Ofertas de fundos imobiliários podem superar R$ 20 bi no ano
A alta dos juros não deve afetar a procura das pessoas físicas pelos fundos imobiliários, acredita Luiz Gotardo Furlan, sócio da Concórdia Corretora
Da Redação
Publicado em 23 de abril de 2013 às 16h49.
As ofertas de fundos imobiliários este ano devem superar R$ 20 bilhões, afirma Luiz Gotardo Furlan, sócio da Concórdia Corretora. Até agora, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) registra em seu site R$ 4,4 bilhões em 15 fundos registrados e mais R$ 3,3 bilhões de 18 carteiras em análise, o que equivale a R$ 7,7 bilhões, ou mais da metade dos R$ 14 bilhões registrados no ano passado.
“Devemos ter um ou dois fundos pelo menos por mês, com valores acima de R$ 100 milhões”, diz. Aproveitando essa explosão de lançamentos, a corretora passou a atuar mais na oferta desse tipo de fundo, coordenando algumas distribuições.
Impacto da alta dos juros
A alta dos juros não deve afetar a procura das pessoas físicas pelos fundos imobiliários, acredita o executivo, apesar do impacto no valor das cotas dos fundos negociadas no mercado da BM&FBovespa, que tende a recuar. “Mas se o juro básico for para 8,5% ao ano, ainda assim os fundos imobiliários, por serem isentos de imposto, devem dar ganhos reais interessantes”, afirma.
A estimativa é que os fundos imobiliários paguem em torno de 7% a 7,5% ao ano líquidos, o que seria um rendimento acima do da poupança e de muitos fundos de renda fixa. “Hoje, os fundos já lançados negociados em bolsa pagam de 6,5% a 7,5% ao ano, então os novos lançamentos devem sair perto disso”, afirma Furlan.
Ele espera maior oferta de fundos destinados à logística para empresas, como centros de distribuição e projetos sob medida, o chamado build to suit, impulsionada também pela isenção de IOF dada pelo governo para os investidores estrangeiros aplicarem em fundos imobiliários.
Os estrangeiros, lembra Furlan, estão mais dispostos a correr riscos de projetos de desenvolvimento e incorporação imobiliária. Já as ofertas de torres comerciais para alugar devem continuar, mas com retorno menor para o investidor.
Mesmo o impacto do juro sobre os preços dos imóveis, que servem de lastro para os fundos imobiliários, não deve ser muito forte, avalia o executivo. “Nas grandes cidades, outros fatores influenciam e seguram os preços, como o déficit habitacional ainda elevado e a atividade econômica”, afirma. Além disso, as construtoras reviram seus planos de crescimento para um nível mais realista, reduzindo a oferta e os estoques. “O que deve ocorrer é que a valorização dos imóveis não será tão forte como nos últimos anos”, diz.
Há também o efeito da atratividade das grandes cidades, que são procuradas por compradores de várias regiões do país e do mundo.
Ele dá o exemplo de uma amiga que comprou recentemente um apartamento em Bruxelas, capital da Bélgica, de 100 metros quadrados, por US$ 3 milhões (R$ 6 milhões), “um imóvel velho”, que saiu por R$ 60 mil o metro quadrado.
Em Nova York, o metro quadrado está em torno de US$ 50 mil (R$ 100 mil), enquanto na Avenida Faria Lima, novo centro financeiro de São Paulo, o metro quadrado está em torno de US$ 20 mil (US$ 40 mil). “Não acredito que haja uma bolha no mercado imobiliário, mas devemos ter uma acomodação de preços e depois um crescimento sustentável”, avalia.
Maior procura por renda
Os tipos de fundos mais procurados devem ser os de renda, ou seja, aqueles em que o fundo tem um imóvel pronto e o aluga para alguém por determinado período. “Esse é o tipo de fundo que mais se assemelha à aplicação de renda variável e que portanto deixa o investidor mais confortável”, explica Furlan.
Os outros tipos são os de incorporação ou desenvolvimento imobiliário, nos quais o fundo compra o terreno e faz o imóvel, em que o risco é maior, os fundos ativos, de compra e venda de imóveis, os fundos de recebíveis imobiliários, que compram Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) ou letras hipotecárias, os fundos híbridos, que podem ter um pouco de cada coisa, e os fundos de fundos, que compram cotas de outros fundos imobiliários.
“Os fundos de renda são também mais fáceis de se avaliar e de o investidor entender”, explica Furlan. Basta comparar o valor investido com o aluguel pago e a qualidade do inquilino. Já fundos de desenvolvimento imobiliário, por exemplo, são mais difíceis de se avaliar pois às vezes o que se tem é apenas o projeto, e os riscos, portanto, são maiores, assim como o retorno oferecido.
As ofertas de fundos imobiliários este ano devem superar R$ 20 bilhões, afirma Luiz Gotardo Furlan, sócio da Concórdia Corretora. Até agora, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) registra em seu site R$ 4,4 bilhões em 15 fundos registrados e mais R$ 3,3 bilhões de 18 carteiras em análise, o que equivale a R$ 7,7 bilhões, ou mais da metade dos R$ 14 bilhões registrados no ano passado.
“Devemos ter um ou dois fundos pelo menos por mês, com valores acima de R$ 100 milhões”, diz. Aproveitando essa explosão de lançamentos, a corretora passou a atuar mais na oferta desse tipo de fundo, coordenando algumas distribuições.
Impacto da alta dos juros
A alta dos juros não deve afetar a procura das pessoas físicas pelos fundos imobiliários, acredita o executivo, apesar do impacto no valor das cotas dos fundos negociadas no mercado da BM&FBovespa, que tende a recuar. “Mas se o juro básico for para 8,5% ao ano, ainda assim os fundos imobiliários, por serem isentos de imposto, devem dar ganhos reais interessantes”, afirma.
A estimativa é que os fundos imobiliários paguem em torno de 7% a 7,5% ao ano líquidos, o que seria um rendimento acima do da poupança e de muitos fundos de renda fixa. “Hoje, os fundos já lançados negociados em bolsa pagam de 6,5% a 7,5% ao ano, então os novos lançamentos devem sair perto disso”, afirma Furlan.
Ele espera maior oferta de fundos destinados à logística para empresas, como centros de distribuição e projetos sob medida, o chamado build to suit, impulsionada também pela isenção de IOF dada pelo governo para os investidores estrangeiros aplicarem em fundos imobiliários.
Os estrangeiros, lembra Furlan, estão mais dispostos a correr riscos de projetos de desenvolvimento e incorporação imobiliária. Já as ofertas de torres comerciais para alugar devem continuar, mas com retorno menor para o investidor.
Mesmo o impacto do juro sobre os preços dos imóveis, que servem de lastro para os fundos imobiliários, não deve ser muito forte, avalia o executivo. “Nas grandes cidades, outros fatores influenciam e seguram os preços, como o déficit habitacional ainda elevado e a atividade econômica”, afirma. Além disso, as construtoras reviram seus planos de crescimento para um nível mais realista, reduzindo a oferta e os estoques. “O que deve ocorrer é que a valorização dos imóveis não será tão forte como nos últimos anos”, diz.
Há também o efeito da atratividade das grandes cidades, que são procuradas por compradores de várias regiões do país e do mundo.
Ele dá o exemplo de uma amiga que comprou recentemente um apartamento em Bruxelas, capital da Bélgica, de 100 metros quadrados, por US$ 3 milhões (R$ 6 milhões), “um imóvel velho”, que saiu por R$ 60 mil o metro quadrado.
Em Nova York, o metro quadrado está em torno de US$ 50 mil (R$ 100 mil), enquanto na Avenida Faria Lima, novo centro financeiro de São Paulo, o metro quadrado está em torno de US$ 20 mil (US$ 40 mil). “Não acredito que haja uma bolha no mercado imobiliário, mas devemos ter uma acomodação de preços e depois um crescimento sustentável”, avalia.
Maior procura por renda
Os tipos de fundos mais procurados devem ser os de renda, ou seja, aqueles em que o fundo tem um imóvel pronto e o aluga para alguém por determinado período. “Esse é o tipo de fundo que mais se assemelha à aplicação de renda variável e que portanto deixa o investidor mais confortável”, explica Furlan.
Os outros tipos são os de incorporação ou desenvolvimento imobiliário, nos quais o fundo compra o terreno e faz o imóvel, em que o risco é maior, os fundos ativos, de compra e venda de imóveis, os fundos de recebíveis imobiliários, que compram Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) ou letras hipotecárias, os fundos híbridos, que podem ter um pouco de cada coisa, e os fundos de fundos, que compram cotas de outros fundos imobiliários.
“Os fundos de renda são também mais fáceis de se avaliar e de o investidor entender”, explica Furlan. Basta comparar o valor investido com o aluguel pago e a qualidade do inquilino. Já fundos de desenvolvimento imobiliário, por exemplo, são mais difíceis de se avaliar pois às vezes o que se tem é apenas o projeto, e os riscos, portanto, são maiores, assim como o retorno oferecido.