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Risco fiscal, balanços e repercussão de falas do Fed: os assuntos que movem o mercado

Dia também é marcado pelo primeiro dia do Comitê de Política Monetária (Copom) que decidirá nos valores para a Selic

Radar: mercado acompanha direcionamento de recursos para tragédia do Rio Grande do Sul (Secretaria de Cultura do Rio Grande do Sul/Divulgação)
Rebecca Crepaldi

Repórter de finanças

Publicado em 7 de maio de 2024 às 08h40.

Os mercados internacionais operam majoritariamente em alta nesta terça-feira, 7.Com exceção da Nasdaq, os índices futuros americanos sobem. Na Europa, as principais bolsas operam todas em alta. Na Ásia, os mercados fecharam majoritariamente com valorização. Na contramão do exterior, o Ibovespa futuro cai no pré-mercado, de olho no primeiro dia da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).

Risco fiscal e Rio Grande do Sul

A Câmara dos Deputados aprovou, na noite de segunda-feira, 6, o projeto de decreto legislativo (PDL) 236/2024 enviado pelo governo federal que reconhece o estado de calamidade pública no Rio Grande do Sul (RS) até 31 de dezembro de 2024. Ainda hoje, o Senado também deve aprovar o decreto.

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Com essa medida, os limites e prazos estipulados pela Lei de Responsabilidade Fiscal poderão ser temporariamente suspensos, agilizando o repasse de recursos federais para o estado, que enfrenta a sua pior crise climática devido às enchentes.Além disso, os recursos destinados a essa finalidade não estarão sujeitos às restrições de empenho. Por conta disso, o mercado acompanha se a exclusão das metas fiscais dos recursos direcionados para o RS das metas pode ocasionar em incertezas sobre as contas públicas.

O desastre das chuvas no Rio Grande do Sul segue aumentando no número de vítimas, feridos e atingidos pelas enchentes. O último boletim divulgado pela Defesa Civil gaúcha na noite desta segunda-feira, 6, aponta que já são mais de 85 mortos em todo o estado, 134 desaparecidos e 339 feridos. Ainda há quatro mortes suspeitas de estarem ligadas ao temporal.

Balanços

De olho na temporada de balanços, nesta terça é a vez de Auren (AUR3), BRF (BRFS3), Carrefour (CRFB3), Cury (CURY3), GPA (PCAR3), Prio (PRIO3), Raia Drogasil (RADL3) e Vivo (VIVT3). Ontem, o foco ficou com Itaú (ITUB4).

O maior banco do Brasil mostrou que começou 2024 com o pé direito. A instituição reportou um lucro líquido de R$ 9,77 bilhões no primeiro trimestre deste ano. O resultado representa uma alta de 15,8% frente ao mesmo período do ano passado, e de 3,9% contra o saldo do trimestre anterior.

Outro destaque foi Rede D'Or (RDOR3), que encerrou o primeiro trimestre de 2024 com lucro líquido de R$ 840,3 milhões. O número considera a incorporação da SulAmérica, concluída em dezembro de 2022, erepresenta uma alta de 176% ante o mesmo período de 2023.

Ainda na esteira de resultados positivos, TIM (TIMS3) registrou um lucro de R$ 519 milhões no 1T24, alta de 19% frente ao mesmo período de 2023, quando o lucro foi de R$ 437 milhões.Já o lucro por ação (LPA) normalizado foi de R$ 0,21 nos três primeiros meses do ano, enquanto no 1T23 esse valor foi de R$ 0,18.

Falas do Fed

Investidores ainda repercutem as movimentações do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA). Ontem, o presidente do Fed de Richmond, Tom Barkin, e o presidente do Fed de Nova York, John Williams, discursaram durante a tarde. Hoje, a previsão é que o presidente do Fed de Minneapolis, Neel Kashkari, fale às 12h30.

As falas foram vistas com otimismo, já que estão alinhadas com o último discurso mais ameno do presidente Jerome Powell, e podem reforçar que os juros nos Estados Unidos começarão a ser cortados em setembro deste ano.

Desoneração da folha de pagamento e volta do DPVAT

No radar político, parlamentares avaliam um projeto de lei que propõe adiar por 90 dias a reoneração da folha de pagamento das empresas dos 17 setores. A medida visa ganhar tempo para negociar com o governo e evitar um aumento na carga tributária nesses segmentos econômicos, que são os responsáveis por empregar mais de 9 milhões de trabalhadores com carteira assinada.

Também nesta terça-feira, 7, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e o plenário do Senado devem deliberar sobre o projeto de lei que propõe a volta do seguro obrigatório de veículos terrestres, conhecido como Danos Pessoais por Veículos Automotores Terrestres (DPVAT).

A cobrança deste seguro foi extinta durante a administração de Jair Bolsonaro, em 2020, e está suspensa até então - o que pode mudar. O projeto, enviado pelo governo, estabelece as novas diretrizes para o DPVAT e foi aprovado na Câmara dos Deputados no dia 9 de abril. O senador Jaques Wagner (PT-BA), que também atua como líder do governo no Senado, apresentou um parecer favorável ao projeto.

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