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Queda de avião na Ucrânia leva instabilidade a bolsas

Em Wall Street, Dow Jones recuou 0,94%, Nasdaq caiu 1,41%, e S&P 500, 1,18%; bolsas europeias foram duramente afetadas pela incerteza e fecharam em queda


	Avião: bolsas de valores internacionais e ações de companhias aéreas registraram queda
 (Dominique Faget/AFP)

Avião: bolsas de valores internacionais e ações de companhias aéreas registraram queda (Dominique Faget/AFP)

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Da Redação

Publicado em 17 de julho de 2014 às 19h37.

Nova York - A queda de um avião da Malaysia Airlines na Ucrânia, que pode ter sido abatido, causou instabilidade nos mercados ocidentais nesta quinta-feira, derrubando as ações das companhias aéreas.

Em Wall Street, o índice Dow Jones recuou 0,94%. O Nasdaq caiu 1,41%, e o S&P 500, 1,18%.

As bolsas europeias foram duramente afetadas pela incerteza e fecharam em queda. A Bolsa de Paris recuou 1,21%; o índice Dax, em Frankfurt, 1,07%, e a Bolsa de Londres teve baixa de 0,68%. As bolsas asiáticas já estavam fechadas no momento da tragédia.

O mercado de câmbio permaneceu relativamente estável, com o euro a 1,3523 dólar. Na última quarta-feira o euro foi cotado a 1,3524 dólar.

No caso do petróleo, o barril de "light sweet crude" (WTI) para entrega em agosto subiu 1,99 dólar, a 103,19 dólares, na New York Mercantile Exchange (Nymex). Em Londres, o Brent subiu para 107,91 dólares.

A onça de ouro, um dos ativos mais seguros em tempos de crise, subiu a 1.302,50 dólares nesta tarde em Londres. Na quarta-feira passada, o metal valia 1.301 dólares a onça.

Os negociadores se refugiaram no mercado de títulos nos EUA, onde o rendimento dos bônus do Tesouro a dez anos caiu a 2,467%, contra 2,538% na quarta-feira. O rendimento dos bônus a 30 anos ficaram em 3,287%, contra 3,348%.

Tragédia aérea

Os mercados registram queda desde as 15h30 (12h30 de Brasília), quando os investidores souberam que um avião comercial que havia saído de Amsterdã para Kuala Lumpur tinha caído na região de Donetsk, leste da Ucrânia.

O Boeing 777 operado pela Malaysia Airlines transportava 295 pessoas. O presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, atribuiu a "um ato terrorista", alimentando as suspeitas de que a aeronave tenha sido abatida.

Jornalistas da AFP que chegaram ao local da queda do avião não viram sinais de sobreviventes. Várias testemunhas confirmaram esta suposição. Há vários meses, forças de Kiev e insurgentes pró-russos se enfrentam na área onde aconteceu a queda.

"É realmente uma má notícia", comentou Grégori Volokhine, da Meeschaert Financial Services."Isso coloca em dúvida a segurança das rotas aéreas nesta região do planeta e em outras regiões, como o Oriente Médio", destacou Volokhine.

"O que mais preocupa é que não seja um acidente, mas um avião derrubado. Vamos nos questionar sobre o que não vínhamos pensando até agora: o risco de balas perdidas sobre aviões comerciais", resumiu. "É inquietante para viajantes e investidores", acrescentou.

A companhia norte-americana Delta informou nesta quinta-feira, após a queda do avião, que havia decidido suspender os voos sobre o espaço.

"Por precaução, a Delta suspendeu os voos sobre o espaço aéreo da Ucrânia e está monitorando a situação que envolve o voo 17 da Malaysia Airlines", comentou a Delta em comunicado.

A alemã Lufthansa anunciou que decidiu afastar "amplamente" suas rotas do espaço aéreo ucraniano.

Setor aéreo em baixa

As ações das companhias aéreas registraram queda: a American Airlines recuou 2,52%, a 42,38 dólares; a Delta Airlines, 1,95%, a 37,13 dólares; e a United Continental, 2,03%, a 42,99 dólares.

A ação da Lufthansa caiu 2,37%, a 14,61 euros na bolsa de Frankfurt. Em Paris, a Air France-KLM teve perda de 1,45%, a 8,77 euros. Na Bolsa de Londres, a International Consolidated Airlines, matriz da British Airways e da espanhola Iberia, teve baixa de 3,02%. A easyJet, de 1,18%.

A fabricante Boeing registrou queda moderada, de 0,30% a 127,04 dólares.

As bolsas já haviam operado em baixa na quarta-feira por causa das sanções à Rússia anunciadas por Washington em resposta ao suposto apoio russo aos separatistas na Ucrânia.

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