Segundo analistas, esta é a primeira compra efetuada por Murdoch de papéis da News Corporation nos últimos quatro anos (Stephen Lovekin/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 11 de fevereiro de 2011 às 22h24.
Nova York - O magnata da comunicação Rupert Murdoch investiu nesta semana mais de US$ 20 milhões em ações do grupo News Corporation, proprietário, entre muitos outros, do jornal "The Wall Street Journal" e do "New York Post" e do qual o australiano é o principal responsável.
Segundo a documentação registrada na Comissão da Bolsa de Valores dos Estados Unidos, que estava disponível para consulta nesta sexta-feira em seu site, Murdoch adquiriu nos últimos dias US$ 1,2 milhão em ações do grupo de comunicação.
Segundo analistas, esta é a primeira compra efetuada por Murdoch de papéis da News Corporation nos últimos quatro anos e acontece apenas alguns dias depois do lançamento do "The Daily", o primeiro grande jornal americano criado exclusivamente como aplicativo para os novos computadores planos, ou tablets.
O novo jornal, que por enquanto só está disponível para o iPad da Apple e custa US$ 0,99 semanais, é uma aposta muito pessoal de Murdoch, que conduziu sua apresentação na semana passada em Nova York.
O magnata australiano acredita que esse formato de veículo permitirá que jornalismo escrito saia da crise em que está imerso e fará com que os leitores passem a pagar por notícias na rede, onde, por enquanto, as fórmulas de pagamento não obtiveram êxito considerável.
Na semana passada, a News Corporation também revelou que entre julho e dezembro de 2010 ganhou US$ 1,417 bilhão (US$ 0,54 por ação), o que representa 71,75% a mais do que no mesmo período do ano anterior, apesar de sua receita ter crescido apenas 1,91%, para US$ 16,187 milhões.
Só entre outubro e dezembro, a companhia ganhou US$ 642 milhões (US$ 0,24 por ação), valor 2,5 vezes maior do que o lucro acumulado um ano antes, enquanto seu faturamento registrou também um avanço mínimo de 0,88% para ficar em US$ 8,76 milhões.
A melhora nas contas se deve em grande parte a suas atividades no âmbito da televisão, que ajudaram a compensar as quedas registradas em outras áreas de atividade e a despesa extraordinária de US$ 275 milhões, derivada, entre outros custos, do valor que o grupo está assumindo para reestruturar o MySpace, uma rede social que liderou o mercado até a criação do Facebook e que acaba de anunciar a demissão da metade de seus funcionários.