PANORAMA3-Ativos locais sobem apesar de cena externa negativa
SÃO PAULO, 27 de setembro (Reuters) - A Bovespa subiu sozinha nesta segunda-feira, descolando dos mercados externos, que tiveram uma pausa após o recente rali. Em Wall Street, contudo, o fluxo de notícias corporativas positivas impediu baixas mais acentuadas, com os agentes avaliando que o momento sugere algum otimismo. Já o principal índice acionário europeu […]
Da Redação
Publicado em 27 de setembro de 2010 às 14h41.
SÃO PAULO, 27 de setembro (Reuters) - A Bovespa subiu
sozinha nesta segunda-feira, descolando dos mercados externos,
que tiveram uma pausa após o recente rali.
Em Wall Street, contudo, o fluxo de notícias corporativas
positivas impediu baixas mais acentuadas, com os agentes
avaliando que o momento sugere algum otimismo. Já o principal
índice acionário europeu foi pressionado pelo mau
desempenho das farmacêuticas.
A bolsa brasileira, por outro lado, sustentou a alta,
amparada principalmente pelas blue chips Vale e
Petrobras . A sessão marcou o primeiro dia de
negociação dos novos papéis da petrolífera após a precificação
da oferta de ações.
No exterior, investidores renovaram as preocupações com o
setor bancário europeu. Mais cedo, a agência de classificação
de risco Moody's rebaixou o rating do banco irlandês Anglo
Irish Bank. A notícia provocou a alta no spread dos rendimentos
dos títulos irlandeses na comparação com os bônus alemães de 10
anos .
Esse quadro alimentou a aversão a risco, levando os preços
do ouro ao pico histórico de 1.300 dólares a onça,
enquanto os preços dos Treasuries subiam.
Nesse contexto, o euro se afastava das máximas em cinco
meses ante o dólar, com a moeda norte-americana em leve alta
contra uma cesta de moedas . No Brasil, a divisa dos EUA
terminou praticamente estável, com o Banco Central realizando
apenas um leilão de compra de dólares no mercado à vista.
O governo voltou a dar sinais de que conterá uma excessiva
apreciação do real. Em evento na capital paulista, o ministro
da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que o mundo atualmente vive
uma "guerra cambial", acrescentando o governo não permitirá que
"o Brasil seja prejudicado por causa da política cambial dos
demais países" [ID:nN27259516].
Já os DIs da BM&FBovespa registraram alta, depois de o
relatório Focus mostrar que os agentes financeiros elevaram a
estimativa para inflação medida pelo IPCA em 2010 pela segunda
semana seguida, de 5,01 por cento na semana anterior para 5,05
por cento [ID:nN27255040].
Ainda no plano doméstico, o governo federal poderá conceder
até 30 bilhões de reais adicionais ao BNDES, de acordo com uma
Medida Provisória publicada no Diário Oficial da União
[ID:nN27258649].
Ainda, o Fundo Monetário Internacional (FMI) informou que
realizará exames obrigatórios do setor financeiro em 25 países
sistemicamente importantes, entre eles o Brasil, para tentar
evitar uma nova crise financeira global [ID:nN27188893].
Veja como terminaram os principais mercados nesta
segunda-feira:
CÂMBIO
O dólar fechou a 1,710 real, com oscilação negativa de 0,06
por cento em relação ao fechamento anterior.
BOVESPA
O Ibovespa subiu 0,91 por cento, a 68.815 pontos. O volume
financeiro na bolsa foi de 6,86 bilhões de reais.
ADRs BRASILEIROS
O índice dos principais ADRs brasileiros avançou 0,72 por
cento, a 33.962 pontos.
JUROS
O DI janeiro de 2012 apontava 11,58 por cento ao ano no
call das 16h, ante 11,54 por cento no ajuste anterior.
EURO
A moeda comum europeia era cotada a 1,3444 dólar, ante
1,3488 dólar no fechamento anterior nas operações
norte-americanas.
GLOBAL 40
O título de referência dos mercados emergentes, o Global
40, subia para 138,813 por cento do valor de face, oferecendo
rendimento de 2,591 por cento ao ano.
RISCO-PAÍS
O risco Brasil ficava estável em 206 pontos-básicos. O
EMBI+ tinha alta de 1 ponto, a 283 pontos-básicos.
BOLSAS DOS EUA
O índice Dow Jones caiu 0,44 por cento, a 10.812
pontos, o S&P 500 recuou 0,57 por cento, a 1.142 pontos.
O Nasdaq Composite cedeu 0,48 por cento, aos 2.369
pontos.
PETRÓLEO
Na Nymex, o contrato de petróleo com vencimento mais curto
teve oscilação positiva de 0,03 dólar, ou 0,04 por cento, a
76,52 dólares por barril.
TREASURIES DE 10 ANOS
O preço dos títulos do Tesouro norte-americano de 10 anos,
referência do mercado, subia, oferecendo rendimento de 2,5296
por cento ante 2,607 por cento no fechamento anterior.
(PANORAMA1, PANORAMA2 e PANORAMA3 são localizados no
terminal de notícias da Reuters pelo código )
(Por José de Castro; Edição de Aluísio Alves)