Os papéis da OGX (OGXP3) estão em alta hoje na bolsa, acompanhando o otimismo com o acordo fechado com a Petronas, gigante do petróleo da Malásia. A alta dos papéis e a melhora das perspectivas da empresa aumentaram a compra para cobertura de posições vendidas, que apostavam na queda das ações, o que provocou uma corrida em busca de OGX e fez o aluguel disparar para 100% ao ano, segundo o responsável pela mesa de negócios de uma corretora.

A ação ordinária (ON, com voto) da petroleira do Grupo EBX, de Eike Batista, era negociada às 13h15 em alta de 6,67%, negociada a R$ 2,08. O Índice Bovespa estava em alta de 0,58%, aos 56.603 pontos. OGX é a segunda ação mais negociada no dia, com R$ 295 milhões, atrás apenas de Vale PNA (preferencial, sem voto, série A), com R$ 315 milhões.

Operações de opções de compra do papel no estilo americano, que podem ser exercidas a qualquer momento pelo comprador, também ajudam a pressionar as cotações, já que os vendedores precisam ter papéis para entregar para os compradores das opções por preços mais baixos. Foram exercidas hoje, até às 11 horas, opções num valor total de R$ 7 milhões.

Produção preocupa

Mas a animação dos analistas ainda é contida. Apesar de o acordo ser muito benéfico para a empresa no curto prazo, eles lembram que ainda há muitas incertezas com a parte operacional da empresa, que ontem mesmo anunciou que o poço OGX-106 (Cancun) estava seco e o poço OGX-109 (Viedma) apresentou baixa produção.

As duas informações, segundo relatório do banco alemão Deutsche Bank, lançam dúvidas sobre sobre a área de Tubarão Azul e seus arredores. O banco alemão recomenda venda para a ação, com preço justo de R$ 0,80.

Reforço de caixa para licitação de áreas

Já a BB Investimentos, do Banco do Brasil (BB), vê a operação com a Petronas como positiva, por ser um acordo com uma empresa que possui balanço consistente e expertise. A venda dos ativos também permitirá à OGX reforçar seu caixa e diversificar seu risco operacional, além de garantir recursos para participar do leilão de áreas na 11ª Licitação de Petróleo e Gás que acontece na próxima semana e para outros investimentos previstos este ano.

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O preço justo de OGX está em reavaliação pela BB Investimentos, que chama a atenção para a falta de informações sobre o prazo de recebimento, as condições e a forma de utilização dos recursos da Petronas, bem como a atualização do plano de negócios da petrolífera brasileira. Mas as analistas Andrea Aznar e Carolina Flesch alertam que a queda na produção do campo de Tubarão Azul ainda preocupa “e deixa dúvidas sobre a obtenção de receitas consistentes e regulares”.

Preço abaixo do esperado

Já os analistas do Citibank também veem com um certo cuidado a notícia da Petronas. Para Pedro Medeiros e Fernando Valle, o preço acertado implicaria numa avaliação entre US$ 1,8 bilhão e US$ 2 bilhões, abaixo dos US$ 2,5 bilhões estimados, o que não traria o alívio esperado para a empresa.

Os analistas da Citi Corretora avaliam também que os números de produção divulgados ontem aumentam os riscos para avaliação da empresa, especialmente nos poços OSX1, e que deveriam proporcionar uma geração de caixa livre (Lajida) de R$ 120 milhões no segundo semestre deste ano. Se o poço OSX1 não atingir a produção desejada, alertam os analistas, pode comprometer outro poço, o OSX2. Juntos, esses dois poços teriam um peso equivalente a R$ 0,57 por ação da OGX.

O Citi tem um preço justo para OGX de R$ 0,90. A recomendação é venda, alto risco.

Atestado de qualidade

Para a corretora Planner, o acordo com a Petronas melhora a credibilidade do projeto, que ficou bastante abalada pela perda das metas de produção. Além disso, garante recursos extras para continuação das atividades de exploração e produção, e dá um certo “atestado de qualidade” para os ativos vindo de uma grande empresa do setor. “Agrega-se à OGX uma empresa com muita experiência e recursos para desenvolver a produção neste e até em outros campos”, diz o relatório.

A Planner tem recomendação de manter para a ação da OGX, com preço justo de R$ 2,60.