PANORAMA3-Fed mantém juro, mas bolsas perdem fôlego no final

Por José de Castro

SÃO PAULO, 14 de dezembro (Reuters) - As bolsas de valores
globais perdiam força nesta terça-feira após se aproximarem
mais cedo da máxima em dois anos depois que dados
macroeconômicos nos Estados Unidos sugeriram que a recuperação
daquele país está ganhando força.

O mercado também repercutiu a avaliação do Federal Reserve
sobre a economia dos EUA. Em comunicado ao final de sua reunião
de política monetária, o Fed manteve o juro básico perto de
zero e reafirmou seu compromisso de injetar liquidez no sistema
financeiro com a compra de 600 bilhões de dólares em
Treasuries.

O BC dos EUA, no entanto, não anunciou o aumento dessas
aquisições, o que dava fôlego ao dólar ante uma cesta de moedas
. No Brasil, a cotação recuou abaixo de 1,70 real,
influenciada pelo menor receio com intervenções no mercado de
câmbio por parte do governo.

Em Wall Street, os principais índices de ações perdiam
vigor perto do fechamento, pressionados pelo mau desempenho do
setor bancário. Mais cedo, contudo, as bolsas de valores de
Nova York subiram com mais força, amparadas pela alta de 0,8
por cento nas vendas do varejo norte-americano em novembro,
sugerindo uma forte recuperação do gasto do consumidor.

A Bovespa permaneceu no vermelho ao longo de toda a sessão,
pressionada pela má performance de empresas de siderurgia e da
blue chip Vale , em dia de queda dos
metais.

A pauta doméstica também contou com dados de varejo, mas
abaixo do esperado. As vendas nesse segmeto subiram 0,4 por
cento em outubro ante setembro, de acordo com o Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Analistas consultados pela Reuters esperavam elevação de
1,2 por cento.

O número direcioniou os DIs na BM&FBovespa para baixo, a
dois dias da ata do Comitê de Política Monetária (Copom).

O mercado local também soube que a arrecadação federal
somou 66,8 bilhões de reais em impostos e contribuições em
novembro, queda de 12,3 por cento frente aos 76,2 bilhões de
reais recolhidos no mesmo mês de 2009 [ID:nN14276885].

Na pauta corporativa doméstica, a Nextel anunciou planos de
investimento no valor total de até 5,5 bilhões de reais no
Brasil nos próximos cinco anos.

O projeto também inclui recursos destinados ao pagamento de
licenças para ter uma rede nacional de telefonia móvel 3G,
compradas em leilão promovido pela Agência Nacional de
Telecomunicações (Anatel) nesta terça-feira [ID:nN14259945].

Veja a variação dos principais mercados nesta terça-feira:

CÂMBIO

O dólar terminou a 1,695 real, em queda de 0,35 por cento
frente ao fechamento anterior.

BOVESPA

O Ibovespa caiu 0,55 por cento, para 68.742 pontos. O
volume financeiro na bolsa foi de 5,3 bilhões de reais.

ADRs BRASILEIROS

O índice dos principais ADRs brasileiros recuava 0,19 por
cento, a 35.394 pontos.

JUROS

O DI janeiro de 2012 apontava 11,82 por cento ao ano, ante
11,90 por cento no ajuste anterior.

EURO

A moeda comum europeia era cotada a 1,3379 dólar, ante
1,3389 dólar no fechamento anterior.

GLOBAL 40

O título de referência dos mercados emergentes, o Global
40, caía a 135,188 por cento do valor de face, oferecendo
rendimento de 2,885 por cento ao ano.

RISCO-PAÍS

O risco Brasil cedia 10 pontos, para 161 pontos-básicos. O
EMBI+ caía 13 pontos, a 223 pontos-básicos.

BOLSAS DOS EUA

A alguns minutos do fechamento, o índice Dow Jones
tinha alta de 0,34 por cento, a 11.469 pontos; o S&P 500
subia 0,03 por cento, a 1.240 pontos, e o Nasdaq
avançava 0,07 por cento, a 2.626 pontos.

PETRÓLEO

Na Nymex, o contrato de petróleo de vencimento mais próximo
perdeu 0,33 dólar, ou 0,37 por cento, a 88,28 dólares por
barril.

TREASURIES DE 10 ANOS

O preço dos títulos do Tesouro norte-americano de 10 anos,
referência do mercado, tinha queda, oferecendo rendimento de
3,4551 por cento ante 3,279 por cento no fechamento anterior.

(PANORAMA1, PANORAMA2 e PANORAMA3 são localizados no
terminal de notícias da Reuters pelo código )

(Edição de Isabel Versiani)