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B3 revela novo Ibovespa: mais diversificado e mais espaço à tecnologia

B3 se aproxima da marca de 3 milhões de pessoas físicas com índice que incorporou quase 2 dezenas de ações em apenas quatro anos

IPOs fila B3 Track&Field (NurPhoto/Getty Images)

IPOs fila B3 Track&Field (NurPhoto/Getty Images)

MS

Marcelo Sakate

Publicado em 3 de setembro de 2020 às 06h00.

Última atualização em 3 de setembro de 2020 às 09h05.

A B3 divulga nesta quinta-feira, 3, a terceira e última prévia da carteira com as ações que vão compor o Ibovespa a partir da próxima terça, 8, até o fim de 2020. A expectativa é que o mais importante índice do país passe a contar com 77 ações de 74 empresas.

A prévia anterior, divulgada no dia 17 de agosto, teve como novidades a entrada das ações de duas companhias, da incorporadora Eztec e da petrolífera PetroRio. São mudanças realizadas a cada quatro meses pela bolsa brasileira com base em critérios como o volume de negociações (em termos absolutos e financeiro) das companhias na B3.

Mas é preciso analisar a evolução como um filme, e não uma fotografia.

O Ibovespa passa por um processo gradual de diversificação, com mais empresas e setores representados. É um movimento que corre em paralelo com o aumento do volume de negociação e de novos investidores: já eram quase 3 milhões de contas de pessoas físicas ao fim de agosto, número que provavelmente já foi alcançado neste momento.

No fim de 2016, quando o número de pessoas físicas começou a deslanchar depois de oito anos de estagnação, o Ibovespa era mais concentrado: tinha 58 ações de 55 companhias.

A expectativa de analistas é pelo aumento do peso de companhias com atuação digital mais forte, como Magazine Luiza e Via Varejo. São duas redes varejistas que cresceram com plataformas online e reforçaram o apelo a investidores na pandemia.

O Magalu está com peso de 2,987% na composição do Ibovespa para o próximo quadrimestre, o que a coloca como a sétima mais ação mais importante. É um ganho de relevância considerável para quem, até janeiro de 2018, sequer fazia parte do índice.

No mercado americano, o movimento é mais evidente, dada a presença das big techs (Amazon, Apple, Google e Facebook) e de outras companhias igualmente relevantes nos índices de ações -- vale lembrar que a Nasdaq é a bolsa das companhias de tecnologia.

Uma mudança sintomática dos novos tempos aconteceu na última segunda, 31: a petrolífera Exxon Mobil, que já foi a maior empresa do mundo em valor de mercado, deixou de fazer parte do índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, depois de 92 anos.

A Exxon saiu junto com a farmacêutica Pfizer e a Raytheon Technologies para ceder lugar à Salesforce (de soluções de tecnologia), à empresa de biotecnologia Amgen e à Honeywell, em uma mudança para manter o peso de tecnologia no índice.

No Brasil, as cinco ações que terão maior relevância no Ibovespa, de acordo com a segunda prévia, são Vale ON (com peso de 9,992% no índice), Itaú Unibanco PN (6,426%), Petrobras PN (5,654%), B3 ON (5,443%) e Bradesco PN (4,942%). Ou seja, duas empresas produtoras de commodities e três do setor financeiro, que respondem por um terço do índice (32,5%).

No último quadrimestre de 2016, as cinco ações mais relevantes tinham peso de quase 37% no Ibovespa: Itaú Unibanco PN (10,594%), Ambev ON (8,588%), Bradesco PN (7,955%), Petrobras PN (5,523%) e Petrobras ON (4,268%). Eram dois bancos, uma empresa de commodities e uma de bens de consumo no top 5 do índice.

Procurada pela Exame, a B3 não quis comentar.

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