EXAME.com (EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 1 de março de 2011 às 19h13.
São Paulo - Os mercados financeiros globais experimentaram o retorno da aversão a risco na primeira sessão do mês, após temores de desabastecimento de petróleo elevarem os preços da commodity e derrubarem as bolsas de valores ocidentais.</p>
O foco de investidores recai agora sobre a Arábia Saudita, maior exportadora mundial do óleo. Os agentes temem que manifestações antigoverno no mundo árabe --onde inclusive refinarias tiveram suas operações paralisadas-- possam se alastrar para o território saudita.
Em Nova York, o barril de petróleo fechou no maior patamar desde setembro de 2008, perto de 100 dólares, enquanto em Londres o Brent terminou no nível mais alto desde agosto daquele ano, a 115,42 dólares o barril.
Ativos considerados mais seguros foram beneficiados. O ouro à vista atingiu o pico histórico nesta sessão, ao mesmo tempo em que os preços dos títulos do Tesouro norte-americano subiam. O índice de volatilidade VIX <.VIX> disparou quase 15 por cento no fechamento.
Sensíveis ao impacto da valorização dos preços do petróleo sobre o custos de combustíveis, os segmentos industrial e de matérias-primas pesaram nos pregões das bolsas norte-americanas e europeias.
A Bovespa copiou o movimento de seus pares internacionais e recuou, puxada pelos setores de mineração, bancário e de energia.
Nem mesmo comentários do chairman do Federal Reserve, Ben Bernanke, segundo o qual a alta do petróleo não afetará a recuperação norte-americana, melhoraram o humor. As declarações de Bernanke em seu depoimento no Senado dos Estados Unidos não indicaram a retirada de estímulos à economia no curto prazo, segundo avaliações de analistas.
Ancorados nesse entendimento, investidores venderam dólares, levando a moeda a uma nova mínima em três meses e meio frente a uma cesta de divisas <.DXY>, apesar de no final a moeda mostrar recuperação.
No front doméstico, o dólar fechou praticamente estável, enquanto as projeções de juros abandonaram a alta de mais cedo, ajustando-se para baixo, na véspera do anúncio da nova Selic.
A expectativa majoritária do mercado é de que o Comitê de Política Monetária (Copom) eleve a taxa básica em 0,5 ponto percentual para 11,75 por cento ao ano.
Veja a variação dos principais mercados nesta terça-feira:
CÂMBIO
O dólar terminou a 1,664 real, com variação positiva de 0,06 por cento frente ao fechamento anterior.
BOVESPA <.BVSP>
O Ibovespa caiu 1,69 por cento, para 66.242 pontos. O volume financeiro na bolsa foi de 6,04 bilhões de reais.
ADRs BRASILEIROS <.BR20>
O índice dos principais ADRs brasileiros recuou 1,25 por cento, a 35.882 pontos.
JUROS <0#2DIJ:>
No call das 16h, o DI janeiro de 2012 apontava 12,50 por cento ao ano, ante 12,54 por cento no ajuste anterior.
EURO
A moeda comum europeia era cotada a 1,3773 dólar, ante 1,3801 dólar no fechamento anterior nas operações norte-americanas.
GLOBAL 40
O título de referência dos mercados emergentes, o Global 40, subia a 134,625 por cento do valor de face, oferecendo rendimento de 2,695 por cento ao ano.
RISCO-PAÍS <11EMJ>
O risco Brasil caía 3 pontos, para 173 pontos-básicos. O EMBI+ cedia 2 pontos, a 270 pontos-básicos.
BOLSAS DOS EUA
O índice Dow Jones <.DJI> recuou 1,38 por cento, a 12.058 pontos; o S&P 500 <.SPX> retrocedeu 1,57 por cento, a 1.306 pontos, e o Nasdaq <.IXIC> perdeu 1,61 por cento, a 2.737 pontos.
PETRÓLEO
Na Nymex, o contrato de petróleo de vencimento mais próximo avançou 2,66 dólares, ou 2,74 por cento, a 99,63 dólares por barril.
TREASURIES DE 10 ANOS
O preço dos títulos do Tesouro norte-americano de 10 anos, referência do mercado, subia, oferecendo rendimento de 3,3976 por cento ante 3,422 por cento no fechamento anterior.