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O que 10 analistas pensam sobre o resultado da Vale e suas ações

Resultado não agradou mercado e papéis podem sofrer um pouco, mas isso pode ser boa oportunidade de compra

Funcionários da Vale (Juliana Borges/EXAME.com)

Funcionários da Vale (Juliana Borges/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 27 de abril de 2012 às 06h00.

São Paulo – A Vale (VALE3, VALE5) divulgou resultados para o primeiro trimestre com números que não agradaram o mercado. Em relatório, os analistas das principais corretoras e bancos de investimentos destacaram que os números fracos não foram uma surpresa, pois o início do ano costuma ser afetado por chuvas em suas minas. As tempestades este ano, porém, foram mais fortes que o normal, dando aos resultados um impacto maior do que o mercado projetava.

O lucro líquido somou 3,827 bilhões de dólares até março, o que representou uma queda de 43,9% em relação a igual período do ano anterior. Na comparação com o último trimestre de 2011, o recuo foi de 18,1%. Os dados são referentes ao padrão USGAAP.

Apesar de não gostarem dos números, os analistas ainda confiam nas ações da empresa. Em relatórios para seus clientes, 10 bancos e instituições financeiras fizeram recomendações que variaram entre compra e manutenção dos papéis. Ninguém sugere a venda nem para as ações negociadas no Brasil, nem para os ADRs (American Depositary Receipts) nos Estados Unidos.

Confira o que analistas de dez instituições acharam do resultado e recomendaram para seus clientes em relatórios.

Felipe Hirai, do Bank of America Merrill Lynch

O analista reduziu o preço-alvo dos American Depositary Receipt (ADRs) da Vale de 31 dólares para 29 dólares, ao diminuir também as expectativas para a relação entre o Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) e lucro por ação para 2012. “Apesar da revisão, reiteramos a Vale como nossa ‘top pick’ na América Latina”, disse o analista em relatório. A recomendação é de compra. Em sua análise, Hirai afirmou que o resultado ‘fraco’ da vale deve ter um impacto negative na ação no curto prazo, mas que a empresa vai recuperar parte dos volumes perdidos.


Fernando Siqueira e Hugo Rosa, da corretora Citi

Os analistas do Citi estão um pouco menos confiantes com a chegada de melhores números em um horizonte próximo. “Acreditamos que os resultados começarão a aparecer no final de 2012 apenas”, afirmaram em relatório. A recomendação para VALE5 é de compra, com preço-alvo de 51,33 reais.

Marco Aurélio Barbosa, da Coinvalores

O analista da Coinvalores destacou que as fortes chuvas, os menores preços de minério de ferro e transição do sistema de precificação da Vale foram os fatores que intensificaram os efeitos já esperados no início do ano, por características sazonais.

“Embora os resultados apresentados tenham ficado aquém das nossas expectativas, entendemos que ao longo dos próximos meses a companhia deve reportar melhores números”, destacou em relatório. A projeção vem com a expectativa de retorno à normalidade da produção da empresa e continuidade da demanda chinesa, que deve sustentar os preços de minério de ferro em patamares favoráveis para a Vale.

Rodrigo Barros, do Deutsche Bank

Para o analista, os resultados do primeiro trimestre, que ele considerou fracos, abrem espaço para compra dos papéis. O preço-alvo para os ADRs da Vale é de 30 dólares. “Recomendamos aumentar exposição à Vale caso o preço da ação enfraqueça”, ressaltou.

De acordo com o relatório, os resultados da Vale ficaram abaixo do projetado pelo Deutsche Bank. O analista destacou que o Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) ficou em 4,9 bilhões de dólares, quando a projeção era de 5,5 bilhões de dólares. Parte dessa diferença, explicou Barros, aconteceu por uma menor geração de caixa na divisão de metais básicos.

Jonathan Brandt, do HSBC

Para o analista, o importante é ter foco na projeção de resultados sólidos no segundo trimestre, e não nos resultados divulgados do primeiro. “Em nossa opinião, o mercado deveria ignorar o primeiro trimestre difícil, devido à forte precipitação pluviométrica (mais de 50% em algumas regiões)”, afirma o analista.

A projeção é de bons resultados no segundo trimestre devido ao crescimento nos volumes, aumento dos preços do minério de ferro e taxa de câmbio do real mais desvalorizada. A indicação para as ações VALE3 é neutra, com preço-alvo estimado em 48 reais em 12 meses.


Marcos Assumpção e André Pinheiro, do Itaú BBA

Os analistas dizem que concordam com a visão positiva e cautelosa da Vale sobre minério de ferro, apesar de uma desaceleração na economia da China, que ainda deve manter um crescimento no consumo de aço. Os analistas mantiveram recomendação de outperform (desempenho acima da média do mercado) para a mineradora, com preço-alvo de 30 dólares para o ADR (VALE.P) representativo das ações preferenciais e de 53 reais para as ações VALE5.

Rogerio Zarpao, J. Safra Corretora

Após divulgação de resultados, o analista manteve sua classificação de outperform (desempenho estimado acima do mercado) para os papéis VALE5. Em relatório, Zarpao destacou que os resultados vieram abaixo do consenso e os custos sazonais mais fortes do que o esperado com preços e volumes mais baixos para o minério de ferro (devido a um longo período de chuvas) foi uma das principais razões para os números divulgados.

“Contudo, a companhia enfatizou em sua divulgação que as operações já voltaram ao normal e esperamos que os resultados melhores nos próximos trimestres”, disse.

Carlos De Alba, do Morgan Stanley

No Morgan Stanley, a recomendação para os ADRs (VALE) é de overweight (alocação sugerida acima da média do mercado) e o preço-alvo é estimado em 28,40 dólares em 12 meses. O analista também considerou o resultado fraco, mas como pontos positivos da divulgação, destacou que uma recuperação a partir do final de março sustentou as expectativas da administração de que as metas de volume traçadas para o ano serão entregues.

Como riscos para a valorização prevista, o analista destaca o cenário político e macroeconômico, uma desaceleração na economia global ou apenas chinesa, e uma desaceleração maior que esperada na demanda.

Equipe de análises da Planner Corretora

Em relatório, os analistas da Planner também destacam que os resultados do primeiro trimestre tendem mesmo a ser mais fracos por motivos sazonais, embora esse ano o efeito tenha sido aprofundado. Eles mantiveram a recomendação de compra para a VALE5, com preço-alvo de 55 reais.

Leonardo Milane, estrategista de pessoa física do Santander

O estrategista destaca que os resultados fracos não foram uma surpresa e as ações devem ter reação negativa no curto prazo. “Continuamos cautelosos com a história da companhia no curto prazo, em razão da ausência de momentum e catalisadores positivos”, afirma. A recomendação é manutenção das ações VALE5, com preço-alvo estimado em 48 reais.

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