PIB do Brasil, queda do petróleo, debêntures da Ambipar e o que mais move o mercado
Índices internacionais caminham para quinto pregão de queda; no mercado local, economistas esperam forte alta do PÌB do segundo trimestre
Guilherme Guilherme
Publicado em 1 de setembro de 2022 às 07h33.
Última atualização em 1 de setembro de 2022 às 08h13.
O mercado internacional de ações sinaliza mais um dia de perdas na manhã desta quinta-feira, 1, conforme investidores ajustam suas posições para um aperto monetário mais agressivo para controlar a inflação dos Estados Unidos. Índices de ações caem no mercado de futuros de Nova York em movimento que se estende desde sexta-feira, 26, quando o duro discurso do presidente do Federal Reserve , Jerome Powell, reduziu as esperanças de um "pouso suave" da economia americana.
As perspectivas do mercado, inevitavelmente, se refletem nas curvas de juros dos Estados Unidos. O rendimento dos títulos do Tesouro americano com vencimento em 2 anos superou 3,51% nesta madrugada, estabelecendo uma nova máxima em 15 anos. O pagamento, por sinal, segue superior ao de cerca de 3,19% dos títulos de 10 anos. O fenômeno, em que títulos de curto prazo pagam mais que os de longo, é chamado de "curva invertida" e é conhecido por anteceder recessões no país.
Nem mesmo dados do ADP abaixo das estimativas para a criação de empregos no país, divulgados na véspera, aliviaram as pressões sobre o Fed, com pouco efeito sobre a dinâmica de preços. Bolsas de Wall Street até chegaram a abrir em alta, mas logo cederam ao pessimismo do mercado, fechando em queda pelo quarto pregão seguido. A grande expectativa, agora, é para os números oficiais do payroll de sexta-feira, 2.
Desempenho dos indicadores às 7h40 (de Brasília):
- Dow Jones futuro (Nova York): - 0,59%
- S&P 500 futuro (Nova York): - 0,76%
- Nasdaq futuro (Nova York): - 1,07%
- DAX (Frankfurt): - 1,41%
- CAC 40 (Paris): - 1,51%
- FTSE 100 (Reino Unido): - 1,53%
- Stoxx 600 (Europa): - 1,51%
- Hang Seng (Hong Kong)*: - 1,79%
- Shangai Composite (Xangai)*: - 0,54%
Petróleo em queda
Preocupações sobre queda da atividade americana têm impactado de forma mais significativa o mercado de commodities nos últimos dias. O petróleo brent, referência para as petrolíferas brasileiras, caiu para abaixo de US$ 100 nesta semana, acumulando mais de 8% de queda desde segunda-feira, 29. A desvalorização é superior a 30% em relação à máxima do ano, quando o barril chegou a ser negociado próximo de US$ 139.
Além das incertezas sobre os efeitos do Fed na demanda por petróleo, o possível acordo nuclear entre Irã e potenciais ocidentais pode trazer uma nova oferta no mercado, mantendo a cautela sobre as apostas de alta da commodity.
Dólar em alta
Entre os poucos ativos que se beneficiam do cenário está o dólar, que segue próximo das máximas em 20 anos contra moedas desenvolvidas. No Brasil, a moeda saltou para R$ 5,20 na última sessão, após ter caído para próximo de R$ 5 no início da semana.
Índice de consumo é destaque em agosto
Por aqui, onde já se discute o fim das altas de juros pelo Banco Central, dados mais fortes da economia local tem surtido efeitos positivos nos ativos. Revisões do PIB para cima e da inflação para baixo, por exemplo, tem contribuído com ações de varejistas na bolsa. O ICON, índice de consumo da B3, fechou agosto em alta de 6,66%.
PIB do Brasil no 2º trimestre
Mas nesta quinta as expectativas de economistas serão postas à prova, com a divulgação oficial do PIB do segundo trimestre. O consenso da Bloomberg é de alta trimestral de 0,9% e de um salto no acumulado de 12 meses de 1,7% para 2,8%.
Rafael Pacheco, economista da Guide Investimentos, espera um número ainda maior do que o da mediana de mercado, de 3,1% de alta na comparação anual.
"O PIB do segundo trimestre deve vir bem positivo, tanto do lado da demanda quanto da oferta. Do lado da oferta, o setor de serviços muito provavelmente será o principal propulsor do crescimento. Já a principal alta da demanda deve vir do consumo das famílias e do governo", afirmou em nota.
Ambipar: R$ 1 bi em debêntures
O Conselho da Ambipar aprovou a emissão da 4ª série de debêntures no valor total de R$ 1 bilhão. O vencimento será em seis anos. O dinheiro, segundo a empresa, será destinado para investimentos, pagamentos futuros ou reembolsos em projetos.
Leia mais: