Oi (OIBR3): BTG reduz preço-alvo em 80% e retira recomendação de compra
Analistas não veem mais espaço para valorização do papel e preevem consumo de caixa "relativamente alto por vários anos"
Guilherme Guilherme
Publicado em 5 de outubro de 2022 às 12h07.
Última atualização em 5 de outubro de 2022 às 12h09.
O BTG Pactual não reomenda mais a compra das ações da Oi (OIBR3). Em relatório desta quarta-feira, 5, o banco revisou sua visão para neutra e reduziu o preço-alvo do ativo de R$ 2,40 para R$ 0,40.
Retornos piores que o esperado e atrasos relacionados às vendas de ativos, aumento de custo de capital e crescimento mais lento estão entre os motivos que levaram à revisão das estimativas para as ações da Oi.
Os analistas do BTG preveem queda do Capex após a venda das divisões de telefonia móvel e infraestrutura, mas afirmaram que o consumo de caixa "permanecerá relativamente alto por vários anos". O fluxo de caixa da compnhia, apontou o banco, deve seguir pressionado por investimentos para modernização, ajustes na estrutura corporativa, despesas com depósitos judiciais e financeiras.
O fluxo de caixa da Oi, afirmou o banco, está "longe de ser confortável". As despesas de arrendamento e capex, preveem os analistas, serão inferiores, mas ainda relevantesconsiderando o menor tamanho da companhia em relação ao que era. A expectativa para 2023 é de consumo de caixa de R$ 965 milhões e um fluxo de caixa ainda pressionado em 2024.
Os analistas ainda recordaram sobre os entraves no processo de venda da Oi Móvel em que as compradoras, Vivo, Tim e Claro, pedem reudção do valor pago em R$ 3,2 bilhões, podendo chegar a R$ 3,5 bilhões, após pedido de compensação adicional. Desse valor, R$ 1,4 bilhão ficou retido pelas teles em forma de garantia.
O BTG acredita que a maior reserva de valor da Oi esteja em sua participação remanescente de 35% na V.tal, a qual estima ser de R$ 11,1 bilhões, cerca quatro vezes seu valor de mercado. Mas não será fácil para a companhia destravar esse montante, preveem os analistas.
"Como a V.tal provavelmente fará IPO, a Oi terá a chance de vender parte (ou a totalidade) de sua participação para reduzir sua alavancagem. Mas o IPO da V.tal depende de vários fatores, e o momento é altamente incerto", avaliaram os analistas.