No radar: Fed, Caged, Santander, Weg e o que mais move o mercado
Bolsas internacionais operam estáveis pela manhã, com investidores à espera de Jerome Powell
Guilherme Guilherme
Publicado em 28 de abril de 2021 às 06h53.
Última atualização em 28 de abril de 2021 às 07h34.
Os principais índices internacionais operam sem uma direção única na manhã desta quarta-feira, 28, enquanto investidores aguardam pelo discurso do presidente do Federal Reserve , Jerome Powell , após a decisão monetária prevista para às 15h de Brasília.
A ampla expectativa, mais uma vez, é de manutenção dos programas de estímulos, sem a alteração da taxa de juros americana, que segue no intervalo entre 0% e 0,25%.
Parte do mercado, porém, espera que Powell reconheça a melhora das condições econômicas no país, que tem acelerado o ritmo de vacinação e liberado ainda mais dinheiro por meio de pacotes fiscais.
Para muitos economistas americanos, esta pode ser a última decisão de juros antes que o Fed comece a avaliar algum aperto monetário. Afinal, o mercado de trabalho - que vinha sendo uma das maiores preocupações de Powell - já dá sinais de uma sólida recuperação, com a taxa de desemprego caindo para 6% em março e o número de postos crescendo 916.000 no mês. Para abril, a expectativa é de mais 925.000 empregos.
Outro sinal de retomada tem sido o preço dos imóveis americanos, que já estão com alta anualizada de 12%. Em algumas cidades, os imóveis já estão até 20% mais caros. Segundo dados divulgados na última semana, as vendas de casas novas já está em patamares recordes, tendo batido 1,021 milhão em março. Também em março, o Índice de Preço ao Consumidor americano chegou ao maior patamar desde agosto de 2018, ficando em 2,6%.
Caged
No Brasil, o principal evento econômico será a divulgação do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), para o qual são esperadas 401.600 novas vagas. Na véspera, o ministro da Economia, Paulo Guedes , sinalizou que os números devem vir fortes, chegando a afirmar que ao Estadão que a “economia está de pé novamente”.
Santander
O Santander (SANB11) deve divulgar o resultado do primeiro trimestre ainda pela manhã, abrindo a temporada de balanços dos grandes bancos. Itaú (ITUB4), Banco do Brasil (BBAS3) e Bradesco (BBDC4) irão apresentar seus números apenas na próxima semana. No mercado, a expectativa é de que a redução das provisões contribua com um forte crescimento do lucro líquido. A exceção, segundo analistas, deve ser o próprio Santander, que reservou menos recursos contra calotes na chegada da pandemia. Segundo o Goldman Sachs, na média, o lucro líquido dos grandes bancos deve crescer 34%.
Weg
Queridinha pelos investidores, a fabricante de motores Weg (WEGE3) também irá apresentar seu balanço antes do início do pregão. De acordo com dados colhidos pela Bloomberg, a mediana das estimativas para o resultado é de lucro líquido de 713,5 milhões de reais, com as vendas batendo 4,82 bilhões de reais.
Na véspera, a companhia também anunciou o plano de desdobramento de ações de uma para duas. No ano, os papéis da companhia permanecem praticamente estáveis, após já terem subido 120% em 2020.
Outros balanços
Após o encerramento do pregão, será a vez de CSN (CSNA3), Multiplan (MULT3), Odontoprev (ODPV3) e Tupy (TUPY3) apresentarem seus respectivos balanços do primeiro trimestre.
IPOs
Além da agenda de balanços, a de IPOs também segue agitada, com as precificações das ofertas da Hospital Care (HCAR3) e Vittia (VITT3) previstas para esta quarta.
Ontem, 27, a Caixa Seguridade (CXSE3) precificou suas ações em 9,67 reais, dentro da faixa indicativa entre9,33 a 12,67 reais. A operação girou em torno de 5 bilhões de reais, sendo, até então, o segundo maior IPO do ano, atrás somente do da CSN Mineração, que levantou 5,2 bilhões de reais.
Quem também precificou sua oferta na véspera foi a Boa Safra (GBSA3), levantando 460 milhões de reais, com cada ação saindo por 9,90 reais. Tanto os papéis da Boa Safra quanto os da Caixa Seguridade estreiam na bolsa nesta quinta-feira, 29.