais em comparação com os instrumentos de ajuda atuais, e um colapso da dívida na terceira maior economia da zona do euro poderia colocar a própria união monetária em risco.

O juro dos títulos italianos de 10 anos superou o patamar de 7 por cento nesta quarta-feira, considerado insustentável, mesmo após a intervenção do Banco Central Europeu (BCE).


O premiê italiano Silvio Berlusconi anunciou na terça-feira que renunciará após a aprovação da nova lei orçamentária, mas permanece a indefinição sobre o futuro político do país, que pode passar por eleições antecipadas para a formação do novo governo.

De acordo com o banco Barclays, em relatório, a Itália "já pode ter passado do ponto de não-retorno." "A experiência histórica sugere que a dinâmica negativa do mercado que ameaça a Itália é muito difícil de ser quebrada." Apesar do aumento da volatilidade e dos volumes um pouco menores no mercado brasileiro, a liquidez ainda está preservada, afirmou o diretor de operações com derivativos de uma corretora em São Paulo.

"Ninguem está deixando de fazer negócios por causa de liquidez, pelo menos não ouvi nada nesse sentido", afirmou.

Outro operador, diante da incerteza internacional, afirmou que a taxa de câmbio pode alcançar 1,80 real até sexta-feira. "E pode até chegar em 1,85 real se engrossar lá fora." A entrada e saída de dólares no país, por ora, permanece equilibrada, segundo dados do Banco Central. O fluxo cambial ficou negativo em 36 milhões de dólares no início de novembro, com dados referentes até o dia 4.

A taxa Ptax, calculada pelo BC e usada como referência para os ajustes de contratos futuros e outros derivativos de câmbio, fechou a 1,7516 real para venda, em alta de 0,36 por cento ante terça-feira.

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São Paulo - A preocupação com a crise na zona do euro provocou uma alta de 2 por cento do dólar nesta quarta-feira, com o mercado acompanhando a forte queda das bolsas e o aumento da aversão a risco.

A moeda norte-americana fechou a 1,7760 real para venda, em alta de 2,08 por cento. É a maior cotação de fechamento no mercado à vista desde 21 de outubro, quando ficou em 1,7805 real.

Em relação a uma cesta com as principais divisas, como o euro, a moeda dos Estados Unidos tinha alta de 1,7 por cento às 17h (horário de Brasília). Em Wall Street, as bolsas norte-americanas tinham baixa de mais de 3 por cento no mesmo horário.

Operadores no Brasil apontavam a crise europeia como motivo para a subida do dólar. Os investidores estão preocupados com a possibilidade de que a Itália siga o caminho de Grécia, Portugal e Irlanda, cujas dívidas se tornaram insustentáveis e precisaram de ajuda para evitar um calote.

O problema é que a dívida da Itália é considerada grande demais em comparação com os instrumentos de ajuda atuais, e um colapso da dívida na terceira maior economia da zona do euro poderia colocar a própria união monetária em risco.

O juro dos títulos italianos de 10 anos superou o patamar de 7 por cento nesta quarta-feira, considerado insustentável, mesmo após a intervenção do Banco Central Europeu (BCE).


O premiê italiano Silvio Berlusconi anunciou na terça-feira que renunciará após a aprovação da nova lei orçamentária, mas permanece a indefinição sobre o futuro político do país, que pode passar por eleições antecipadas para a formação do novo governo.

De acordo com o banco Barclays, em relatório, a Itália "já pode ter passado do ponto de não-retorno." "A experiência histórica sugere que a dinâmica negativa do mercado que ameaça a Itália é muito difícil de ser quebrada." Apesar do aumento da volatilidade e dos volumes um pouco menores no mercado brasileiro, a liquidez ainda está preservada, afirmou o diretor de operações com derivativos de uma corretora em São Paulo.

"Ninguem está deixando de fazer negócios por causa de liquidez, pelo menos não ouvi nada nesse sentido", afirmou.

Outro operador, diante da incerteza internacional, afirmou que a taxa de câmbio pode alcançar 1,80 real até sexta-feira. "E pode até chegar em 1,85 real se engrossar lá fora." A entrada e saída de dólares no país, por ora, permanece equilibrada, segundo dados do Banco Central. O fluxo cambial ficou negativo em 36 milhões de dólares no início de novembro, com dados referentes até o dia 4.

A taxa Ptax, calculada pelo BC e usada como referência para os ajustes de contratos futuros e outros derivativos de câmbio, fechou a 1,7516 real para venda, em alta de 0,36 por cento ante terça-feira.

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