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Receio de novas medidas mantém juros futuros em alta

Por Rosangela Dolis São Paulo - Os juros futuros seguiram em forte alta pelo segundo dia consecutivo, refletindo o nervosismo que se instalou no mercado com o receio de novas medidas cambiais que aumentem restrições a ingresso de capital externo na renda fixa e de alta da inflação. Essas preocupações se somaram aos temores de […]

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Da Redação

Publicado em 5 de novembro de 2010 às 15h43.

Por Rosangela Dolis

São Paulo - Os juros futuros seguiram em forte alta pelo segundo dia consecutivo, refletindo o nervosismo que se instalou no mercado com o receio de novas medidas cambiais que aumentem restrições a ingresso de capital externo na renda fixa e de alta da inflação. Essas preocupações se somaram aos temores de que o ajuste fiscal da presidente eleita, Dilma Rousseff, seja feito com aumento de tributação no sistema financeiro, como a volta da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), em vez de corte de despesas.

Ao término da negociação normal na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), as taxas posicionavam muito perto das máximas alcançadas no dia. A projeção do contrato futuro de depósito interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2012 (269.205 contratos negociados hoje) era de 11,47% ao ano, de 11,40% no ajuste de ontem; o DI de janeiro de 2013 (301.530 contratos negociados) ficou em 11,88% ao ano, ante 11,72% de ontem; a projeção do DI de janeiro de 2014 (24.275 contratos negociados) estava em 11,82% ao ano, de 11,67% no último ajuste; e o DI de janeiro de 2017 (29.125 contratos negociados) projetava 11,72% ao ano, de 11,63% no ajuste de ontem.

Com a tendência de enfraquecimento dada ao dólar pela irrigação de US$ 600 bilhões através da compra de títulos públicos anunciada pelo Federal Reserve (Fed, banco central americano) na quarta-feira, os agentes já avaliam que o governo brasileiro poderá tomar medidas adicionais para tentar depreciar o real, ampliando as restrições ao investimento estrangeiro na renda fixa. "Pode ser via novo aumento de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), quarentena ou Imposto de Renda, por exemplo", disse um operador. Em outubro, o governo elevou duas vezes a alíquota do IOF sobre capital externo destinado à renda fixa: na primeira, de 2% para 4%, e na segunda, para 6%.

Ainda como consequência das medidas do Fed, o mercado previne-se contra pressões sobre a inflação doméstica que podem vir em decorrência de uma elevação nos preços das commodities agrícolas. Essa pressão, dizem analistas, se fortalece, porque recai sobre uma economia que cresce com desemprego em queda e renda em alta.

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