PANORAMA3-DIs e Bovespa sobem após BC, euro segue enfraquecido

Por José de Castro

SÃO PAULO, 22 de dezembro (Reuters) - Discretas oscilações
em meio a um modesto otimismo e reduzido volume de negócios
marcaram as principais praças financeiras nesta quarta-feira,
num dia em que o mercado doméstico voltou as atenções para a
avaliação do Banco Central sobre o atual cenário
inflacionário.

No Relatório de Inflação referente ao quarto trimestre, o
BC afirmou que o distanciamento das projeções de inflação do
centro da meta, tanto da autoridade monetária quanto do
mercado, pode requerer um aumento de juro no curto prazo.

O BC revisou para cima suas projeções para a inflação neste
ano e no próximo. Para 2011, em cenário que considera juros e
câmbio estáveis, a estimativa do BC para a inflação ao
consumidor medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo
(IPCA) aumentou para 5,0 por cento. Para 2010, a projeção subiu
a 5,9 por cento [ID:nN2292644].

Segundo analistas, o conteúdo geral do documento sugere
explicitamente que a Selic deve subir já na primeira reunião do
Comitê de Política Monetária (Copom) de 2011. Tal leitura
respondeu pela elevação nas projeções de juros curtas e
intermediárias na BM&FBovespa.

Os demais mercados locais acompanharam as variações
contidas no exterior, com muitos players já ausentes das
operações conforme o final do ano se aproxima. O dólar teve
leve queda ante o real, enquanto a Bovespa subiu, sustentada
pelo bom desempenho das ações de bancos.

Tal performance era amparada pela valorização dos papéis do
setor financeiro também em Nova York, onde o índice Standard
and Poor's 500 caminhava para a quinta alta consecutiva, nas
máximas em dois anos.

Também nos Estados Unidos, a informação de que os estoques
de petróleo recuaram pela terceira semana consecutiva somada ao
frio intenso no Hemisfério Norte catapultaram os preços da
commodity à máxima em 26 meses.

Mais cedo, o principal índice das ações europeias
já havia renovado o pico de fechamento em 27 meses, em meio ao
salto de 9,1 por cento nas ações da britânica ARM Holdings
, após notícias de que a Microsoft planeja
anunciar uma versão de seu programa que funcione com
processadores desenvolvidos pela companhia inglesa.

A despeito do otimismo nos mercados acionários,
persistentes preocupações com a situação fiscal de alguns
países da Europa mantinham o euro enfraquecido ante o dólar. A
moeda norte-americana, por sua vez, operava praticamente
estável ante uma cesta de divisas .

Mais cedo, o euro chegou a cair a um novo piso histórico
contra o franco suíço , mas notícias de que a China
estaria estudando comprar entre 4 e 5 bilhões de euros em
títulos da dívida portuguesa ofereceram algum "respiro" à moeda
única.

Veja a variação dos principais mercados nesta
quarta-feira:

CÂMBIO

O dólar terminou a 1,696 real, em queda de 0,12 por cento
frente ao fechamento anterior.

BOVESPA

O Ibovespa subiu 0,38 por cento, para 68.470 pontos. O
volume financeiro na bolsa foi de 5,2 bilhões de reais.

ADRs BRASILEIROS

O índice dos principais ADRs brasileiros ganhava 0,27 por
cento, a 35.573 pontos.

JUROS

O DI janeiro de 2012 apontava 12,10 por cento ao ano, ante
12,00 por cento no ajuste anterior.

EURO

A moeda comum europeia era cotada a 1,3091 dólar, ante
1,3095 dólar no fechamento anterior.

GLOBAL 40

O título de referência dos mercados emergentes, o Global
40, mostrava estabilidade a 135,438 por cento do valor de face,
oferecendo rendimento de 2,795 por cento ao ano.

RISCO-PAÍS

O risco Brasil cedia 10 pontos, para 176 pontos-básicos. O
EMBI+ recuava 9 pontos, a 242 pontos-básicos.

BOLSAS DOS EUA

A alguns minutos do fechamento, o índice Dow Jones
subia 0,22 por cento, a 11.558 pontos; o S&P 500
avançava 0,30 por cento, a 1.258 pontos, e o Nasdaq
marcava ganho de 0,14 por cento, a 2.671 pontos.

PETRÓLEO

Na Nymex, o contrato de petróleo de vencimento mais próximo
subiu 0,66 dólar, ou 0,73 por cento, a 90,48 dólares por
barril.

TREASURIES DE 10 ANOS

O preço dos títulos do Tesouro norte-americano de 10 anos,
referência do mercado, caía, oferecendo rendimento de 3,3516
por cento ante 3,303 por cento no fechamento anterior.

(PANORAMA1, PANORAMA2 e PANORAMA3 são localizados no
terminal de notícias da Reuters pelo código )

(Edição de Isabel Versiani)