Petrobras pretende emitir US$ 6 bilhões em títulos

Nova York - A Petróleo Brasileiro SA pretende emitir US$ 6 bilhões em títulos no mercado internacional, sua maior oferta já feita no exterior, de acordo com uma pessoa a par da operação.

A empresa pretende dividir a oferta em US$ 2,5 bilhões de títulos de cinco anos, que podem ter rendimento de 190 pontos- base acima de papéis semelhantes do Tesouro americano, outro lote de US$ 2,5 bilhões em títulos de 10 anos, que podem ter um rendimento de 195 pontos-base acima dos títulos dos EUA, e um terceiro lote de US$ 1 bilhão em papéis de 30 anos, com rendimento de 220 pontos-base acima dos títulos dos EUA, disse a pessoa, que não quis ser identificada, porque a operação não foi concluída.

A Petrobras está levantando recursos no mercado internacional para ajudar a financiar seu plano de investimentos de US$ 224 bilhões para os cinco anos entre 2010 e 2014. O programa é o maior do setor petrolífero mundial. Mesmo com o spread “um pouco apertado”, investidores vão correr para comprar os títulos por causa da classificação da empresa em grau de investimento e da garantia do governo, disse Alain Defise, que ajuda a administrar U$ 8,9 bilhões em ativos no JPMorgan Chase Asset Management em Londres.

“Vai haver demanda”, disse Defise em entrevista por telefone. “É um pouco apertado, mas a vantagem é que deve haver algum interesse daqueles que não são” investidores dedicados a mercados emergentes, disse ele.

Queda nas taxas

O rendimento médio de títulos de empresas de mercados emergentes e com grau de investimentos caiu 10 pontos-base nos últimos 30 dias para 5,36 por cento, segundo o JPMorgan Chase & Co. Em comparação, os títulos da Petrobras com prazo de 10 anos rendem cerca de 5,33 por cento.

A oferta de hoje supera a última emissão da Petrobras no mercado internacional, em outubro de 2009, quando a companhia levantou US$ 4 bilhões em títulos de 10 e 30 anos, segundo dados da Bloomberg.

A Petrobras tem classificação A3 da Moody’s Investors Service, quatro níveis acima da classificação de risco, e BBB- da Standard & Poor’s, a nota mais baixa na escala de grau de investimento. Na Fitch, a dívida da estatal está um nível acima, em BBB.

O Banco BTG Pactual SA, Citigroup Inc., HSBC Holdings Plc, Itaú Unibanco Holding SA, JPMorgan Chase & Co. e Banco Santander SA estão coordenando a emissão, disse a pessoa.