PANORAMA3-China preocupa mercados; DIs curtos caem após Copom

SÃO PAULO, 20 de janeiro (Reuters) - Preocupações com a
possibilidade de a China implementar mais medidas de aperto
monetário impuseram prudência nas principais praças financeiras
globais nesta quinta-feira, dia em que o mercado doméstico
repercutiu a elevação da Selic na véspera.

Por unanimidade, o Comitê de Política Monetária (Copom)
decidiu pelo aumento em 0,5 ponto percentual sobre a taxa
básica, levando-a a 11,25 por cento ao ano. Os DIs curtos
sofreram ajuste de baixa, uma vez que havia apostas num
acréscimo maior [ID:nN20285981].

O dólar terminou praticamente estável frente ao real,
dividido entre a expectativa de entrada de capitais e a
possibilidade de novas intervenções do Banco Central.

De fato, o BC anunciou no final da tarde um leilão de swap
cambial reverso a ser realizado na sexta-feira, com oferta de
até 20 mil contratos. A autoridade monetária promoveu há
exatamente uma semana o mesmo tipo de operação, levando o dólar
a fechar em alta no dia seguinte.

O principal índice das ações brasileiras mostrou
debilidade, pressionado pelo mau desempenho do setor de metais,
que reagiu a temores de mais aperto monetário na China, após
dados oficiais do país indicarem que a economia ainda se mantém
bastante aquecida.

Os preços no país asiático subiram 4,6 por cento em
dezembro, acima dos 4,4 por cento estimados. Já a economia
terminou o ano com expansão de 10,3 por cento, ante previsão de
crescimento de 10,2 por cento [ID:nN20285060].

O receio atingiu em cheio as matérias-primas e outros
ativos a elas atrelados. O petróleo recuou 2,2 por cento,
arrastando consigo os metais, que pressionaram o principal
índice de ações da Europa .

O tom em Wall Street também não foi dos melhores, mas as
bolsas norte-americanas encontraram algum alento em nova safra
de números positivos sobre a economia do país.

A venda de moradias usadas avançou 12,3 por cento em
dezembro, enquanto os pedidos de auxílio-desemprego tiveram o
maior declínio em quase um ano [ID:nN20111384].

Do lado corporativo, o Banco do Brasil está
avaliando cerca 65 bilhões de reais em "project finance", com
forte concentração em infraestrutura, disse o presidente da
instituição financeira, Aldemir Bendine [ID:nN20100211].

Na sexta-feira, a agenda será fraca em todo o mundo, o que
pode favorecer menor volume de negócios e ausência de tendência
comum entre os mercados.

Veja a variação dos principais mercados nesta
quinta-feira:

CÂMBIO

O dólar terminou a 1,672 real, com oscilação negativa de
0,06 por cento frente ao fechamento anterior.

BOVESPA

O Ibovespa caiu 0,71 por cento, para 69.561 pontos. O
volume financeiro na bolsa foi de 7,41 bilhões de reais.

ADRs BRASILEIROS

O índice dos principais ADRs brasileiros recuava 1,62 por
cento, a 36.233 pontos.

JUROS

No call das 16h, o DI janeiro de 2012 apontava 12,36 por
cento ao ano, ante 12,42 por cento no ajuste anterior.

EURO

A moeda comum europeia era cotada a 1,3469 dólar, ante
1,3466 dólar no fechamento anterior nas operações
norte-americanas.

GLOBAL 40

O título de referência dos mercados emergentes, o Global
40, cedia a 135,688 por cento do valor de face, oferecendo
rendimento de 2,642 por cento ao ano.

RISCO-PAÍS

O risco Brasil caía 7 pontos, para 167 pontos-básicos. O
EMBI+ recuava 7 pontos, a 235 pontos-básicos.

BOLSAS DOS EUA

A alguns minutos do fechamento, o índice Dow Jones
retrocedia 0,14 por cento, a 11.808 pontos; o S&P 500
tinha queda de 0,24 por cento, a 1.278 pontos, e o Nasdaq
registrava perda de 0,76 por cento, a 2.704 pontos.

PETRÓLEO

Na Nymex, o contrato de petróleo de vencimento mais próximo
caiu 2 dólares, ou 2,2 por cento, a 88,86 dólares por barril.

TREASURIES DE 10 ANOS

O preço dos títulos do Tesouro norte-americano de 10 anos,
referência do mercado, recuava, oferecendo rendimento de 3,445
por cento ante 3,337 por cento no fechamento anterior.

(PANORAMA1, PANORAMA2 e PANORAMA3 são localizados no
terminal de notícias da Reuters pelo código )

(Por José de Castro; Edição de Silvio Cascione)