Petróleo cai para US$ 110 com sinalização mais agressiva do Fed
O petróleo registrou sua pior queda em mais de cinco semanas após o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, reiterar sua vontade de conter a inflação mais aquecida
Bloomberg
Publicado em 17 de junho de 2022 às 14h06.
O petróleo registrou sua pior queda em mais de cinco semanas após o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, reiterar sua vontade de conter a inflação mais aquecida em décadas com aumentos de juros mais agressivos.
O West Texas Intermediate, o petróleo de referência dos EUA, caiu para quase US$ 110 o barril, com queda de até 6,3%. Powell esta semana endossou abertamente pela primeira vez aumentos de juros restritivos, uma estratégia que muitas vezes resultou em umacontração econômicae pode diminuir o consumo de energia. Na sexta elereiterouque o Fed está focado em retornar a inflação para sua meta de 2%.
“A renda disponível dos consumidores caiu drasticamente em todo o mundo por causa do grande aumento da inflação, prejudicando particularmente alguns mercados emergentes”, disse Fawad Razaqzada, analista de mercado da City Index. “É possível que a desaceleração seja mais severa do que o esperado, e é isso que mais preocupa os investidores.”
Os temores de que o aumento de juros e uma desaceleração do crescimento econômico levem à destruição da demanda dominaram o mercado, mas, no longo prazo, a oferta ainda parece apertada.
“Embora a recessão possa esfriar os preços no curto prazo devido à falta de investimento em energia em toda a cadeia, continuaremos vendo um mercado muito apertado e qualquer queda no preço do petróleo pode ser de curta duração”, disse Phil Flynn, analista de mercado sênior do Price Futures Group.
A invasão da Ucrânia agravou as altas de preços globais e ajudou a aumentar o custo de tudo, desde alimentos a combustíveis. Os preços da gasolina no varejo nos EUA bateram recordes, com a média nacional recentemente superando US$ 5 o galão. A Casa Branca cogitalimitara exportação de combustível para tentar aliviar o impacto no bolso do consumidor.
O petróleo ainda está em alta de mais de 50% este ano, com a combinação de recuperação da demanda e fluxos comerciais interrompidos após a invasão da Ucrânia pela Rússia. Os movimentos de preços de todas as commodities ficaram mais extremos à medida que a liquidez do mercado caiu.