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Petróleo em NY cai com estoque e Brent sobe com Líbia

Nova York - O aumento da violência na Líbia e uma surpreendente elevação nos estoques norte-americanos de petróleo levaram os contratos futuros a fechar em direções acentuadamente opostas hoje. Os contratos de petróleo bruto para entrega em abril fecharam em queda de US$ 0,64, ou 0,61%, na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex, na sigla […]

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Da Redação

Publicado em 9 de março de 2011 às 18h36.

Nova York - O aumento da violência na Líbia e uma surpreendente elevação nos estoques norte-americanos de petróleo levaram os contratos futuros a fechar em direções acentuadamente opostas hoje. Os contratos de petróleo bruto para entrega em abril fecharam em queda de US$ 0,64, ou 0,61%, na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex, na sigla em inglês), a US$ 104,38 por barril. A cotação foi afetada pela elevação maior que a esperada dos estoques de petróleo dos Estados Unidos.

Em contrapartida, o petróleo Brent negociado na plataforma eletrônica ICE encerrou o dia em alta de US$ 2,88, ou 2,55%, a US$ 115,94 por barril. A elevação do preço foi atribuída a novas preocupações relacionadas ao conflito na Líbia e às revoltas populares no Oriente Médio e no Norte da África.

A diferença entre os dois contratos ultrapassou os US$ 11,00, depois de ter ficado abaixo de US$ 8,00 na sessão anterior. Historicamente, a diferença entre o petróleo WTI negociado na Nymex e o Brent transacionado na ICE é inferior a US$ 1,00.

"No início da semana nós vimos o WTI subindo ante o Brent e parecia que ele estava virando", disse Andy Lebow, analista da MF Global. Ele observou que, apesar do efeito da elevação dos estoques norte-americanos de petróleo, "certa e obviamente ainda há muita preocupação no que se refere à Líbia".

Segundo o Departamento de Energia dos EUA (DOE, na sigla em inglês), os estoques norte-americanos de petróleo bruto tiveram um crescimento de 2,516 milhões de barris na semana até 4 de março, para 348,891 milhões de barris; analistas consultados pela Dow Jones previam um crescimento menor, de 600 mil barris. No entanto, os estoques de gasolina tiveram queda de 5,494 milhões de barris na semana passada, para 229,214 milhões de barris, e os estoques de destilados, que incluem diesel e óleo combustível para aquecimento, tiveram uma redução de 3,977 milhões de barris na semana passada, para 155,209 milhões de barris. Tais quedas nos estoques superaram as expectativas dos analistas e sinalizam a possibilidade de aumento da demanda apesar da elevação do preço dos combustíveis.

Ao mesmo tempo, os estoques de petróleo bruto em Cushing (Oklahoma), ponto de entrega do petróleo negociado na Nymex, subiram 1,693 milhão de barris na semana passada, para o nível recorde de 40,263 milhões de barris. O excesso de estoque em Cushing pressionou para baixo o preço do petróleo WTI em relação ao Brent nas últimas semanas. Enquanto isso, a situação na Líbia impulsiona o preço do Brent.

"Houve um tempo em que tínhamos um mercado global de petróleo sustentado na ideia de que havia transações internacionais suficientes para manter esses mercados alinhados", avaliou Tim Evans, analista de Citi Futures Perspective. "Isto não é mais uma hipótese."

Em meio aos confrontos entre forças leais a Muamar Kadafi e grupos rebeldes, uma série de explosões ocorrida hoje na Líbia provocou incêndios nas proximidades de uma instalação petrolífera nos arredores de Ras Lanuf, um importante depósito de petróleo local.

A violência das últimas semanas reduziu a produção de petróleo do país norte-africano de 1,6 milhão para 500.000 barris por dia, segundo Shukri Ghanem, executivo-chefe da Corporação Nacional de Petróleo da Líbia, além de ter diminuído drasticamente o volume de exportações.

Apesar de a Arábia Saudita ter prometido aumentar sua produção para fazer frente à redução de oferta, a possibilidade de disseminação do conflito pela região tem mantido o preço do barril de petróleo consistentemente acima dos US$ 100.

Também hoje, a exportação de petróleo bruto pelo oleoduto Iraque/Turquia foi interrompida por uma explosão, segundo uma fonte na polícia iraquiana. O Iraque vinha bombeando de 450.000 a 490.000 barris por dia pelo oleoduto, que leva a produção do país árabe ao porto turco de Ceyhan, no Mar Mediterrâneo. As informações são da Dow Jones.

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