Netflix: UBS vê queda de downloads e corta preço-alvo quase pela metade
Empresa acumula perda superior a US$ 200 bilhões na bolsa, mas analistas ainda não veem espaço para retomada
Guilherme Guilherme
Publicado em 15 de julho de 2022 às 12h24.
Última atualização em 15 de julho de 2022 às 12h43.
Analistas do UBS reduziram o preço-alvo das ações da Netflix em 44% em relatório divulgado nesta sexta-feira. O preço considerado justo para as ações da empresa, segundo o banco suíço, caiu de US$ 355 para US$ 198.
As ações da Netflix acumulam cerca de 75% de queda desde a máxima de novembro de 2021, quando os papéis chegaram a ser negociados a US$ 700. Apesar da queda, analistas do UBS ainda consideram muito arriscado investir na companhia, mantendo a recomendação neutra para ações,
Parte da desvalorização, que supera US$ 200 bilhões em valor de mercado, é explicada pela maior aversão de investidores a empresas de tecnologia nos últimos meses. Mas fatores operacionais da Netflix também vêm tirando o sono de acionistas.
A última forte queda das ações ocorreu justamente após a divulgação do balanço do primeiro trimestre, quando a Netflix desmoronou 35% em reação à primeira queda do número de assinaturas em dez anos. A expectativa do UBS para o resultado do segundo trimestre tampouco são animadoras.
Segundo o centro de pesquisas do UBS, o UBS Evidence Lab, a Netflix teve 4% de queda no número de downloads de seu aplicativo frente ao segundo trimestre de 2021. As maiores quedas, segundo o relatório, ocorreram nas regiões da Ásia-Pacífico e Estados Unidos-Canadá, redução de cerca de 16% na comparação anual. Na Coreia do Sul, os downalods do aplicativo da Netflix desabou 40%.
"Vemos a Netflix como uma líder secular, mas a visibilidade da retomada do crescimento é baixa", afirmaram os analistas.