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Rotativo: o fim dos juros altos?

A partir desta segunda-feira nenhum brasileiro poderá usar por mais de 30 dias o crédito rotativo do cartão de crédito. A taxa de juros deste produto é o principal algoz dos inadimplentes, com estrondosos 481,5% ao ano. A partir de agora, assim que vencer a segunda fatura, o cliente terá de quitar a primeira conta […]

ITAÚ: começa a valer nesta segunda-feira as novas regras para o uso do rotativo do cartão de crédito / Reuters
DR

Da Redação

Publicado em 3 de abril de 2017 às 06h37.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 18h49.

A partir desta segunda-feira nenhum brasileiro poderá usar por mais de 30 dias o crédito rotativo do cartão de crédito. A taxa de juros deste produto é o principal algoz dos inadimplentes, com estrondosos 481,5% ao ano. A partir de agora, assim que vencer a segunda fatura, o cliente terá de quitar a primeira conta ou trocar essa dívida por um novo empréstimo.

Em teoria, um empréstimo parcelado tem taxa de juro mais barata que a do cartão de crédito. Em média, enquanto os juros do rotativo estão em 15% ao mês, os juros no parcelado estão em cerca de 8% ao mês. Mas, na prática, as diferenças podem não ser tão grandes assim. Os principais bancos do país sinalizaram que cobrarão juros semelhantes aos que vinham praticando no rotativo nos últimos meses.

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No Banco do Brasil, enquanto o juro do rotativo varia atualmente de 1,92% a 9,79% mensais, a taxa do parcelado terá variação de 1,91% a 9,38%. No Bradesco, o juro do rotativo estava variando entre 3,6% e 9,8% ao mês. Com a nova regra, o banco decidiu acabar com a linha de crédito rotativo. Neste caso, o cliente que não conseguir quitar integralmente a fatura do cartão contratará automaticamente o parcelamento do valor em 12 vezes com juros entre 3,6% e 9,8% – os mesmos que o banco vinha cobrando do rotativo. O Santander também anunciou o fim do rotativo, e informou que passará a parcelar automaticamente o saldo entre quatro e 18 vezes com juros entre 2,99% e 9,99%. No Itaú, enquanto os juros no rotativo estão em 9,99% mensais, os juros da dívida que poderá ser parcelada terá variação entre 0,99% a 8,9% ao mês.

“A medida é benéfica tanto para o cliente quanto para o banco, mas será preciso monitorar por um tempo para saber quanto realmente os juros estão caindo. Por enquanto, a única certeza que temos é que obrigatoriamente ele tem que ser menor, para seguir a determinação do Conselho Monetário Nacional”, diz Joelson Sampaio, professor de economia da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado. Será, de fato, preciso monitorar de perto.

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