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Surpreendente alta do PIB dos EUA aumenta expectativa para inflação do Fed desta sexta

Núcleo do PCE deve revelar desaceleração em setembro, segundo economistas, mas segue distante da meta do banco central americano

Bandeira dos EUA: PIB cresce 4,9% no 3º tri (fotog/Getty Images)

Publicado em 26 de outubro de 2023 às 14h43.

Última atualização em 26 de outubro de 2023 às 15h02.

Investidores foram surpreendidos nesta quinta-feira, 26, pelo resultado do Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre dos Estados Unidos. O mercado esperava uma forte alta de 4,3%, mas o crescimento foi ainda maior, de 4,9%, representando uma aceleração em relação à alta de 2,1% do segundo trimestre. Consumo das famílias, do governo e o mercado imobiliário contribuíram para o resultado.

Os números robustos da economia americana foram registrados mesmo com a recente alta de juros do Federal Reserve (Fed), que está hoje no maior patamar desde o início de 2001. Com a disparada da inflação no ano passado, o banco central americano elevou sua taxa de juro de próximo de 0% para entre 5,25% e 5,5%.

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"Essa dinâmica reflete um mercado de trabalho aquecido, com demanda maior do que a oferta de trabalhadores", escreveuClaudia Rodrigues, economista do C6 Bank.

A inflação tem arrefecido, mas o próprio Fed tem dito que ainda é cedo para comemorar vitória. Com a atividade aquecida e níveis historicamente baixos de desemprego nos Estados Unidos, há preocupações que o desalinhamento de alguma das incontáveis engrenagens que movem a economia tenha efeitos significativos.

Expectativa aumenta para o PCE

O Índice de Preço sobre Consumo Pessoal (PCE), indicador de inflação no qual são baseadas as políticas do Fed, tem desacelerado. Mas segue longe da meta de 2%. Sua próxima divulgação, do PCE de setembro, está prevista para esta sexta-feira, 27.

"O forte PIB dos Estados Unidos divulgado hoje aumenta ainda mais a atenção do mercado para o PCE de amanhã; Se o número sair muito acima do esperado, o mercado pode voltar a apostar em uma nova alta de juro. Mas o grande debate se tornou o por quanto tempo a taxa se manterá elevada e, no ciclo de cortes, até quanto ela vai cair", afirmou Danilo Igliori, economista-chefe da Nomad, à Exame Invest.

O consenso para o núcleo do PCE é de uma leve queda de 3,9% para 3,7%. O indicador estava próximo de 5% no início do ano.

O risco de um PCE acima do esperado, segundo Igliori, pode ter reflexos sobre o mercado títulos do Tesouro dos Estados Unidos. A recente alta dos rendimentos, com o título de dez anos chegando a pagar 5%, se tornou uma das principais preocupações no mercado, dado o aumento de demanda com o título pagando mais.

Bolsas dos Estados Unidos operam em queda nesta quinta, enquanto a procura derruba os rendimentos dos títulos do Tesouro americano, considerados um porto-seguro no mercado. Os títulos tem passado por um forte rali desde o início da semana, quando o com vencimento em 10 anos passou de 5% pela primeira vez em 16 anos. A recente alta dos rendimentos fez bancos de investimento recomendarem a compra e grandes investidores a desmontarem as posições vendidas.

Enquanto crescem os debates sobre se os 5% serão teto ou o piso do rendimento, investidores seguem atentos aos dados correntes de inflação e atividade para calibrar a aposta.

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