Payroll, ampliação do cortes de produção pela Opep+ e acordo do Mercosul: o que move o mercado
Após 25 anos de embate, o Mercosul e a União Europeia devem assinar, nesta sexta-feira, 6, um acordo histórico entre os dois blocos para facilitar o fluxo de produtos
Repórter de finanças
Publicado em 6 de dezembro de 2024 às 08h28.
Os mercados internacionais operam sem direção única nesta sexta-feira, 6.Nos Estados Unidos, o clima é de cautela antes de novos dados de emprego - os índices futuros caem. Na Ásia, as bolsas fecharam mistas, com o índice Kospi da Coréia do Sul recuando na esteira da crise política por lá. Na Europa, as bolsas avançam de forma modesta.
Payroll
O destaque do dia são os dados do payroll, relatório de empregos do setor privado não-agrícola dos Estados Unidos de novembro. Em outubro, o dado veio muito abaixo do esperado, registrando 12.000 novas vagas de emprego. O número atípico foi um reflexo do furacão na Flórida e da greve da Boeing.
Os números devem balizar as apostas para o próximo corte de juros nos EUA. Nesta manhã, 68,4% do mercado aposta que haverá um corte de 25 pontos-base na reunião do dia 18 de dezembro, segundo a plataforma FedWatch, do CME Group.
Opep+ estende cortes de produção
Oito países da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) aceitaram prorrogar até março de 2025 os cortes de 2,2 milhões de barris por dia (bpd, na sigla em inglês) na produção da commodity.
São eles: Arábia Saudita, Rússia, Iraque, Emirados Árabes Unidos, Kuwait, Argélia, Omã e Cazaquistão.
Até então o plano era que os cortes se encerrassem agora em dezembro. A partir de abril, os cortes serão gradualmente revertidos até setembro de 2026, segundo comunicado divulgado após reunião ministerial nesta quinta-feira, 5.
A nota ainda informa que o ajuste poderá ser encerrado a depender das condições do mercado.
Por volta das 8h10, o petróleo de referência Brent caía 0,80%, enquanto o de referência WTI recuava 0,81%.
Acordo do Mercosul
Após 25 anos de embate, o Mercosul e a União Europeia devem assinar, nesta sexta-feira, 6, um acordo histórico entre os dois blocos para facilitar o fluxo de produtos, impactando cerca de 700 milhões de pessoas. Segundo o Ipea, o tratado pode gerar um aumento anual de 0,5% no PIB brasileiro.
A assinatura do acordo está prevista para ocorrer durante a Cúpula do Mercosul, em Montevidéu. A presença de Úrsula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, no Uruguai reforça a expectativa de que as negociações estejam próximas de um desfecho positivo.
Na quinta-feira, os chanceleres do Mercosul chegaram a um consenso sobre o acordo, em nome de seus países. Com isso, na prática, ficou faltando apenas o aval do lado europeu.
O tratado prevê a implementação do livre-comércio entre os blocos, abrangendo mercadorias como alimentos, produtos agrícolas e aeronaves, com regras específicas de cotas para importação e exportação.
Este é o segundo momento de formalização do acordo, que foi inicialmente fechado em 2019. No entanto, ele foi reaberto após países europeus exigirem garantias ambientais mais robustas dos membros sul-americanos.