Temor de que crise de 2008 se repita derruba juro futuro
O medo de que se repitam situações como a quebra do banco Lehman Brothers cresceu após a Standard & Poor's ter rebaixado o rating dos EUA de AAA para AA+
Da Redação
Publicado em 8 de agosto de 2011 às 19h00.
São Paulo - O nervosismo tomou conta dos principais mercados ao redor do mundo e aqui, no mercado de juro futuro, não foi diferente e as taxas projetadas pelos contratos futuros de depósito interfinanceiro (DI) caíram forte. O movimento de perdas nos DIs se acelerou à tarde acompanhando a queda de quase 10% do índice Bovespa. O temor de que se repita agora o que aconteceu em 2008, quando houve a quebra do banco norte-americano Lehman Brothers, cresceu após a Standard & Poor's ter rebaixado o rating de crédito dos EUA de AAA para AA+ na sexta-feira à noite. Uma pequena parte do mercado passou a considerar a possibilidade de o Banco Central brasileiro promover um corte da taxa Selic já no encontro deste mês, dias 30 e 31.
Ao final da sessão regular na BM&F, a projeção de taxa do DI futuro com vencimento em janeiro 2012 (503.445 contratos) passou de 12,34% na sexta-feira para 12,26% ao ano hoje e o DI de janeiro 2013 (522.670 contratos) recuou de 12,23% para 11,97% ao ano. Esses DIs também registraram volume de negócios bem acima da média para uma segunda-feira. O contrato de janeiro de 2014 (239.510 contratos) projetou taxa de 12,02% ao ano ante 12,33% da sessão anterior. Já os negócios com vencimentos mais longos, foram bem inferiores. Janeiro de 2017 (27.000 contratos ) projetou 12,05% ante 12,25% e a projeção do DI de janeiro de 2021 (5.245 contratos) passou de 12,17% para 12,01% ao ano.
Um gestor de renda fixa de uma corretora paulista, lembra que na ocasião da quebra do Lehman o Banco Central brasileiro estava num processo de elevação da taxa Selic e, com o estouro da crise, passou a cortar a taxa de juro. "O mercado já está precificando esse cenário e o DI de outubro de 2011 mostra isso", disse a mesma fonte. Esse vencimento registrou taxa de 12,30% ante 12,37% no ajuste de sexta-feira. O volume de contratos negociados atingiu 177.260 ante 44.817 na sessão anterior.
Já o estrategistra-chefe da CM Capital Markets, Luciano Rostagno, não acredita que o BC irá promover um corte da Selic este mês. "É muito remota essa possibilidade, a não ser que aconteça um evento como o do Lehman Brothers ou que algum país da Europa entre em moratória. O BC vai aguardar e ver o impacto que isso tudo terá na economia brasileira", avaliou o estrategista. "Estamos em um cenário de pânico, com commodities e bolsas caindo forte e isso tem um efeito pronunciado na curva de juro, onde também estão sendo acionados os stops (mecanismo de limite de perda de perdas)", disse.
São Paulo - O nervosismo tomou conta dos principais mercados ao redor do mundo e aqui, no mercado de juro futuro, não foi diferente e as taxas projetadas pelos contratos futuros de depósito interfinanceiro (DI) caíram forte. O movimento de perdas nos DIs se acelerou à tarde acompanhando a queda de quase 10% do índice Bovespa. O temor de que se repita agora o que aconteceu em 2008, quando houve a quebra do banco norte-americano Lehman Brothers, cresceu após a Standard & Poor's ter rebaixado o rating de crédito dos EUA de AAA para AA+ na sexta-feira à noite. Uma pequena parte do mercado passou a considerar a possibilidade de o Banco Central brasileiro promover um corte da taxa Selic já no encontro deste mês, dias 30 e 31.
Ao final da sessão regular na BM&F, a projeção de taxa do DI futuro com vencimento em janeiro 2012 (503.445 contratos) passou de 12,34% na sexta-feira para 12,26% ao ano hoje e o DI de janeiro 2013 (522.670 contratos) recuou de 12,23% para 11,97% ao ano. Esses DIs também registraram volume de negócios bem acima da média para uma segunda-feira. O contrato de janeiro de 2014 (239.510 contratos) projetou taxa de 12,02% ao ano ante 12,33% da sessão anterior. Já os negócios com vencimentos mais longos, foram bem inferiores. Janeiro de 2017 (27.000 contratos ) projetou 12,05% ante 12,25% e a projeção do DI de janeiro de 2021 (5.245 contratos) passou de 12,17% para 12,01% ao ano.
Um gestor de renda fixa de uma corretora paulista, lembra que na ocasião da quebra do Lehman o Banco Central brasileiro estava num processo de elevação da taxa Selic e, com o estouro da crise, passou a cortar a taxa de juro. "O mercado já está precificando esse cenário e o DI de outubro de 2011 mostra isso", disse a mesma fonte. Esse vencimento registrou taxa de 12,30% ante 12,37% no ajuste de sexta-feira. O volume de contratos negociados atingiu 177.260 ante 44.817 na sessão anterior.
Já o estrategistra-chefe da CM Capital Markets, Luciano Rostagno, não acredita que o BC irá promover um corte da Selic este mês. "É muito remota essa possibilidade, a não ser que aconteça um evento como o do Lehman Brothers ou que algum país da Europa entre em moratória. O BC vai aguardar e ver o impacto que isso tudo terá na economia brasileira", avaliou o estrategista. "Estamos em um cenário de pânico, com commodities e bolsas caindo forte e isso tem um efeito pronunciado na curva de juro, onde também estão sendo acionados os stops (mecanismo de limite de perda de perdas)", disse.