Juros: a percepção que não haverá tempo hábil este ano para a votação do texto da reforma na Câmara (Thinkstock/Thinkstock)
Estadão Conteúdo
Publicado em 30 de novembro de 2017 às 17h24.
São Paulo - O pessimismo sobre as chances de aprovação da reforma da Previdência continuou pesando sobre a curva de juros, cujas taxas de longo prazo voltaram a fechar em alta nesta quinta-feira, 30. Os contratos de curto prazo, por sua vez, terminaram com taxas em leve queda.
No fim da sessão regular, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2019 fechou em 7,11%, de 7,13% no ajuste de quarta, e a do DI para janeiro de 2020 subiu de 8,41% para 8,47%. A taxa do DI para janeiro de 2021 avançou de 9,33% para 9,38% e a do DI para janeiro de 2023, de 10,19% para 10,28%.
A percepção que não haverá tempo hábil este ano para a votação do texto na Câmara, sobretudo diante do embate do PSDB e do governo o que, na visão dos analistas, dificulta a aglutinação de apoio, prevaleceu ao longo do dia, embora as taxas tenham ensaiado correção de parte da alta de quarta em alguns momentos, por exemplo, no começo da tarde após o leilão de Letras do Tesouro Nacional (LTN). A oferta de 6 milhões de títulos foi vendida integralmente.
Porém, a cautela acabou mesmo dando o tom. Os tucanos querem alterações no texto da reforma, às quais o governo sinalizou que não vai ceder, mas o presidente interino do partido, Alberto Goldman, afirmou que na quarta-feira haverá nova reunião do partido para decidir se a sigla fechará questão sobre a votação da reforma.
E, diante da ansiedade em torno da definição de uma data, o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), deixou claro que não tem data porque não tem voto. "Só vou marcar uma data se tivermos os votos", disse. Maia admitiu que a votação da medida provisória do Repetro - aprovado por 208contra 184 - expôs a falta de articulação da base aliada ao tratar uma matéria bem menos polêmica.
Para a Previdência ser aprovada, são necessários 308 votos. Para o presidente da Câmara, essa votação era chave e uma forma de medir as chances do governo com a Reforma da Previdência.
A pressão no mercado de juros, contudo, é vista como moderada em relação aos demais ativos domésticos e também diante do expressivo aumento do rendimento dos Treasuries nesta tarde.
Às 16h38, o dólar à vista tinha alta de mais de 1%, aos R$ 3,2749 (+1,15%) e, nas ações, o Ibovespa tinha perdas de 1,83%, aos 71.365,32 pontos. Já a taxa da T-Note de dez anos rompia os 2,43%.