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Ibovespa sobe puxado por Petrobras com acordo do petróleo no radar

Donald Trump espera que Rússia e Arábia Saudita anunciem acordo para reduzir a produção de petróleo em, pelo menos, 10 milhões de barris

Ibovespa: Índice recuou 2,9% na sessão anterior (Cris Faga/NurPhoto/Getty Images)

Ibovespa: Índice recuou 2,9% na sessão anterior (Cris Faga/NurPhoto/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 2 de abril de 2020 às 18h30.

Última atualização em 2 de abril de 2020 às 18h31.

O Ibovespa fechou o pregão desta quinta-feira, 2, em alta puxada pelas ações da Petrobras. Os papéis da estatal chegaram a se valorizar 17% na máxima do dia, após o presidente Donald Trump afirmar à CNBC que espera que a Arábia Saudita e Rússia anunciem um acordo para cortar a produção de petróleo em pelo menos 10 milhões de barris, podendo chegar a 15 milhões. Com isso, o principal índice da bolsa brasileira subiu 1,81% e encerrou em 72.253,46 pontos.

Apesar da alta, o índice chegou a ficar no vermelho - enquanto os papéis da estatal ainda estavam em leilão de abertura -, tendo no radar a divulgação dos dados semanais sobre pedidos por seguro desemprego nos Estados Unidos, que vieram muito abaixo das expectativas. Somente na última semana (finda em 28 de março), foram registrados 6,648 milhões de pedidos contra a projeção média de 3,76 milhões. O número supera até mesmo os mais pessimistas, que esperavam algo em torno dos 5 milhões.

Com a divulgação dos dados, os índices futuros das bolsas americanas viraram para queda. Mas, retomaram a trajetória de alta, após as falas de Trump. O S&P 500 fechou em alta de 2,28%, recuperando parte dos 4,41% que perdeu na véspera.

Com o acordo entre o presidente russo, Vladmir Putin, e o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed Bin Salman, mais próximo de se tornar realidade, o preço do petróleo brent e WTI tinham altas de mais de 20%, aliviando a tensão sobre os investidores, ainda preocupados com o avanço do coronavírus na maior economia do mundo.

No mês passado, a queda do preço do petróleo – que já vinha em baixa com a menor demanda – foi acentuada, após a Arábia Saudita elevar a produção em seu território, em resposta à desavença comercial que teve com a Rússia. Somente em março, o preço do petróleo futuro despencou 50%, alterando toda a dinâmica do setor e adicionando ainda mais incertezas.

Na Bolsa, as ações ordinárias da Petrobras subiram 8,59% e as preferenciais, 8,46%, entre as maiores altas do Ibovespa. Outra petrolífera da bolsa, a PetroRio, disparou 18,33%, liderando o Índice Small Caps. 

Embora a perspectiva sobre o setor seja mais positiva, analistas da XP ainda acham cedo para falar sobre uma melhora estrutural. “[Ainda] requer uma sinalização positiva do lado da demanda, atualmente muito deprimida pelas quarentenas em curso devido ao coronavírus”, escreveram em relatório.

Gustavo Almeida, analista da Spiti, já começa a ver um cenário de menor volatilidade no mercado. "A volatilidade presente no mercado deixa de ser direcional e negativa e começa a encontrar um patamar de preço na região entre 70.000 e 75.000 pontos", disse em nota.

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