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No radar: reforma administrativa e o que mais move o mercado nesta quinta

Mercado aguarda entrega do projeto ao Congresso e dados do seguro desemprego nos EUA; sai também a produção industrial em julho

Paulo Guedes: com reforma administrativa, ministro espera economizar 500 bilhões de reais em 10 anos (Andre Borges/Getty Images)
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Guilherme Guilherme

Publicado em 3 de setembro de 2020 às 06h00.

Última atualização em 3 de setembro de 2020 às 14h33.

O mercado começa os trabalhos desta quinta-feira, 3, de olho em Brasília na expectativa de que projeto da reforma administrativa seja enviado ao Congresso , como prometido pelo governo. Segundo o ministro da Economia Paulo Guedes, a proposta, caso aprovada, deve gerar em dez anos uma economia de 500 bilhões de reais aos cofres públicos.

O anúncio da entrega, feito na terça-feira, 1, contribuiu para a redução dos temores fiscais, que vinha ganhando força entre os investidores com o aumento dos gastos públicos na pandemia. Embora ele tenha gerado euforia, chegando a fazer o Ibovespa registrar a maior alta em quase três meses, o mercado aguarda para saber o que está no pacote.

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Para cortar os custos do governo, o texto deve prever, entre outras medidas, redução de salários e o fim da estabilidade para os novos servidores públicos. Segundo o UOL, a proposta deve contemplar medidas que cortem centenas de carreiras públicas e facilitem privatizações.

Uma das privatizações mais aguardadas pelo mercado é a da Eletrobras . Na véspera, as ações ordinárias da companhia fecharam em alta de 3,4%, figurando entre as maiores valorizações do Ibovespa.

No radar dos investidores também vão estar os dados semanais de pedidos de auxílio desemprego dos Estados Unidos, que tem se tornado a principal referência de curto prazo para avaliar o ritmo de recuperação da maior economia do mundo. Nas últimas duas semanas, os números ficaram acima de 1 milhão. Desta vez, a mediana das projeções de mercado é de 950.000 pedidos.

Na terça-feira, 2, o instituto ADP divulgou a variação dos empregos privados nos Estados Unidos , mas os dados ficaram bem abaixo do projetado, apontando para a criação de 428.000 postos de trabalho em agosto, enquanto a expectativa era de 950.000 novos empregos.

Mas nem mesmo a decepção no mercado foi capaz de frear o otimismo internacional: os principais índices americanos voltaram a fechar em novos recordes. O principal índice da Nasdaq encerrou pela primeira vez acima dos 12.000 pontos.

O que ajudou a sustentar o bom humor externo foram os índices de gerente de compras (PMIs, na sigla em inglês), que vieram acima do esperado no início da semana, na China e nos Estados Unidos. Nesta quinta serão divulgados os PMIs composto e de serviços do Reino Unido e da Zona do Euro. O mercado também deve repercutir o PMI composto da China, divulgado na noite de ontem.

No calendário econômico também estão previstas as divulgações da balança comercial dos Estados Unidos e da produção industrial brasileira em julho. É o primeiro indicador de peso a ser divulgado relativo ao terceiro trimestre.

Na quarta-feira, 2, o Ibovespa fechou em queda de 0,25%, em 101.911,13 pontos, enquanto o dólar chegou ao quarto pregão de queda dos últimos cinco, encerrando com desvalorização de 0,5%, negociado a 5,359 reais.

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