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Plano de austeridade italiano é bem recebido pelos mercados

Bolsas fecharam em alta no continente depois do governo italiano apresentar as novas medidas de ajuste fiscal

Mario Monti disse que as medidas vão evitar que a Itália vire a Grécia (Alberto Pizzoli/AFP)
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Da Redação

Publicado em 5 de dezembro de 2011 às 16h19.

Roma - O chefe do governo italiano, Mario Monti, apresentou nesta segunda-feira um novo pacote de austeridade draconiano, que foi bem recebido pelos mercados. Monti defendeu as medidas para evitar que a Itália quebre e passe pela mesma crise que a Grécia.

"Sem este pacote, nós acreditamos que a Itália vai entrar em colapso e ficar em uma situação parecida com a da Grécia", advertiu o economista durante uma coletiva de imprensa.

O primeiro-ministro italiano assegurou que a Itália "tem cumprido sua parte", após aprovar no domingo um decreto de lei com um severo plano de medidas de ajuste para economizar 20 bilhões de euros. As medidas incluem um endurecimento das aposentadorias e pensões, assim como a quantia de 10 bilhões de euros em investimentos para estimular o crescimento.

Com isso, as principais bolsas europeias encerraram a sessão desta segunda-feira em alta. Segundo especialistas, o mercado apresentou também um certo nervosismo ante o discurso do presidente francês, Nicolas Sarkozy, e da chanceler alemã, Angela Merkel, que se reuniram em Paris. Ambos disseram esperar um "novo tratado" da União Europeia (UE) e um acordo entre os 17 membros da Eurozona "até março".

O índice Footsie-100 dos principais títulos da Bolsa de Londres ganhou 0,28%, fechando aos 5.567,96 pontos. O CAC 40 da Bolsa de Paris subiu 1,15%, para os 3.201,28 pontos. Em Frankfurt, o índice DAX fechou em alta de 0,42%, aos 6.106,09 pontos. Já o índice FTSE Mib, da Bolsa de Milão, registrou alta de 2,91%, aos 15.926 pontos. O IBEX 35 da Bolsa de Madri, por sua vez, ganhou 1,72%, aos 8.705,8 pontos, refletindo principalmente a alta das ações dos bancos e superando os dados ruins da produção industrial espanhola, que registrou queda de 4% em um ano.

O ex-comissário europeu defendeu a moeda única, o euro, e prometeu que seu país voltará a ser confiável, depois de ter sido considerado "uma fonte de infecção" por seus parceiros europeus.

Monti convocou a União Europeia para "evitar que o euro, criado pelos europeus para uni-los, termine por dividi-los" diante da crise da dívida, uma clara mensagem enviada à chanceler alemã, Angela Merkel, e o presidente francês, Nicolas Sarkozy, que se reuniram nesta segunda-feira em Paris.

O ajuste, no entanto, foi criticado pelos sindicatos e pela conferência episcopal italiana por ser injusto socialmente e por não mexer nas grandes fortunas.

O pacote será apresentado ainda hoje na Câmara dos Deputados e no Senado.

"Temos a absoluta necessidade e a profunda convicção de querer salvar a Itália com a contribuição e o esforço de todos", afirmou Monti.

"Eu não diria que não tocaremos no patrimônio dos ricos. Não vou citar nomes, mas criamos uma espécie de imposto sobre as fortunas com uma taxa sobre as transações financeiras, um imposto sobre os patrimônios imobiliários, um imposto para os capitais que retornam de anistia e um imposto nos aviões e helicópteros particulares, assim como carros de luxo", explicou o economista.

No domingo, Monti anunciou "enormes sacrifícios" para alcançar o equilíbrio orçamentário em 2013, já que os planos de austeridade de 60 bilhões de euros adotados neste ano, não serão suficientes para atingir esta meta diante da contração da economia italiana.

As medidas são "socialmente insuportáveis" e constituem "um golpe muito duro para os aposentados", disse Susanna Camusso, líder do maior sindicato do país, CGIL.

Para o líder da maior formação de esquerda, o Partido Democrático, Pier Luigi Bersani, "o plano não atende aos critérios de igualdade" e "deverá ser corrigido".


Por sua vez, Monti afirmou "confiar no apoio do Parlamento", já que a maioria dos partidos reconhece que a situação é grave. Mas é muito provável que as medidas sejam revistas antes de serem adotadas.

As medidas do economista foram celebradas pela Comissão Europeia porque "seguem uma boa direção" e contribuem para dar uma resposta à crise da dívida.

Para conquistar a confiança da Europa e de seus principais líderes, Monti explicou seu plano de ajuste à imprensa internacional.

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Roma - O chefe do governo italiano, Mario Monti, apresentou nesta segunda-feira um novo pacote de austeridade draconiano, que foi bem recebido pelos mercados. Monti defendeu as medidas para evitar que a Itália quebre e passe pela mesma crise que a Grécia.

"Sem este pacote, nós acreditamos que a Itália vai entrar em colapso e ficar em uma situação parecida com a da Grécia", advertiu o economista durante uma coletiva de imprensa.

O primeiro-ministro italiano assegurou que a Itália "tem cumprido sua parte", após aprovar no domingo um decreto de lei com um severo plano de medidas de ajuste para economizar 20 bilhões de euros. As medidas incluem um endurecimento das aposentadorias e pensões, assim como a quantia de 10 bilhões de euros em investimentos para estimular o crescimento.

Com isso, as principais bolsas europeias encerraram a sessão desta segunda-feira em alta. Segundo especialistas, o mercado apresentou também um certo nervosismo ante o discurso do presidente francês, Nicolas Sarkozy, e da chanceler alemã, Angela Merkel, que se reuniram em Paris. Ambos disseram esperar um "novo tratado" da União Europeia (UE) e um acordo entre os 17 membros da Eurozona "até março".

O índice Footsie-100 dos principais títulos da Bolsa de Londres ganhou 0,28%, fechando aos 5.567,96 pontos. O CAC 40 da Bolsa de Paris subiu 1,15%, para os 3.201,28 pontos. Em Frankfurt, o índice DAX fechou em alta de 0,42%, aos 6.106,09 pontos. Já o índice FTSE Mib, da Bolsa de Milão, registrou alta de 2,91%, aos 15.926 pontos. O IBEX 35 da Bolsa de Madri, por sua vez, ganhou 1,72%, aos 8.705,8 pontos, refletindo principalmente a alta das ações dos bancos e superando os dados ruins da produção industrial espanhola, que registrou queda de 4% em um ano.

O ex-comissário europeu defendeu a moeda única, o euro, e prometeu que seu país voltará a ser confiável, depois de ter sido considerado "uma fonte de infecção" por seus parceiros europeus.

Monti convocou a União Europeia para "evitar que o euro, criado pelos europeus para uni-los, termine por dividi-los" diante da crise da dívida, uma clara mensagem enviada à chanceler alemã, Angela Merkel, e o presidente francês, Nicolas Sarkozy, que se reuniram nesta segunda-feira em Paris.

O ajuste, no entanto, foi criticado pelos sindicatos e pela conferência episcopal italiana por ser injusto socialmente e por não mexer nas grandes fortunas.

O pacote será apresentado ainda hoje na Câmara dos Deputados e no Senado.

"Temos a absoluta necessidade e a profunda convicção de querer salvar a Itália com a contribuição e o esforço de todos", afirmou Monti.

"Eu não diria que não tocaremos no patrimônio dos ricos. Não vou citar nomes, mas criamos uma espécie de imposto sobre as fortunas com uma taxa sobre as transações financeiras, um imposto sobre os patrimônios imobiliários, um imposto para os capitais que retornam de anistia e um imposto nos aviões e helicópteros particulares, assim como carros de luxo", explicou o economista.

No domingo, Monti anunciou "enormes sacrifícios" para alcançar o equilíbrio orçamentário em 2013, já que os planos de austeridade de 60 bilhões de euros adotados neste ano, não serão suficientes para atingir esta meta diante da contração da economia italiana.

As medidas são "socialmente insuportáveis" e constituem "um golpe muito duro para os aposentados", disse Susanna Camusso, líder do maior sindicato do país, CGIL.

Para o líder da maior formação de esquerda, o Partido Democrático, Pier Luigi Bersani, "o plano não atende aos critérios de igualdade" e "deverá ser corrigido".


Por sua vez, Monti afirmou "confiar no apoio do Parlamento", já que a maioria dos partidos reconhece que a situação é grave. Mas é muito provável que as medidas sejam revistas antes de serem adotadas.

As medidas do economista foram celebradas pela Comissão Europeia porque "seguem uma boa direção" e contribuem para dar uma resposta à crise da dívida.

Para conquistar a confiança da Europa e de seus principais líderes, Monti explicou seu plano de ajuste à imprensa internacional.

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