O enrolado destino da Gol
Na problemática companhia aérea Gol, qualquer sinal de notícia positiva promove um rebuliço entre os investidores. Desde quarta-feira as ações da empresa subiram mais de 15% após uma comissão do Congresso aprovar uma Medida Provisória que eleva para 49% a participação de capital estrangeiro em companhias aéreas brasileiras. Essa não é a primeira vez que […]
Da Redação
Publicado em 9 de junho de 2016 às 21h30.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h32.
Na problemática companhia aérea Gol, qualquer sinal de notícia positiva promove um rebuliço entre os investidores. Desde quarta-feira as ações da empresa subiram mais de 15% após uma comissão do Congresso aprovar uma Medida Provisória que eleva para 49% a participação de capital estrangeiro em companhias aéreas brasileiras.
Essa não é a primeira vez que as ações oscilam com a notícia. Quando a então presidente Dilma Rousseff assinou esta MP, no dia 1º de março, os papéis da Gol dispararam quase 70% em dois dias, mas depois voltaram a cair ao longo do mês. A alta dos últimos dias também não é motivo para ânimo. Nos últimos 12 meses, as ações ainda têm queda de 65%. A companhia, que já teve um valor de mercado de 13 bilhões de reais em 2005, hoje vale 880 milhões de reais.
A MP aprovada esta semana pela comissão ainda passará pela Câmara e pelo Senado e então seguir para sanção presidencial – tudo isso precisa acontecer antes do dia 29 de junho. No Congresso, sob orientações do governo, o deputado André Moura deve incluir uma proposta de abertura de 100% a capital estrangeiro.
Resta saber se alguém terá interesse, nos 49% ou 100%, da Gol. A empresa acumula dívidas de 6 bilhões de reais, e tem dificuldades para renegociar o montante. O cenário interno continua desafiador, com o dólar ainda alto e a demanda por voos em queda. A americana Delta Airlines, que detém 9,4% do capital da empresa, é o socorro mais cogitado. Mas a empresa também tem interesse na colombiana Avianca. Para a Gol, só MP não basta.