Petrobras entra na seleção de ações do BTG para América Latina
Banco mantém Brasil em posição overweight, exposição acima da média; ações brasileiras representam 65% da alocação da carteira para AL
Paula Barra
Publicado em 9 de dezembro de 2020 às 17h09.
Última atualização em 9 de dezembro de 2020 às 17h57.
O BTG Pactual divulgou nesta quarta-feira, 9, uma atualização de sua carteira de ações para América Latina. Em relatório, o banco reforça o Brasil em posição overweight (exposição acima da média) e inclui, na parte destinada a ativos brasileiros, os papéis da Petrobras (PETR4), no lugar de CCR (CCRO3). O México, que foi elevado em outubro, quando tinha recomendação neutra, também segue com posição overweight.
No portfólio, o Brasil detém a maior fatia da carteira, com 65% da alocação e seis ações, seguido pelo México, com 20% e três papéis.
Quer saber como aproveitar o melhor da bolsa? Descubra com a assessoria do BTG Pactual Digital.
Para a posição em Brasil, os analistas que assinam o relatório, entre eles, Carlos Sequeira, apontam que o lucro das empresas brasileiras no terceiro trimestre foi mais forte do que o esperado (entre as empresas listadas na bolsa, a receita, Ebitda e lucro superaram as projeções em 1%, 6% e 8%, respectivamente), enquanto as taxas de juro nas mínimas mantêm o interesse dos investidores em ações em níveis altos. Embora vejam a situação fiscal como principal ponto de preocupação, eles acreditam que há chances de um cenário relativamente positivo superar um negativo.
Com a alta do Ibovespa de cerca de 20% do fim de outubro para cá, eles comentam que há menos potencial de alta agora para as ações, mas o apetite global por ativos mais arriscados e as chances de uma solução marginalmente positiva para a situação fiscal brasileira os mantêm otimistas em relação aos papéis brasileiros.
A seleção de ações para Brasil do banco é composta de: Vale (VALE3), B3 (B3SA3), Gerdau (GGBR4), Magazine Luiza (MGLU3), TIM (TIMS3) e Petrobras (PETR4), que entrou agora no lugar de CCR.
Em relação à inclusão de Petrobras, os analistas comentam que o valuation da ação segue atrativo mesmo com o rali recente — desde o fim de outubro, os papéis preferenciais da companhia acumulam alta de mais de 40%.
Nas contas, eles apontam que veem uma geração de fluxo de caixa ao acionista da empresa de 9,4 bilhões de reais e 11 bilhões de reais para 2021 e 2022, respectivamente, o que implica um rendimento (yield) em cima desse montante de 14% e 16%. Além disso, indicam que um rendimento de dividendos (dividend yield) de dois dígitos sugere que a ação ainda tem um longo caminho a percorrer para reduzir a lacuna de valuation em relação aos seus pares.
O preço-alvo das ações PN da Petrobras, que foi recentemente atualizado pelo banco, é de 34 reais, o que implica um potencial de valorização de 26% frente ao fechamento de ontem.
Na parte do México, os analistas têm na carteira as ações de Banorte, no setor de bancos; Vesta, em construção civil; e Cemex, infraestrutura.