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Quem é o atual dono do Pão de Açúcar?

O Pão de Açúcar começou como uma pequena doceria familiar, fundada pelo pai de Abilio Diniz, o português Valentim dos Santos Diniz, em 1948

Abilio Diniz não controlava o GPA desde 2012. (Germano Lüders/Exame)

Abilio Diniz não controlava o GPA desde 2012. (Germano Lüders/Exame)

Publicado em 19 de fevereiro de 2024 às 05h54.

Última atualização em 27 de fevereiro de 2024 às 14h01.

Morreu de pneumonite neste domingo, 18, o empresário Abilio Diniz, de 87 anos, que transformou o negócio de sua família em um dos maiores grupos de varejo do mundo, o Pão de Açúcar. Ele assumiu a presidência do GPA, como ficou conhecido, em 1990, e se tornou acionista majoritário em 1993. Mas, em 2005, o controle do grupo passou a ser compartilhado, 50% a 50%, entre Diniz e o grupo francês Casino, que já investia no grupo desde 1999.

Hoje, o atual controlador do Pão de Açúcar é o Casino, que assumiu o posto em 2012. A troca era esperada desde 2006, quando compraram o controle do grupo em um acordo com Diniz. Em 2011, o empresário até tentou alterar o pacto, e propôs uma fusão com o Carrefour, concorrente do Casino, mas o plano de fusão foi vetado. 

No entanto, o dono do Pão de Açúcar pode mudar em breve. Em julho de 2023, o Casino anunciou que pretende vender o Pão de Açúcar, numa tentativa de reduzir sua dívida, que era de 6,4 bilhões de euros (cerca de R$ 33 bilhões) ao final de 2022. No ano passado, o Casino também se desfez da sua participação na rede Assaí. 

Apesar de ter saído do GPA, Abilio Diniz continuava no varejo. Ele detinha 7% de participação no capital do Carrefour global, e era vice-presidente do conselho de administração do Carrefour Brasil. 

Da doceria a NY

O Pão de Açúcar começou como uma pequena doceria familiar, fundada pelo pai de Abilio Diniz, o português Valentim dos Santos Diniz, em 1948. Em 1959, foi aberto o primeiro supermercado Pão de Açúcar em São Paulo. Na década de 1960, começou a sua expansão por meio de aquisições de outros players do varejo. 

Foi sob a gestão de Abilio Diniz que o grupo abriu capital na bolsa de Nova York em 1995, se tornando a primeira empresa de controle 100% nacional a fazer uma emissão global de ações.

Os próximos anos foram de mais aquisições. Em 2006, o executivo negociou a compra do Atacadão, rede de atacarejo voltada às classes C e D. Mesmo com o faturamento na casa do bilhão, a diretoria do GPA não aprovou — e ele comprou pouco tempo depois a rede Assaí.

Mesmo depois do Casino tomar o controle do GPA em 2012, Abilio manteve o portfólio de lojas que havia comprado na pessoa física, em aluguéis que foram pagos até hoje. Com o poder tomado pelo Casino — e sua fortuna transformada em liquidez —, o executivo se dedicou cada vez mais à Península Participações, veículo de investimentos da família, e à participação no conselho de diferentes empresas.

Desde quando o grupo francês assumiu, Abilio fez uma série de previsões que se mostraram verdadeiras. Há mais de dez anos, já chamava a atenção do empresário o nível de endividamento da holding, bem como o apetite do Casino por desmantelar o Grupo Pão de Açúcar. Ao longo do tempo, diferentes negócios foram realmente vendidos, com o último exemplo mais recente sendo a venda da rede colombiana de supermercados Éxito.

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