Suzano se beneficia da trajetória de alta do preço da celulose e lucro líquido cresce 171% no ano
No quarto trimestre, a empresa registrou lucro líquido de R$ 7,46 bilhões, uma alta de 222%
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Suzano: estimativa de desembolso total operacional passou de R$ 1.500 por tonelada para, aproximadamente, R$ 1.750 por tonelada até 2027 (SOPA Images/Getty Images)

Publicado em 28 de fevereiro de 2023, 20h15.
A trajetória de alta do preço da celulose ao longo de 2022 beneficiou o resultado da Suzano (SUZB3) ao longo do ano, somando-se a volumes mais altos e conseguindo anular o efeito negativo de custos ainda elevados. No ano, a receita da companhia saltou 22%, para R$ 49,83 bilhões, enquanto o lucro líquido cresceu nada menos que 171%, para R$ 23,4 bilhões.
No quarto trimestre, a empresa registrou lucro líquido de R$ 7,46 bilhões, uma alta de 222% em relação ao mesmo período de 2021, quando havia sido de R$ 2,31 bilhões.
O resultado, diz a empresa "pela variação positiva no resultado financeiro, como resultado da valorização cambial sobre a dívida e sobre a marcação a mercado das operações com derivativos, e pelo aumento no resultado operacional, por sua vez em função da elevação da receita líquida e outras receitas operacionais, a despeito do maior CPV [custo por produto vendido] e maior SG&A [despesas de vendas, gerais e administrativas]".
No período, a receita somou R$ 14,37 bilhões, alta de 25% sobre o mesmo trimestre de 2021. Esse crescimento se explica pelo maior preço médio líquido da celulose em dólar, que cresceu 31%, e preço médio líquido de papel, que avançou 39%, no período. A alta, porém, foi de apenas 1% ante o terceiro trimestre de 2022.
Geração de caixa recorde
O Ebitda (sigla em inglês lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da Suzano cresceu 20% no ano, para R$ 28,19 bilhões. O número é ajustado, excluindo itens não recorrentes. No trimestre, avançou 29%, para R$ 8,17 bilhões.
Na comparação com o terceiro trimestre, houve queda de 5%, explicada principalmente pelo maior custo por produto vendido e pelo avanço das despesas.
Esse desempenho anual fez com que a geração de caixa operacional fosse recorde, chegando a R$ 6,5 bilhões - um avanço de 34% ante o ano anterior. A geração de caixa é medida pelo Ebitda Ajustado menos o capex de manutenção (em regime caixa).
Revisão das estimativas
A Suzano alterou sua estimativa de desembolso total operacional de R$ 1.500 por tonelada para, aproximadamente, R$ 1.750 por tonelada até 2027. Isso reflete maiores índices de inflação e investimentos em áreas florestais.
São considerados na composição da estimativa, os seguintes desembolsos operacionais: custo caixa de produção de celulose (incluindo paradas programadas) de R$ 708/t; custos e despesas logísticas, com
vendas e administrativas de R$ 573/t; e investimentos de manutenção (capex de manutenção) de R$ 470/t.
As estimativas não consideramexpectativas ou premissas de inflação ou variação cambial para o período de 2024 em diante. Considera-se, ainda, a operação da Suzano à plena capacidade, incluindo o Projeto Cerrado.
Cancelamento de ações
O conselho da companhia aprovou o cancelamento de 37.145.969 ações ordinárias atualmente mantidas em tesouraria, equivalentes a 92,86% do total de ações emitidas pela companhia, adquiridas no âmbito dos programas de recompra de ações. Com isso, o capital social da Suzano, de R$ R$ 9,27 bilhões passou a ser dividido em 1.324.117.615 ações.
Créditos

Raquel Brandão
Repórter de InvestJornalista há mais de uma década, foi repórter do Estadão, passando pela coluna do comentarista Celso Ming. Também foi repórter de empresas e bens de consumo no Valor Econômico. Na Exame desde 2022, cobre companhias abertasÚltimas Notícias
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