Cenário de inflação vira e puxa juro; dólar tem 4a alta
Foram três leilões de compra de dólares no mercado a termo e dois no mercado à vista
Da Redação
Publicado em 7 de fevereiro de 2011 às 22h03.
São Paulo - O dólar subiu levemente ante o real pela quarta sessão seguida nesta segunda-feira, após intensa atuação do Banco Central, enquanto as projeções de juros recuaram em meio à reviravolta nas projeções do mercado para a inflação doméstica.
Na cola de oscilações residuais da moeda norte-americana frente ao euro e a um cesta com as principais divisas, a artilharia do BC voltou a funcionar no câmbio, em dia de volume enxuto. Foram três leilões de compra de dólares no mercado a termo e dois no mercado à vista.
Enquanto isso, os investidores monitoraram notícias da visita do secretário do Tesouro dos Estados Unidos ao Brasil. Antes de encontrar-se com o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e com a presidente Dilma Rousseff, Geithner afirmou pela manhã em São Paulo que o câmbio depreciado em alguns países emergentes é um dos responsáveis pela valorização do real [N07289036].
No plano internacional, a fraca volatilidade teve como pano de fundo o lampejo de otimismo com a zona do euro, após Portugal captar 3,5 bilhões de euros com a emissão de bônus sindicalizados de cinco anos, ganhando tempo para sanear as contas públicas e evitar o mesmo destino de Grécia e Irlanda.
Já os mercados acionários internacionais foram amparados por espectativas de lucros corporativos crescentes e pela alta de commodities, como metais. O principal índice europeu de ações alcançou a maior pontuação desde setembro de 2008.
Nas bolsas de Nova York, o rali ia ainda mais longe, com os principais índices atingindo máximas em mais de dois anos e meio, também a reboque do otimismo com novas notícias de fusões e aquisições.
Clima que, mais uma vez, não chegou a se refletir na Bovespa, que teve um dia volátil e chegou a passear no vermelho mesmo após a forte queda da última sexta-feira que levou seu principal índice à mínima desde agosto. No final, o índice teve modesta alta, mas profissionais do mercado disseram que a revoada de investimentos estrangeiros para outros mercados contiuava.
No mercado de juros, as projeções caíram após analistas reduzirem a previsão para a inflação de 2012. Segundo o Focus, o mercado cortou o prognóstico para a inflação em 2012 de 4,70 para 4,61 por cento, enquanto o cenário para os 12 meses à frente recuou de 5,53 para 5,48 por cento [ID:nN07190971].
Veja como ficaram os principais mercados nesta segunda-feira:
CÂMBIO
O dólar fechou cotado a 1,680 real, em alta de 0,24 por cento frente ao fechamento anterior.
BOVESPA <.BVSP>
O Ibovespa subiu 0,14 por cento, para 65.362 pontos. O volume financeiro na bolsa foi de 5,5 bilhões de reais.
ADRs BRASILEIROS <.BR20>
O índice dos principais ADRs brasileiros caía 0,26 por cento perto do fechamento, a 34.971 pontos.
JUROS <0#2DIJ:>
No call das 16h, o DI janeiro de 2012 estava em 12,35 por cento ao ano ante 12,42 por cento no ajuste anterior.
EURO
A moeda comum europeia era cotada a 1,3588 dólar, ante 1,3561 dólar no fechamento anterior.
GLOBAL 40
O título de referência dos mercados emergentes, o Global 40, caía para 134,688 por cento do valor de face, oferecendo rendimento de 2,779 por cento ao ano.
RISCO-PAÍS <11EMJ>
O risco Brasil subia 2 pontos, para 162 pontos-básicos. O EMBI+ operava a 246 pontos-básicos.
BOLSAS DOS EUA
Perto do fechamento, o índice Dow Jones <.DJI> subia 0,6 por cento, a 12.167 pontos, o S&P 500 <.SPX> avançava 0,65 por cento, a 1.319 pontos, e o Nasdaq <.IXIC> tinha valorização de 0,59 por cento, aos 2.785 pontos.
PETRÓLEO
Na Nymex, o contrato de petróleo mais curto caiu 1,74 por cento, a 87,48 dólares por barril.
TREASURIES DE 10 ANOS
O preço dos títulos do Tesouro norte-americano de 10 anos, referência do mercado, caía, oferecendo rendimento de 3,65 por cento ante 3,64 por cento no fechamento anterior.