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Petrobras fará oferta de ações para Caixa vender sua fatia na estatal

Banco quer se desfazer dos papéis que detém na petroleira, como parte do plano de venda de ativos anunciado pela nova gestão.

PETROBRAS: venda de refinarias foi barrada pelo STF  / REUTERS/Pilar Olivares/File Photo (Petrobras/Divulgação)

PETROBRAS: venda de refinarias foi barrada pelo STF / REUTERS/Pilar Olivares/File Photo (Petrobras/Divulgação)

TL

Tais Laporta

Publicado em 10 de junho de 2019 às 11h02.

Última atualização em 30 de julho de 2019 às 13h26.

A Petrobras anunciou na manhã desta segunda-feira (10) que fará uma oferta secundária de ações, conhecida como follow on. O objetivo é permitir que a Caixa Econômica Federal (CEF) venda sua participação na estatal de petróleo.

No follow on, empresas que já abriram capital na Bolsa podem voltar a vender mais papéis. Quando a oferta é secundária, a companhia coloca à venda ações que já existem, como de sócios que desejam reduzir sua participação no negócio. Os recursos da venda vão para os acionistas que venderam os papéis – no caso, a Caixa.

As ações serão distribuídas tanto no mercado brasileiro quanto no exterior, por meio dos American Depositary Receipts (ADRs), que são recibos de ações negociados na bolsa de Nova York.

Serão vendidas as 241.340.371 ações ordinárias (ON) que a Caixa detém na Petrobras. Este tipo de ações dá ao acionista o direito a voto em assembleias.

A estatal informou, ainda que a oferta precisará da aprovação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e da SEC (órgão que regula o mercado de capitais nos EUA). A venda dos papéis também vai depender de “condições favoráveis dos mercados de capitais nacional e internacional”, acrescentou a petroleira.

Segundo o cronograma, o preço das ações deve ser definido no dia 25 de junho, com anúncio de início no dia seguinte. A data de liquidação prevista é 28 de junho.

Venda ações da Caixa

A Caixa Econômica vem planejando se desfazer de sua participação na Petrobras, como parte de um plano de venda de ativos iniciado na gestão de Pedro Guimarães. O Executivo assumiu o comando do banco no início do ano e pretende usar o mercado de capitais como uma das saídas para viabilizar a privatização. O banco detém em torno de 3% nos papéis da estatal, que acumula até agora uma alta de 17% na Bolsa desde o início do ano.

A Caixa é uma empresa 100% pública, enquanto a Petrobras é uma estatal de economia mista, que tem o governo como sócio majoritário e os demais acionistas como minoritários. Mais do que a Caixa, a Petrobras há tempos planeja levar a cabo um ambicioso plano de desinvestimentos de seus ativos.

A estatal, que detém hoje 36 subsidiários, quer começar tirando do papel a venda da Transportadora Associada de Gás (TAG), por 8,6 bilhões de dólares, a um consórcio liderado pela companhia elétrica francesa Engie. O negócio, que foi liberado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na semana passada, dará seguimento à venda de ativos da estatal. Em 2017, a Petrobras reduziu sua participação na BR Distribuidora, pela abertura de capital de sua subsidiária.

Na manhã desta segunda, as ações da estatal recuavam em torno de 0,5%, negociadas em torno de R$ 26,70.

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