Petrobras perto de eleger novo CEO, retomada das bolsas e o que mais move os mercados
Conselho de administração da estatal se reúne para avaliar nomeação de Caio Mário Paes de Andrade como presidente da empresa
Beatriz Quesada
Publicado em 27 de junho de 2022 às 07h07.
Última atualização em 27 de junho de 2022 às 08h17.
Os índices futuros dos Estados Unidos e as bolsas da Europa sobem nesta segunda-feira, 27, dando continuidade ao movimento positivo na Ásia. Os mercados do mundo todo estendem os ganhos registrados na última semana, quando as bolsas voltaram a subir após a derrocada causada pela elevação de juros nos EUA. A performance da semana passada foi a melhor do mês de junho no mercado americano.
Desempenho dos indicadores às 7h (de Brasília):
- Dow Jones futuro (Nova York): + 0,37%
- S&P 500 futuro (Nova York): + 0,51%
- Nasdaq futuro (Nova York): + 0,68%
- FTSE 100 (Londres): - 0,26%
- DAX (Frankfurt): + 0,98%
- CAC 40 (Paris): + 0,31%
- Hang Seng (Hong Kong): + 2,35%
- Shangai Composite (Xangai): + 0,88%
Investidores ainda estão avaliando se as ações atingiram um fundo de baixa que justifique a retomada ou se a alta é um movimento de correção temporário. É possível ainda, que as ações sejam beneficiadas pelos reposicionamentos de portfólio de grandes investidores e fundos, que costumam reavaliar a carteira em fechamentos de mês – e neste caso, também de semestre.
No Brasil, o Ibovespa encerrou a última semana sem conseguir acompanhar a toda positiva no exterior. O índice foi segurado por discussões locais em relação à Petrobras (PETR3/PETR4) e ao risco fiscal, fatores que continuam no radar nesta semana.
Petrobras mais perto de ter novo CEO
Na manhã desta segunda-feira, o Conselho de Administração da Petrobras se reúne de forma extraordinária para deliberar sobre a nomeação de Caio Mário Paes de Andrade como conselheiro da empresa e sua eleição como presidente da estatal. O indicado do governo foi aprovado pelo Comitê de Elegibilidade da Petrobras na manhã de ontem.
A eleição de Paes de Andrade como quinto CEO da estatal sob a gestão Bolsonaro pode colocar panos quentes na disputa do governo com a empresa pelo preço dos combustíveis. A menos de quatro meses da eleição presidencial, a Petrobras tem sido pressionada a conter a escalada dos preços que, por sua vez, está associada à alta internacional do preço do petróleo.
O imbróglio levou à renúncia do presidente José Mauro Coelho e derrubou as ações da estatal em 4% na última semana.
Risco fiscal
Investidores também acompanham as movimentações fiscais do governo, que pretende aumentar os gastos sociais também de olho nas eleições de outubro. O “pacote de bondades” proposto via PEC 16/2022, a PEC dos Combustíveis, cria um “voucher caminhoneiro” de R$ 1.000. A proposta inclui ainda um aumento de R$ 200 no valor do Auxílio Brasil, passando de R$ 400 para R$ 600, e um reajuste do auxílio-gás em torno de R$ 70 e a criação do “voucher caminhoneiro”, que será de R$ 1.000.
O relator Fernando Bezerra apresenta hoje o relatório da PEC. O impacto estimado é de R$ 35 bilhões, segundo a Bloomberg. Todas as iniciativas têm prazo curto de duração, e durariam apenas até o final de 2022.
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