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No radar: Fed, dados da China e o que mais move o mercado nesta segunda

Bolsas internacionais sobem na esteira de resultados corporativos e recuperação chinesa; commodities caem com pessimismo sobre demanda

China: produção industrial e vendas do varejo chinês voltam a superar estimativas (Jason Lee/Reuters Business)

China: produção industrial e vendas do varejo chinês voltam a superar estimativas (Jason Lee/Reuters Business)

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Guilherme Guilherme

Publicado em 19 de outubro de 2020 às 07h16.

Última atualização em 19 de outubro de 2020 às 07h21.

O mercado financeiro global inicia a semana em tom positivo, com dados da China e resultados corporativos na Europa aumentando o otimismo sobre a recuperação da economia mundial. No radar dos investidores ainda estão a (eterna) esperança sobre a aprovação de um pacote de estímulo nos Estados Unidos e o encontro anual do Fundo Monetário Internacional (FMI), onde o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, irá discursar nesta segunda-feira, 19.

China em números

Os dados econômicos da China voltaram a surpreender positivamente o mercado financeiro, reforçando a percepção de uma recuperação forte do país asiático. Ainda que o PIB do terceiro trimestre tenha crescido menos que o esperado (alta anual de 4,9% ante expectativa de 5,2%), os dados de setembro vieram fortes. A produção industrial, que tem sido um dos principais pilares da recuperação chinesa, teve alta de 6,9% na comparação anual contra o crescimento de 5,8% esperado. As vendas do varejo chinês também vieram acima das estimativas, com crescimento de 3,3% em relação ao mesmo período do ano passado, confirmando o segundo mês seguido de alta anual do indicador. Nos primeiros meses da pandemia, o varejo vinha sendo o calcanhar de Aquiles da economia chinesa, que optou por estímulos por meio de projetos de infraestrutura.

Commodities

Apesar do sólido crescimento da indústria chinesa, um dos principais componentes desse segmento, o minério de ferro fechou em queda, no menor patamar em três semanas. De acordo com a Reuters, aumento dos estoques de minério da China e pessimismo sobre a demanda do produto durante o inverno chinês pressionaram o preço da commodity. Uma das commodities que mais se valorizou no ano, o preço minério de ferro tem impulsionado o resultado de mineradoras brasileiras, como a CSN, que abriu a temporada brasileira de balanços do terceiro trimestre na semana passada.

Mas o pessimismo sobre a demanda não recai somente sobre o minério de ferro. Outra commodity que vem sofrendo por motivo semelhante é o petróleo. Depois de fechar em queda na semana passada, o petróleo volta a ser negociado em queda nesta segunda-feira, 19, tendo no radar as novas medidas de restrição na Europa.

Fed e estímulos

Em discurso no FMI, a expectativa é de que Jerome Powell siga a linha dos últimos pronunciamentos, em que jogou dúvidas sobre a recuperação da maior economia do mundo, caso novos pacotes não sejam aprovados. No mercado, novos estímulos nos Estados Unidos são dados como certo. O que segue incerto é quando ele saíra do papel. Na última semana, conversas entre a presidente da Câmara, Nancy Pelosi, e o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin sobre estímulos antes das eleições continuaram emperradas. Mas alguma esperança ressurgiu, com o adiamento do prazo final para os estímulos para esta terça-feira, 20. Nesta segundo Pelosi e Mnuchin irão retomar as negociações.

Agenda de balanços

Nesta segunda, devem ser divulgados os balanços da americana IBM e da rede francesa de supermercados Carrefour. O Carrefour Brasil, no entanto, irá divulgar o resultado somente em 10 de novembro. No Brasil, embora já iniciada, a temporada de resultados deve esquentar somente na próxima semana. Para esta semana, estão previstos os balanços de Neoenergia (terça-feira, 20), WEG (quarta-feira, 21) e Hypera (sexta-feira, 23).

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