Saída da OGX reforçou status de referência do Ibovespa
O histórico de volatilidade de 30 dias do Ibovespa, que chegou ao pico em julho, caiu e atingiu a maior baixa em cinco meses desde que a petrolífera foi expulsa
Da Redação
Publicado em 13 de novembro de 2013 às 12h57.
Nova York e São Paulo - A remoção da OGX Petróleo Gás Participações SA do Ibovespa está reduzindo a volatilidade e reforçando o status do índice como referência para as ações no Brasil.
O histórico de volatilidade de 30 dias do Ibovespa, que chegou ao pico em julho com um 30,4, caiu e atingiu a maior baixa em cinco meses, de 17,8, desde que os operadores do índice expulsaram a produtora de petróleo de Eike Batista após seu pedido de falência, em 30 de outubro, segundo dados compilados pela Bloomberg.
A exclusão é a cena final de uma queda de 98 por cento que durou 16 meses e deixou as ações valendo R$ 0,13, eliminando R$ 19,7 bilhões em valor de mercado.
Embora a queda tenha feito da OGX o menor membro da Ibovespa em capitalização de mercado, ela também afetou desproporcionalmente a direção do indicador por causa da dependência do índice em relação ao volume negociado para determinar a importância relativa de ações individuais.
Como a OGX registrou as oscilações de preço mais extremas entre as 321 maiores empresas da América Latina, a BM&FBovespa SA, operadora do índice, anunciou mudanças planejadas sobre como ela determina quanto o peso de uma ação enfatiza o valor de ações negociadas publicamente, em um modelo semelhante ao método usado no indicador de ações MSCI Inc.’s Brazil.
“A OGX se tornou um grande componente do indicador e neste ano ela afetou a credibilidade do Ibovespa”, disse Nicholas Cowley, que ajuda a gerenciar cerca de US$ 100 bilhões como gerente de investimentos da Henderson Global Investors Ltd. em Londres. “Eles reconheceram que essa metodologia não é necessariamente a única correta. Eu acredito que isso irá restaurar a fé das pessoas”.
As novas regras também barrariam ações que são negociadas por menos de R$ 1. A OGX era o único membro do Ibovespa abaixo desse nível quando a operadora da bolsa revelou as mudanças, em setembro.
Influência
A OGX teve o maior impacto sobre a direção do Ibovespa em 16 dos 23 pregões de outubro. A queda de 97 por cento nas ações em 2013 antes de elas serem retiradas respondeu por cerca de quatro quintos da queda de 10 por cento do índice no período.
A assessoria de imprensa da empresa com sede no Rio de Janeiro preferiu não comentar a respeito do preço ou da volatilidade de suas ações. A OGX está estudando maneiras de superar suas “dificuldades momentâneas”, disse Sérgio Bermudes, um advogado de Eike Batista, por telefone, em 30 de outubro.
“A imagem da bolsa não foi manchada pela OGX”, disse a repórteres o CEO da BM&FBovespa, Edemir Pinto, em 11 de novembro.
A BM&FBovespa preferiu não fazer mais comentários.
Eike Batista, que começou a listar seis empresas de commodities recém-criadas, em 2006, acumulou uma fortuna de US$ 34,5 bilhões até março de 2012. O magnata de 57 anos de idade perdeu o título de homem mais rico do Brasil em novembro de 2012 e deixou a lista de bilionários do mundo em julho, quando vendeu ativos e reduziu as operações.
O Ibovespa caiu 15 por cento neste ano, o terceiro pior desempenho entre os 94 maiores índices de referência do mundo.
A saída da OGX do Ibovespa ajudará o mercado de ações do Brasil mesmo se o crescimento vacilante e a preocupação com a redução do estímulo do Banco Central dos EUA prejudicar os retornos, segundo Marc Sauerman, gerente de carteiras da J. Malucelli Investimentos.
“Com a saída da OGX, você não tem mais 4 a 5 por cento do índice puramente especulativos”, disse Sauerman em entrevista por telefone, de Curitiba. “Você está mostrando que o Brasil não é só para especulação”.
Nova York e São Paulo - A remoção da OGX Petróleo Gás Participações SA do Ibovespa está reduzindo a volatilidade e reforçando o status do índice como referência para as ações no Brasil.
O histórico de volatilidade de 30 dias do Ibovespa, que chegou ao pico em julho com um 30,4, caiu e atingiu a maior baixa em cinco meses, de 17,8, desde que os operadores do índice expulsaram a produtora de petróleo de Eike Batista após seu pedido de falência, em 30 de outubro, segundo dados compilados pela Bloomberg.
A exclusão é a cena final de uma queda de 98 por cento que durou 16 meses e deixou as ações valendo R$ 0,13, eliminando R$ 19,7 bilhões em valor de mercado.
Embora a queda tenha feito da OGX o menor membro da Ibovespa em capitalização de mercado, ela também afetou desproporcionalmente a direção do indicador por causa da dependência do índice em relação ao volume negociado para determinar a importância relativa de ações individuais.
Como a OGX registrou as oscilações de preço mais extremas entre as 321 maiores empresas da América Latina, a BM&FBovespa SA, operadora do índice, anunciou mudanças planejadas sobre como ela determina quanto o peso de uma ação enfatiza o valor de ações negociadas publicamente, em um modelo semelhante ao método usado no indicador de ações MSCI Inc.’s Brazil.
“A OGX se tornou um grande componente do indicador e neste ano ela afetou a credibilidade do Ibovespa”, disse Nicholas Cowley, que ajuda a gerenciar cerca de US$ 100 bilhões como gerente de investimentos da Henderson Global Investors Ltd. em Londres. “Eles reconheceram que essa metodologia não é necessariamente a única correta. Eu acredito que isso irá restaurar a fé das pessoas”.
As novas regras também barrariam ações que são negociadas por menos de R$ 1. A OGX era o único membro do Ibovespa abaixo desse nível quando a operadora da bolsa revelou as mudanças, em setembro.
Influência
A OGX teve o maior impacto sobre a direção do Ibovespa em 16 dos 23 pregões de outubro. A queda de 97 por cento nas ações em 2013 antes de elas serem retiradas respondeu por cerca de quatro quintos da queda de 10 por cento do índice no período.
A assessoria de imprensa da empresa com sede no Rio de Janeiro preferiu não comentar a respeito do preço ou da volatilidade de suas ações. A OGX está estudando maneiras de superar suas “dificuldades momentâneas”, disse Sérgio Bermudes, um advogado de Eike Batista, por telefone, em 30 de outubro.
“A imagem da bolsa não foi manchada pela OGX”, disse a repórteres o CEO da BM&FBovespa, Edemir Pinto, em 11 de novembro.
A BM&FBovespa preferiu não fazer mais comentários.
Eike Batista, que começou a listar seis empresas de commodities recém-criadas, em 2006, acumulou uma fortuna de US$ 34,5 bilhões até março de 2012. O magnata de 57 anos de idade perdeu o título de homem mais rico do Brasil em novembro de 2012 e deixou a lista de bilionários do mundo em julho, quando vendeu ativos e reduziu as operações.
O Ibovespa caiu 15 por cento neste ano, o terceiro pior desempenho entre os 94 maiores índices de referência do mundo.
A saída da OGX do Ibovespa ajudará o mercado de ações do Brasil mesmo se o crescimento vacilante e a preocupação com a redução do estímulo do Banco Central dos EUA prejudicar os retornos, segundo Marc Sauerman, gerente de carteiras da J. Malucelli Investimentos.
“Com a saída da OGX, você não tem mais 4 a 5 por cento do índice puramente especulativos”, disse Sauerman em entrevista por telefone, de Curitiba. “Você está mostrando que o Brasil não é só para especulação”.