No rali do Brasil, grandes gestores evitam aposta no câmbio
O dólar caiu 2% desde o início do ano, sendo negociado pouco acima de R$ 3,80 na última segunda-feira
Karla Mamona
Publicado em 9 de julho de 2019 às 14h00.
Última atualização em 9 de julho de 2019 às 14h00.
(Bloomberg) -- O otimismo com a reforma da Previdência no Brasil e o déficit menor em conta corrente ainda não foram suficientes para convencer alguns dos principais gestores de fundos multimercados do país a apostar no real.
Dados os fundamentos econômicos, o dólar poderia ser negociado em torno de R$ 3,30, disse em evento em São Paulo Luis Stuhlberger, sócio fundador da Verde Asset Management que tem R$ 40 bilhões sob gestão. No entanto, o juro baixo brasileiro está "evidentemente" causando impacto no real, disse ele.
“Os atuais R$ 3,80 parecem preço justo para a moeda, dadas as condições globais”, disse Stuhlberger, no sábado.
Stuhlberger não está sozinho nessa avaliação. Sócio fundador da SPX Capital, Rogerio Xavier disse, também em evento recente, que a moeda está próxima ao seu preço de equilibrio. A SPX, a maior gestora independente de fundos multimercado do Brasil, até vê risco de o dólar se fortalecer frente ao real, se uma desaceleração global prejudicar os termos de troca do Brasil.
O dólar caiu 2% desde o início do ano, sendo negociado pouco acima de R$ 3,80 nesta segunda-feira, com otimismo de que a reforma da Previdência será aprovada pelo Congresso neste ano e também com os recentes sinais dovish do Fed.
"Ainda acreditamos que a incerteza quanto à capacidade de retomada da economia e à implementação das demais reformas, o baixo carrego e o desempenho ainda robusto da economia americana tornam o real menos atrativo no relativo", disse Mariana Guarino, gestora de portfólio da Truxt Investimentos.