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OGX deve estar listada em Londres em 3 meses, diz Eike

Afirmação do empresário foi feita durante comentário de relatório da DeGolyer & Mac Naughton que elevou a estimativa de recursos potenciais de óleo e gás para 10,8 bilhões de barris de óleo equivalente

Santander está confiante nas perspectivas para as ações da OGX, de Eike Batista, e indica a compra, com um preço-alvo de 33 reais
 (Fernando Cavalcanti/EXAME.com)

Santander está confiante nas perspectivas para as ações da OGX, de Eike Batista, e indica a compra, com um preço-alvo de 33 reais (Fernando Cavalcanti/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 13 de julho de 2012 às 11h12.

Rio - O empresário Eike Batista disse hoje que está em fase de conclusão o processo que vai listar as ações da OGX na Bolsa de Londres. Segundo ele, a listagem deverá estar concluída em no máximo três meses.

Em entrevista realizada no final da tarde para comentar o relatório divulgado pela DeGolyer & Mac Naughton (D&M), Eike brincou com o fato de as novas prospecções elevarem a projeção para as reservas de gás na Bacia do Parnaíba. No ano passado, quando forem feitas as primeiras perfurações, Eike comparou a descoberta, dizendo que equivalia a "meia Bolívia", por apresentar volumes potenciais de 15 trilhões de pés cúbicos (tcf). Apesar de o relatório colocar os recursos prospectivos de gás natural para a área em 11,3 tcfs, as sísmicas realizadas na região apontam uma projeção de até 56 tcfs mais 1,9 bilhão de barris de óleo. No relatório constam apenas 96 milhões de barris de óleo.

"Conforme estamos perfurando os poços seguramente vamos começar a ver este aumento, assim como já aconteceu em Campos, quando transformamos os recursos não-riscados em recursos riscados", disse o presidente da OGX, Paulo Mendonça.

Segundo Mendonça, a companhia pretende começar a produzir na Bacia do Parnaíba já a partir de 2012 e começar a gerar energia em 2013. O braço de energia elétrica do grupo de Eike Batista, a MPX, deverá disputar sozinho o leilão que será realizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) em junho. "Faremos nossa inscrição na terça-feira", disse o presidente da MPX, Eduardo Karrer.

Segundo Karrer, é intenção da empresa instalar na área uma térmica com capacidade para gerar 1,863 mil MW , que já estão licenciados. Além disso, a companhia pretende construir uma segunda térmica do mesmo tamanho para absorver a produção de gás na região.

Relatório

O presidente da OGX afirmou que o relatório da De Golyer & Mac Naughton (D&M) foi conservador. O relatório, destacou ele, não contempla os 15 poços perfurados entre dezembro de 2010 e março de 2011 na Bacia de Campos e outros dois na Bacia do Parnaíba. O relatório avalia os 19 poços na Bacia de Campos e dois na Bacia do Parnaíba, que haviam sido perfurados até dezembro de 2010. "Isso faz com que nós acreditemos que há muito ainda por ser revelado", comentou, destacando que a área do pré-sal identificada na Bacia de Santos também não foi ainda incluída no relatório.

A OGX, segundo Mendonça, priorizou na fase inicial da campanha exploratória o cumprimento de compromissos com a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e a perfuração de poços pioneiros, visando aumentar o número de acumulações descobertas.

"Houve, em um momento em que se descobriram as primeiras reservas, quem recomendasse que tivéssemos parado nossas campanhas e nos detido a delimitar as reservas de Waimea (na bacia de Campos). Se tivéssemos feito isso, teríamos 300 milhões de barris, mas não estaríamos com estas prospecções de outros blocos no volume de 5,4 bilhões de barris", disse Mendonça, destacando que a companhia foi atrás do "patinho feio" ao norte da Bacia de Campos, entre os campos de Polvo e Peregrino. "Neste lugar descobrimos uma província de óleo leve de 28 graus API", disse.

O empresário Eike Batista, que participou da entrevista por teleconferência, disse que o óleo desta bacia vai ser batizado de "Batista Brent". "Cotações que nós já pedimos sobre este óleo indicam que vão nos pagar o preço do Brent e não do WTI", disse, destacando que antes da descoberta o valor de referência era o WTI, norte-americano, para o qual haveria uma desvalorização. Ou seja, seria pago pelo óleo da Bacia de Campos US$ 10 a menos do que o WTI. "Neste caso, como nós estamos indo para outra ponta, estamos falando de uma valorização de US$ 20", disse, citando que hoje, enquanto o WTI está custando US$ 109, o Brent está na casa dos US$ 129.

Veja também: As 10 pessoas mais ricas do mundo em 2012, segundo a Forbes

(Getty Images)

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