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Depois de encostar em R$ 3,35, dólar fecha com leve alta ante real

O dólar recuou 0,01 por cento, a 3,3310 reais na venda, depois de ir até 3,3474 reais na máxima da sessão

Dólar: moeda operava em alta ante a cesta de moedas, também com suporte da revisão em alta do PIB dos EUA (Ricardo Moraes/Reuters)
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Reuters

Publicado em 28 de março de 2018 às 17h13.

Última atualização em 28 de março de 2018 às 18h41.

São Paulo - Depois de encostar em 3,35 reais na máxima da sessão, o dólar atraiu fluxo vendedor e acabou fechando praticamente estável ante o real nesta quarta-feira, movimento que se sobrepôs ao exterior, onde predominavam as preocupações sobre eventual guerra comercial global.

O dólar recuou 0,01 por cento, a 3,3310 reais na venda, depois de ir até 3,3474 reais na máxima da sessão. O dólar futuro tinha leve alta de cerca de 0,14 por cento.

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"O dólar tem trabalhado mais pressionado e está procurando seu novo patamar. Por ora, mercado entendeu que os 3,35 reais eram suficientes", comentou um gestor de derivativos de uma corretora local.

Na abertura desta quarta-feira, o mercado já havia tentado uma correção depois da alta que içou o dólar de 3,2428 reais no final de fevereiro para 3,3314 reais na véspera, influenciada pelo anúncio de leilão de linha pelo Banco Central. Mas o exterior acabou exercendo maior influência e o viés de alta voltou.

"A volatilidade segue alimentando a busca por segurança no mercado... O anúncio de leilão de linha do BC ajudou pontualmente na abertura, mas seguimos reféns do exterior, com Estados Unidos comandando o show", afirmou o operador da H.Commcor Corretora, Cleber Alessie Machado.

Na véspera, o BC anunciou para quinta-feira leilão de linha no total de até 2 bilhões de dólar es para rolar parte dos 3,5 bilhões de dólar es que vencem em 3 de abril.

"Enquanto alguns podem achar na rolagem parcial um motivo para alta do dólar, lembremos que o BC não rolou nada do 1,5 bilhão de dólar es que venceu no início deste mês", acrescentou Machado.

O Banco Central brasileiro vendeu nesta sessão toda a oferta de até 12,6 mil swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólar es, e concluiu a rolagem do vencimento de abril, de 9,029 bilhões de dólar es.

Em maio, vencem apenas 2,565 bilhões de dólar es em contratos de swap cambial, segundo dados do site da autoridade monetária. O estoque total do BC soma 23,797 bilhões de dólar es em swap.

No exterior, o jornal estatal chinês Global Times noticiou que a China anunciará em breve uma lista de tarifas retaliatórias sobre exportações dos Estados Unidos para o país.

Além disso, notícias de que o presidente norte-americano, Donald Trump, e a chanceler alemã, Angela Merkel, discutiram "unir forças para combater" as práticas econômicas da China e o suposto roubo de propriedade intelectual aumentaram os temores de que as tensões comerciais possam ganhar corpo.

O dólar operava em alta ante a cesta de moedas, também com suporte da revisão em alta do PIB dos EUA no quarto trimestre para 2,9 por cento, ante previsão de elevação de 2,7 por cento. A estimativa anterior havia sido de 2,5 por cento.

Uma economia mais robusta nos Estados Unidos pode levar o mercado a começar a prever alta adicional de juros além das outras duas previstas para este ano pelo Federal Reserve, banco central do país. Com isso, recursos aplicados em outras praças, como a brasileira, podem ser dirigidos ao mercado norte-americano.

Esse movimento pode encontrar respaldo no diferencial de juros, em meio à redução da Selic brasileira, atualmente na mínima histórica de 6,50 por cento ao ano e com apostas de que continuará recuando.

Ante divisas de emergentes, o dólar operava misto, com baixa ante o peso mexicano e alta ante a lira turca e o rand sul-africano.

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