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Taxas futuras ficam voláteis antes de dado fiscal

O mercado de juros futuros também estão voltadas para o resultado primário do Governo Central


	Bovespa: às 10h, o DI para janeiro de 2015 estava com taxa de 10,79%
 (Bloomberg News/Paulo Fidman)

Bovespa: às 10h, o DI para janeiro de 2015 estava com taxa de 10,79% (Bloomberg News/Paulo Fidman)

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Da Redação

Publicado em 27 de junho de 2014 às 10h36.

São Paulo - A Receita Federal informou, há pouco, um total de R$ 87,897 bilhões arrecados em impostos e contribuições federais em maio, mas as atenções do mercado de juros futuros também estão voltadas para o resultado primário do Governo Central (Previdência Social, Tesouro Nacional e Banco Central), que será conhecido apenas no início do tarde.

Por enquanto, os contratos de depósito interfinanceiro (DIs) oscilam entre margens estreitas, ora com viés de alta, ora com viés de baixa. Esse vaivém relega o comportamento do dólar, que perde terreno ante o real nesta manhã.

Economistas do mercado financeiro consultados pelo AE Projeções esperavam que a arrecadação federal somasse entre R$ 86,853 bilhões e R$ 96,400 bilhões em maio, o que gerou uma mediana de R$ 90,2 bilhões.

Com isso, os cálculos dos analistas para os números do governo central, no mesmo mês, foram feitos sem o conhecimento da arrecadação federal, o que deixou as previsões divididas.

Assim, as expectativas para o resultado primário vão desde um déficit de R$ 6,5 bilhões a um superávit de R$ 4 bilhões (mediana negativa de R$ 894 milhões). O dado será conhecido às 14 horas.

À espera desses números, por volta das 10 horas na BM&FBovespa, o DI para janeiro de 2015 estava nivelado ao ajuste de ontem, com taxa de 10,79%; o DI para janeiro de 2017 projetava taxa de 11,43%, de 11,41% no ajuste da véspera; e o DI para janeiro de 2021 estava em 11,88%, de 11,84% no ajuste anterior.

É válido lembrar que depois que o Banco Central reduziu as estimativas para o crescimento econômico em 2014 e subiu a previsão para a inflação pelo IPCA neste e no próximo ano, admitindo uma maior probabilidade de romper o teto da meta em 12 meses e atingir 6,6% em setembro, as atenções dos investidores no Brasil se voltam para os dados fiscais.

Esses indicadores podem elevar o pessimismo com a economia brasileira, depois da mensagem deixada pela autoridade monetária de que a inflação continuará alta, mas a taxa básica de juros (Selic) seguirá no atual nível de 11%.

Ainda pelo lado fiscal, fontes afirmaram ao Broadcast que técnicos da equipe econômica admitem nos bastidores que a decisão do governo federal de exigir um pagamento de R$ 2 bilhões da Petrobras pela exploração de quatro campos de petróleo concedidos diretamente à empresa teve como pano de fundo o cumprimento da meta fiscal deste ano.

Além disso, o repasse de R$ 931 milhões do BNDES ao Tesouro, até o dia 30 deste mês, também irá engordar o caixa do governo e ajudar a cumprir a meta de superávit primário.

Ambas as medidas são vistas por analistas como uma manobra de "contabilidade criativa", o que tira credibilidade da política fiscal.

Há pouco, o IBGE informou que o Índice de Preços ao Produto (IPP) caiu 0,24% em maio ante abril. O resultado de abril foi revisado, de queda de 0,38% para recuo maior, de 0,41%. Até o mês passado, o IPP acumula altas de 1,09% no ano e de 6,59% nos últimos 12 meses.

Mais cedo, a Fundação Getúlio Vargas (FGV) informou uma queda maior que a esperada do Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) em junho, de -0,74%, ante uma deflação menor, de 0,13% em maio.

As estimativas apontavam para quedas entre 0,50% e 0,67%, com a mediana em -0,60%. Segundo a entidade, trata-se da maior queda para o IGP-M desde março de 2009.

Além disso, a confiança do comércio caiu 6,4% no segundo trimestre deste ano, em relação a igual período de 2013, no maior tombo desde dezembro de 2011.

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