Investidores retiraram US$ 150 bilhões de fundos de ações globais este ano (Shutterstock/Shutterstock)
Tais Laporta
Publicado em 22 de julho de 2019 às 18h50.
As más notícias para o mercado acionário agora podem se tornar uma tábua de salvação em qualquer correção futura, segundo estrategistas do Sanford C. Bernstein.
Investidores retiraram US$ 150 bilhões de fundos de ações globais este ano, e novas ofertas de ações continuam na prateleira. Um exemplo foi a decisão da AB InBev de suspender uma oferta pública inicial de suas operações na Ásia na semana passada. Apesar do rali do mercado acionário, que trouxe quase US$ 10 trilhões às bolsas este ano, investidores continuam cautelosos diante das incertezas em relação ao crescimento econômico, com o impasse nas relações comerciais entre Estados Unidos e China.
Para o Bernstein, a cautela dos investidores é motivo de otimismo, pois torna a liquidação de posições mais fácil se houver uma correção no mercado ou uma recessão.
"Essa venda por investidores de fundos tradicionais pode oferecer uma espécie de amortecimento para os mercados que estão entrando em desaceleração e com muitos mercados completamente valorizados", disseram estrategistas da equipe de Mark Diver.
Embora os mercados acionários tenham ganhado impulso com os comentários dovish do banco central dos EUA no mês passado, a pesquisa mais recente com gestores de recursos realizada pelo Bank of America Merrill Lynch mostra que a liquidez permanece elevada. Em vez de ações, muitos operadores têm acumulado títulos, com os fluxos para fundos de dívida somando US$ 254 bilhões este ano, segundo dados do Bank of America e EPFR Global.
Além das retiradas dos fundos de ações, o Bernstein diz que a combinação de alta atividade de recompras e vendas de ações estáveis é positiva para os retornos do mercado acionário, elevando o indicador de emissão líquida global da empresa para os níveis mais favoráveis em 24 anos.