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Semana amarga para as ações da Petrobras

Uma avalanche de avaliações negativas derrubou o preço dos papéis; no ano, queda chega a 30%

Petrobras pós-capitalização
DR

Da Redação

Publicado em 14 de dezembro de 2010 às 18h50.

Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 16h39.

São Paulo - Os investidores da Petrobras (PETR3); (PETR4) não terão o que comemorar neste próximo feriadão. As ações da estatal brasileira caíram cerca de 5% esta semana depois de uma avalanche de recomendações negativas dos analistas do mercado financeiros, que estavam até então impedidos de opinar sobre as projeções para a empresa.As ações preferenciais terminaram esta sexta-feira cotados a 26 reais e acumularam uma queda de 5,45% na semana. No ano, a baixa chega a 27,57%. Os papéis ordinários, por sua vez, encerraram o dia negociados a 28,90 reais, vendidos a 28,90 reais. Na semana, a variação ficou negativa em 5,56% e, no ano, está em 29,27%.Considerando o preço de fechamento de hoje, as ações estão com um preço inferior ao estabelecido no processo de capitalização. Quem comprou as novas ações na oferta pagou mais caro do que o preço negociado atualmente na bolsa. Na operação, cada ação ordinária foi vendida a 29,65 reais e a preferencial saiu com um preço de 26,30 reais.Confira nas próximas páginas um resumo das análises que movimentaram o mercado nesta semana. Entre os pontos comuns dos analistas, destaque para o efeito de diluição dos acionistas após a capitalização de 120 bilhões de reais e o valor definido para o preço do barril de petróleo (8,51 dólares) no processo de cessão onerosa dos 5 bilhões de barris no pré-sal.
  • 2. Barclays

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  • O Barclays rebaixou, na quarta-feira (6), a classificação dos papéis representativos das ações preferenciais (PETR4) da Petrobras de alocação acima da média do mercado (overweight) para alocação dentro da média do mercado (equalweight). A mudança é acompanhada pela redução do preço-alvo dos papéis da estatal negociados em Nova York para os próximos doze meses de 39 dólares para 34 dólares.Os papéis representativos das ações ordinárias da petrolífera (PETR3) também receberam novo preço alvo, rebaixado de 40 dólares para 35 dólares. Sua classificação de desempenho dentro da média do mercado foi mantida. De acordo com os analistas Paul Cheng, Cristina Cheng e Danielle Diamond, o recuo na avaliação da estatal reflete os efeitos da diluição dos acionistas após a capitalização
  • 3. Itaú

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  • A Itaú Corretora também reduziu, na terça-feira (5), a recomendação das ações preferenciais da Petrobras (PETR4) de outperform (desempenho acima da média do mercado) para market perform (desempenho em linha com a média do mercado). O anúncio veio seguido de um novo preço-alvo para as ações para o final de 2011, definido em 38,20 reais, o que representa uma redução de 29% em relação à sua estimativa anterior, mostra o
    relatório.A retomada da cobertura do papel pela analista Paula Kovarsky decidiu pela redução do preço por considerar, entre outros fatores, a diluição depois da capitalização, já incluindo o exercício do lote suplementar, e a aquisição dos barris da cessão onerosa dois dólares acima da estimativa de valor justo (o preço final ficou em 8,51 dólares). Ela notou a redução da "boa vontade do mercado em relação à Petrobras e do apetite dos investidores para pagar prêmios significativos" nos últimos dois anos.
  • 4. Morgan Stanley

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    O banco Morgan Stanley derrubou, na terça-feira (5), o preço-alvo para os papéis da Petrobras, mas manteve a recomendação de alocação acima da média para a estatal, revela relatório assinado pelo analista Subhojit Daripa. O preço-alvo para os papéis representativos das ações ordinárias passou de 61 dólares para 45 dólares e, para os preferenciais, o valor foi estabelecido em 39 dólares.O analista, contudo, traz uma visão diferente para a empresa. Para Daripa, o banco se diferencia do consenso do mercado porque não foca no pré-sal, mas também no valor existentes nas atuais reservas. "Achamos que o mercado subestima o potencial da base de reservas existente em relação à do pré-sal. Acreditamos que a reserva existente é muito mais importante do que a do pré-sal em termos de valor para a companhia", explica o documento.
  • 5. Fator

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    Desta vez, os analistas Rodrigo Fernandes e Hering Shen, da Fator Corretora, rebaixaram as projeções para as ações da estatal. O preço-alvo para os papéis preferenciais passou de 49 reais para 36 reais. A recomendação de "manutenção" das ações foi mantida. "Acreditamos que a Petrobras segue com bons fundamentos, porém não possui eventos significativos de curto prazo para alterar o viés negativo do mercado sobre a companhia", afirmam os analistas, em relatório. As ações da empresa já acumulam uma desvalorização de aproximadamente de 30% no ano.Apesar das perspectivas desfavoráveis, a Fator Corretora destaca que, "exceto por surpresas relativas à evolução do preço do petróleo, a geração operacional de caixa da companhia continuará sólida no curto e médio prazo", dizem. Segundo os analistas, a Petrobras deveria revisar os investimentos nos projetos de refinarias, dando maior ênfase para a região Sudeste e alargando os prazos de conclusão, "o que poderia aliviar o fluxo de investimento da empresa".
  • 6. UBS e Merrill Lynch

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    Ainda no mês passado, os, analistas do UBS e Merrill Lynch, tradicionais bancos de investimentos, mostraram ceticismo com a empresa. O UBS, que não participou da coordenação da oferta, recomendou a venda dos papéis da empresa. O preço-alvo para as ações ordinárias foi reduzido de 33 reais para 30 reais. Segundo a analistas do banco, Lilyanna Yang, o corte se deveu à oferta "altamente diluidora". "Nós atualizamos nosso modelo para refletir a cara aquisição dos 5 bilhões de barris da cessão onerosa", escreveu a analista.Os analistas Frank McGann e Conrado Vegner, da Merrill Lynch, reduziram o preço-alvo das ações preferenciais da Petrobras de 52 reais para 49 reais. De acordo com a análise, a alteração reflete a queda das estimativas devido ao aumento de 47% no número de ações em circulação depois da capitalização. Apesar disso, o banco analisa que os efeitos da diluição já estão no preço. A recomendação é de compra.
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